23 de agosto de 2010

O Falcão E A Pomba

Série Guerreiros do Vento

Em 1892 a americana Elizabeth Summers, acompanha seu tio em escavações arqueológicas pelo Egito em busca de uma peça muito especial, o Almah.

Embora Elizabeth trabalhe fazendo pequenas valas nas escavações, o fato de ser mulher, faz com que seu tio a deixe na catalogação das peças.
Como seus antepassados, o Sheik Jabari e seus guerreiros do vento, têm a missão de velar e proteger o Almah dos infiéis, em nome de sua rainha Kiya.
Quando Elizabeth descobre onde está enterrado o prezado tesouro, Jabari a rapta para evitar que os de seu clã a puna por profanar suas terras e a leva para seu harém. Mesmo que pese em todos, entre Elizabeth e Jabari surge uma intensa atração.
A mancha em forma de pomba sobre o corpo da jovem, confirma a Jabari que está ante a reencarnação da rainha Kiya, que, como anunciava a profecia, retornou para entregar seu amor ao chefe dos guardiões e o fazer feliz.

A lenda
As areias de Ajenatón guardam um segredo.
Nas profundidades da escura terra da antiga cidade, se acha um disco de ouro chamado o Almha. Fora construído na décima oitava dinastia egípcia, por ordem de uma das esposas do faraó, com o propósito de venerar ao deus do Sol Atón, e se converteu em um símbolo de poder e destruição.
Quando a rainha Kiya o mostrou a seu marido, o faraó Ajenatón ficou fascinado por sua beleza.
Este o utilizou para atrair o povo aos templos de Atón.
Ajenatón recompensou Kiya, construindo um templo para que pudesse render culto aos deuses com privacidade, seus sacerdotes e os guerreiros do vento Khamsin.
Mas a primeira esposa de Ajenatón, Nefertiti, invejava o poder de Kiya.
Convenceu o faraó, de que ele também era um deus e este utilizou o Almha para que rendesse culto a ele em lugar do deus Atón.
Furiosa pelo sacrilégio de seu marido, Kiya roubou o Almha e o enterrou na areia. Encomendou aos Khamsin a tarefa de guardá-lo num lugar oculto durante toda a eternidade, consciente de que não sobreviveria muito tempo mais, à fúria de seu marido e o ciúmes de Nefertiti.
Aquela noite, Kiya se retirou para seus aposentos com seu amante, o líder dos Khamsin, com a intenção de que seus fortes braços a estreitassem uma vez mais.
Com seus suaves lábios, Kiya silenciou as palavras de Ranefer que assegurava poder proteger-la da ira de Ajenatón.
Ela sentiu em seu beijo uma doce tortura, que recordou a sua própria aflição.
Nefertiti não desperdiçou a oportunidade para eliminar sua rival, e convenceu Ajenatón a executar Kiya pelo roubo.
Enquanto o faraó e seus guardas se aproximavam de seus aposentos, Kiya sussurrou um apaixonado adeus ao ouvido de seu amante.
Observou-o desaparecer na noite, enquanto fazia a promessa de que seu espírito o esperaria ao longo dos anos, para voltar a reunir-se com ela.
O faraó ameaçou-a, tentou engana-la, mas ela permaneceu em silêncio.
Quando o brilho da espada em forma de foice abateu sobre sua cabeça, inclinou-se ante sua folha rezando para que não faltasse coragem ao amante, e entregou sua vida em troca do segredo do Almha.
Os Khamsin se vingaram de Nefertiti assassinando-a, e pulverizando suas cinzas de tal modo, que sua alma não pudesse voltar para a vida depois da morte.
Eles choraram a morte de sua bem amada rainha Kiya, que apesar de saber que nem sequer o ferrão da morte, a poderia separar de seu verdadeiro amor.
A lenda diz que três sinais da pomba branca que tanto Kiya apreciava, anunciaria seu encontro com o Ranefer.
O líder Khamsin a desposaria e a paz e a prosperidade voltariam a reinar na tribo.

Capítulo Um

1892
Os descendentes dos Khamsin guardavam Ajenatón como sempre fizeram, ao lombo de seus cavalos.
Durante gerações, ninguém se atrevera a perturbar a calma da cidade.
Então chegaram os ingleses. Armados com picos afiados, pás e arrogância, e os infiéis surgiram com suas teorias.
Jabari bin Tarik Hassid, Sheik dos guerreiros do vento Khamsin, estremeceu de ira e dor ao contemplar a violação da terra sagrada.
Ante semelhante profanação, uma mistura de sentimentos se revolvia em seu estômago. Com cada golpe do pico, seu coração doía, como se a ponta de aço o tivesse perfurando em lugar das areias sagradas.
Ao lombo das mais formosas éguas árabes, seus guerreiros controlavam suas agitadas montarias.
As diminutas borlas p
rateadas que decoravam a guarnição no peito dos cavalos, repicavam levemente.
Seu segundo comandante fez um gesto e apontou a escavação. Jabari fechou a luneta repentinamente e fez um gesto a seus homens para que não se impacientassem.
-Não. Ainda não. Não se apressem. Esperem um pouco mais.
Respirava lentamente, esperando com isso, acalmar suas emoções. Sua mão segurava com força o cabo de marfim de sua espada.
O Sheik desembainhou sua espada e levou a mão ao coração e logo aos lábios, num ritual Khamsin de honra, antes da batalha.
Jabari sorriu e soltou um grito sonoro e ondulante. Agora. Chegara o momento de atacar.
O fato de percorrer os cinco quilômetros que separavam a aldeia do Haggi Quandil da escavação, ao lombo de um asno, Elizabeth Summers, demonstrava seu amor à arqueologia. Esfregou seu dolorido traseiro e soltou um gemido.
Aquele animal não podia ir um pouco mais rápido?
Soltou as rédeas do asno. Não serve para nada.
Aquele animal era mais obstinado que o tio Nahid.
E cheirava mal. E não prestava.
Seus sentidos já se acostumaram com as assustadoras paisagens, os aromas e os sons do Egito. O forte odor dos corpos sem lavar.
Perfumadas especiarias, o delicioso aroma de cordeiro dourando nos assadores.
As vozes em árabe, o céu assombrosamente rosa ao por do sol e um calor ardente que envolvia seu corpo como se fosse uma manta.
Embora nada se comparasse com o prazer de andar por areias que ocultavam mistérios de milhares de anos de Antigüidade.
Elizabeth fixou seu olhar no deserto e se perguntou! O que a aguardaria naquela escavação?


Série Guerreiros do Vento
1 - O Falcão e a Pomba
2 - O Tigre e a Tumba
3 - A Cobra e a Concubina
4 - A Pantera e a Pirâmide
5 - A Espada e a Bainha
6 - O Escorpião e o Sedutor
7 - A Dama e o Libertino
Série Concluída

A Cobra E A Concubina

Série Guerreiros do Vento

Badra se refugiou no deserto do Saara, mas não há como escapar do xeque que roubou sua infância.

O vilão acendeu uma paixão nos homens que significou apenas dor e nem sua morte ou a proteção de seus salvadores, os Khamsin, mudou isso.
Badra não pôde esquecer como os olhos de safira de um Khamsin queimam.
Kenneth Tristan, herdeiro do Duque de Caldwell, andava com os Khamsin desde o massacre de sua família inglesa.
Conhecido como Khepri, a Cobra, foi criado no Egito.
Ele amava esta terra, toda a areia ao vento, mas nada era completo, pois não podia tocar a mulher que ama, não pode salvá-la do passado.
Mas vai sacrificar tudo por ela. E até que chegue esse momento seriam apenas... A Cobra e a concubina.

Capítulo Um

Deserto Oriental do Egito, 1889
‘Alguém, por favor, me ajude.’
A súplica silenciosa varreu a mente de Badra em um cântico frenético. Tremia atrás da grande rocha de pedra calcária, fora das calorosas tendas negras de pêlo de cabra.
Os sons da batalha rugiam: os gritos de homens agonizantes, os gritos triunfantes de guerra de seus inimigos que ganhavam a fortaleza.
As duas tribos mais violentas do deserto, o Al-Hajid do Egito e os Guerreiros do Vento Khamsin, lutando uns contra outros em uma feroz batalha.
Aparecendo ao redor da pedra, Farah, a amiga de Badra, olhou.
O sol caía sem piedade sobre ambas.
O vento ia à deriva através da areia escura, agitando o comprido cabelo negro de Farah. Tinha vinte anos, era mais velha que Badra cinco anos, tanto em experiência como em sabedoria.
Era ela quem tinha impulsionado esta fuga.
Farah virou-se, seu rosto ruborizado pela urgência.
— Os Khamsin partem de nosso acampamento! Agora é o momento.
Os pés de Badra permaneceram congelados na areia.
Tinham escapado da tenda do harém em meio a confusão e tinham saído do acampamento. Elas ainda corriam, o Sheik Fareeq as encontraria.
— Você é minha escrava, Badra — tinha grunhido ele. — Embora você escape até o Sinai, a encontrarei. Não deixo os escravos livres. Jamais.A voz de Farah devolveu Badra ao presente.
— Por favor, fujamos — suplicou.
Em algum lugar, profundamente dentro dela, Badra encontrou uma diminuta parte de força e a utilizou. Farah e ela saíram correndo das rochas que as protegiam.
O caos se instalou, um impreciso movimento de rápidos e lustrosos cavalos árabes.
Os Khamsin tinham recuperado seu amado garanhão reprodutor.
O formoso cavalo branco foi amarrado aos arreios do Sheik dos Khamsin que agora cavalgava voltando para o seu lar.
Farah não vacilou. Imediatamente se lançou atrás dele, agarrando a mão de Badra e gritando para que ele se detivesse.
O Sheik dos Khamsin freou seus arreios com um movimento de perito, as fossas nasais da égua flamejaram.
Ele tinha uma figura magnífica. Um véu de cor anil cobria a parte inferior de seu rosto, protegendo seus traços.
Se inclinou para frente e seus olhos escuros brilharam com fúria, até que Farah pôs uma mão sobre sua coxa coberta por uma calça.
— Por favor — rogou ela, com voz frenética, — pertencemos ao Sheik Fareeq.
Por favor, rogo-lhe senhor, nos leve com você como suas concubinas. Sei que você é Jabari bin Tarik Hassid, o Sheik dos Khamsin.
Ouvi que é um líder justo e honrado.
Badra levantou seus olhos com esperança, suplicando silenciosamente ao homem.
As palavras fugiram. Não podia falar.
Os olhos do líder se enrugaram, fazendo uma careta, dois guerreiros, um baixo, mas com uma poderosa constituição, e outro mais alto e mais Três caras veladas olharam fixamente para baixo com uma ameaça oculta.
Badra começou a tremer violentamente, se perguntando se tinha escapado de um horror familiar para um ainda desconhecido.
— Senhor, por que tarda? — Perguntou o guerreiro mais musculoso.
— Estas mulheres, Nazim. Pedem proteção como minhas concubinas.
Nazim se inclinou sobre sua égua e deu uma olhada superficial às mulheres.
— Então ofereça, vaiou. — Mas nos apressemos!


Série Guerreiros do Vento
1 - O Falcão e a Pomba
2 - O Tigre e a Tumba
3 - A Cobra e a Concubina
4 - A Pantera e a Pirâmide
5 - A Espada e a Bainha
6 - O Escorpião e o Sedutor
7 - A Dama e o Libertino
Série Concluída

O Tigre e a Tumba

Série Guerreiros do Vento

A única opção que Lady Katherine tem para evitar que seu pai seja injustamente acusado de ladrão é roubar ela mesma o mapa de uma tumba perdida e encontrar o tesouro que se esconde clandestinamente.

O que Catherine desconhece é que Ramsés, seu adversário, é um dos homens mais perigosos do deserto; um autêntico sedutor que derrete a qualquer mulher com seu olhar cor âmbar, as carícias de seus lábios e a delicadeza de seus braços.
Assim, e apesar de todas suas precauções, a jovem dama sucumbe ao encanto daquele ao que chamam o tigre e se entrega a ele nas areias do deserto.
Só depois, ambos descobrirão que suas vidas estavam já predestinadas desde o tempo de seus ancestrais para compartilhar o amor que se professam na mais selvagem das aventuras que possam imaginar.

Capítulo Um
Akenaton. Egito 1893
—Ladrões de tumbas!

Aquelas palavras retumbaram na imensa cova de pedra.
As paredes se agitaram com uma força estremecedora. O pó milenário parecia tremer ante sua furiosa presença.
Nazim Ramsés bin Seti Sharif dirigiu o olhar aos homens que acabava de surpreender. Quatro homens egípcios com thobes largos como saias e um inglês pálido apartaram a vista do antigo papiro que acabavam de desenterrar.
O mapa da mina de ouro, a chave para achar a tumba de Rastau.
Durante milênios, a tumba de seu antepassado, que guardava incalculáveis tesouros, tinha sido um segredo sepultado pelo tempo.
Ele era um Guardião dos Séculos, um guerreiro que tinha feito o juramento solene de proteger seus antepassados os reis. Estava acostumado a tomar no café da manhã ladrões de tumbas.
E aquela manhã estava morto de fome.
Retirou a cimitarra de sua capa e a brandiu no ar.
A luz da tocha refletiu o brilho do aço mortal.
Agarrou o extremo de seu turbante azul anil e cobriu o rosto ante seus inimigos. Continuando, levou-se a mão ao coração e logo aos lábios, um ritual Khamsin de honra antes da batalha.
— Sou Nazim Ramsés bin Seti Sharif, Guardião dos Séculos. Soltem as relíquias sagradas imediatamente!
— O que é que está acontecendo aqui?
A autoritária voz de seu xeique, Jabari bin Tarik Hassid, ressonou na tumba.
Ramsés percebeu que o ladrão inglês tirava uma pistola e o resto de seus homens desembaiavam suas espadas.
Ouviu-se um disparo. O Guardião se lançou habilmente ao chão com uma cambalhota e ordenou a Jabari que se agachasse.
Levantou-se de um salto, deu uma rasteira no homem armado e lhe atirou uma faca.
O homem caiu no chão entre gemidos, sujeitando o peito. Ramsés lhe retirou a pistola. Jabari se apoiou na parede, com o rosto crispado pela impressão.
— Atreve-se a agredir a pessoa que jurei proteger!
Depois de lançar um grito uivante, ao que se seguiu o de Jabari, Ramsés foi para cima deles.
O inglês se desmaiou, desabando no chão, sendo habilmente esquivado por Ramsés, enquanto seu companheiro se ocupava do restante.
Bramando pelo poder que lhe outorgava a justiça, Ramsés sentia que o espírito de seus antepassados fluía em seu interior.
— Que nossos antepassados castiguem aqueles que perturbam seus lugares de descanso sagrados!


Série Guerreiros do Vento
1 - O Falcão e a Pomba
2 - O Tigre e a Tumba
3 - A Cobra e a Concubina
4 - A Pantera e a Pirâmide
5 - A Espada e a Bainha
6 - O Escorpião e o Sedutor
7 - A Dama e o Libertino
Série Concluída

20 de agosto de 2010

Um Príncipe Irresistível

Série Os Kazanov/Douglas/Irmãs Flambeau

Escandalosa Sedução

Quando um sórdido ataque deixa Belle Flambeau com uma cicatriz horrível no rosto, ela se afasta da sociedade, e sua esperança de encontrar um grande amor desaparece.
Mas o desconhecido atraente e ferido que procura abrigo em sua casa parece determinado a provar o contrário, iniciando uma sedução lenta, deliciosa e absolutamente escandalosa...
O príncipe Mikhail Kazanov deseja, e precisa de uma esposa amorosa e carinhosa, não uma das jovens e fúteis caçadoras de fortunas que não se cansam de tentar cativar sua atenção. Encantado com Belle, ele usa de subterfúgios para conquistá-la. Mas embora a poderosa atração entre ambos acabe explodindo numa verdadeira magia sensual, a verdade afasta Belle em direção a um caminho perigoso. Agora, com um inimigo revelando suas intenções violentas, Mikhail precisa encontrar um meio de reconquistar a confiança de Belle. Pois, com o amor de ambos, e a vida dela, em perigo, ele não pode correr o risco de falhar...

Capítulo Um

Londres, 1821 
Ele podia até sentir o cheiro de medo no ar.
Encoberto pela escuridão e pela névoa londrina, observou-a virar o rosto e olhar para trás sob a tênue iluminação do lampião a gás.
A jovem, obviamente, sabia que estava sendo seguida e que havia alguém ali, em algum lugar.
Ele adorava tudo aquilo, sobretudo quando a presa tinha consciência de estar sendo caçada.
Ao rejeitá-lo, a moça selara o próprio destino. A reação fora um sorriso de desdém ao ouvir a proposta que ele lhe fizera.
Depois de ela dobrar a esquina, ele cortou caminho pela viela paralela a fim de passar adiante da presa.Então, recostou-se na parede e esperou.
Ao ouvir os passos aproximando-se, sentiu o coração acelerar em prazerosa excitação.
Ela seria dele.
Mesmo que por um breve momento e se arrependeria de tê-lo rejeitado.
Assim que a moça passou à sua frente, ele saltou e a imobilizou pelas costas.
No instante seguinte, atravessou-lhe a garganta com a navalha.
Então, deixou-a tombar e observou o sangue jorrar pela veia carótida.
Enquanto ela lutava para respirar, cada batida do jovem coração fazia a vida esvair-se num jato rubro que manchava as pedras acinzentadas da calçada.
Usando outra vez a navalha, ele inclinou o corpo e cortou uma mecha do cabelo da vítima.
Depois, colocou uma libra de ouro nas mãos dela e cerrou-lhe os dedos.
— Grato pelo prazer que me proporcionou esta noite — disse sorrindo, antes de desaparecer em meio a névoa londrina.
O cheiro de estéreo trazido pela brisa pairava sobre o jardim nos fundos da casa. Cerrando os olhos, Belle Flambeau aspirou o ar com um sorriso nos lábios.
O odor de estrume vindo do Soho deixava claro que a primavera havia chegado.
As árvores floridas contrastavam com os tijolos vermelhos da construção.
As cores vibrantes das tulipas eram uma festa para os olhos.
Roseiras de diferentes tipos estavam carregadas de botões, alguns deles já abertos. Gardênias, camélias e margaridas também davam o ar de sua graça.
A deusa dos jardins opera pequenos milagres.
Belle gostava do slogan que criara para divulgar seu trabalho. Julgava-o inteligente e poético ao mesmo tempo.
Na primavera anterior, sua capacidade de curar plantas enfermas espalhara-se pelas mansões londrinas e este ano já começavam a chegar pedidos dos jardineiros dos elegantes aristocratas.
Tinha muito trabalho pela frente e isso era bom.
Ao notar que as violetas sob o carvalho continuavam fracas, ela franziu o cenho e foi até lá.
— Belle? — chamou uma voz de mulher, tirando-a de seu devaneio.
Ao se virar, avistou a irmã Bliss aproximar-se.
— Por que Fancy insiste em manter a identidade do duque em segredo? — perguntou Bliss, irritada.
— De que duque está falando?
— De nosso pai, é claro. Se eu soubesse que empresas ele possui, seria mais fácil dirigir nosso negócio — assegurou, referindo-se a companhia de investimentos As Sete Pombas, que ela gerenciava em nome da família.
Então, virou e apontou a casa. — O duque sempre garantiu que pudéssemos viver com conforto. Por que nossa companhia tem de competir com a dele? Se nosso pai decidir nos retaliar, nosso negócio poderá ir à falência.
— Acalme-se — pediu Belle, colocando a mão sobre o ombro da irmã. — Fancy nunca perdoará nosso pai.


Série Os Kazanov/Douglas/Irmãs Flambeau
1 - Angelica O Anjo Sedutor
2 - O Charme do Príncipe
3 - Minha Adorável Condessa
4 - Em Teus Braços
5 - Príncipe dos Sonhos
6 - Príncipe dos Desejos
7 - Um Príncipe Irresistível
8 - Seduzindo o Príncipe
9 - Casando com o Marquês 
Série concluída

Príncipe dos Desejos

Série Os Kazanov/Douglas/Irmãs Flambeau

Perigosa entrega!

Fancy Flambeau se recusa a ceder ao assédio dos admiradores, pois sabe bem o que é a dor de um coração partido.
Mas é dificil resistir às promessas doces e sensuais sussuradas a seu ouvido pelo principe Stepan Kazanov!
O jogo de sedução de Stepan, no entanto, toma um rumo diferente quando Londres é varrida por uma onda de apreensão e medo.
Desesperado para tirar Fancy da mira de um homem perigoso, obcecado por mulheres artistas e bonitas, ele a leva para fora da cidade à força. Sozinha com Stepan numa ilha distante, Fancy é incapaz de continuar resistindo a seu charme. Porém, a intensidade da paixão e do desejo que eles encontram nos braços um do outro, poderá não ser suficiente, para que Fancy esqueça o passado!

Capítulo Um

Londres, 1821
Bem me quer, mal me quer...
Um cavalheiro bastante alto, vestido com traje de noite, formal, estava parado no alto da colina Primrose sob o céu acinzentado de uma manhã bastante fria.
Trazido pelo vento, chegava até ele o cheiro inconfundível do rio Tâmisa.
O homem olhou quase amorosamente para a mulher deitada no chão.
O rosto delicado mostrava agora a placidez da morte. Ele tirou do bolso uma rosa e começou a despetalá-la sobre o corpo ,da morta.
- Um desperdício de beleza, ele murmurou com voz rouca. O cavalheiro olhou para a mulher que se encontrava ao seu lado.
- Volte para a carruagem, ordenou. Sabendo que ela lhe obedeceria sem reclamar, pegou outra rosa do bolso.
- Bem me quer, mal me quer...
Teatro Real de Ópera
- Juro que nunca vou me tornar uma mulher como mamãe, Fancy Flambeau murmurou baixinho para si mesma enquanto se preparava diante do espelho para a sua estréia no palco. Potes de cremes cobriam a mesinha da penteadeira.
Notando a rachadura diagonal no espelho, Fancy ficou se perguntando se esse seria um sinal de azar.
- Juro que nunca vou me tornar uma mulher como mamãe, ela repetiu olhando para a sua imagem retorcida no espelho quebrado.
Estrear no palco não a deixava nervosa. Por outro lado, a possibilidade de ser assediada por algum aristocrata, daqueles que vivem em torno de cantoras, dançarinas e atrizes, ah, isso a irritava.
Fazia um bom tempo que jurara para si mesma que jamais se apaixonaria por um nobre nem se transformaria em uma vítima do amor. Como acontecera com sua mãe.
Manter essa promessa tinha sido fácil até aquela noite.
Uma vez que ela pisasse no palco, aumentavam as chances de um nobre assediá-la.
Mas Fancy nunca se tornaria um objeto de prazer de um aristocrata.
Ela havia se vestido para o papel de querubim na ópera O Casamento de Fígaro.
O traje consistia em calções pretos, uma camisa branca e um colete vermelho.
Secando as mãos úmidas com uma toalha de linho, Fancy observou pelo espelho suas seis irmãs, que se amontoavam no camarim.
Variando em idade dos dezenove aos dezesseis anos, com dois pares de gêmeas, suas irmãs riam, satisfeitas, com a estréia de Fancy.
Os únicos membros da família ausentes eram Gabrielle Flambeau, a mãe das sete jovens e a babá, Smudge.
- É melhor irmos para os nossos lugares. Belle abriu a porta e se surpreendeu quando algo pequeno e peludo entrou correndo no camarim.
Era um macaquinho, que pulou imediatamente no ombro de Fancy.
Com as mãos, o animalzinho cobriu os próprios ouvidos, depois os olhos e finalmente a boca.
Blaze pegou-o no colo como se fosse um nenem.
- Oh, srta. Giggles, finalmente a encontrei. Com um sorriso de desculpas, um homem baixote entrou no camarim e levou o macaquinho embora.
- Quem era esse homem? - perguntou Raven, a irmã mais nova.
- Sebastian Tanner é o marido da cantora principal, a prima-dona - Fancy respondeu. E a srta. Giggles, a macaquinha, é seu bicho de estimação.


Série Os Kazanov/Douglas/Irmãs Flambeau
1 - Angelica O Anjo Sedutor
2 - O Charme do Príncipe
3 - Minha Adorável Condessa
4 - Em Teus Braços
5 - Príncipe dos Sonhos
6 - Príncipe dos Desejos
7 - Um Príncipe Irresistível
8 - Seduzindo o Príncipe
9 - Casando com o Marquês 
Série concluída

Príncipe dos Sonhos

Série Kazanov/Douglas/Irmãs Flambeau

Um príncipe encantado na vida real!

Regina Bradford tem um único e secreto prazer na vida: escrever histórias de amor nas quais seus sonhos românticos se tornam realidade.
Regina logo cativa o príncipe Viktor Kazanov, que assim como ela, também vive preso a um casamento infeliz.
Quando o príncipe é acusado da morte da esposa, encontrada em situação comprometedora com o marido de Regina, esta testemunha a favor dele, na corte, declarando que o réu não pode ser o culpado... pois estava com ela na noite do crime!
A partir desse instante tem início uma aventura que mudará para sempre o futuro dos dois. Ao mesmo tempo em que Regina é ameaçada por um perigo invisível, Viktor não pode deixar escapar a oportunidade de sua vida para criar um final perfeito para aquela história de amor!

Capítulo Um

Londres, 1821
— Já disse que está proibida de escrever um livro.
Com uma expressão de raiva e desafio, Dementia levantou-se e olhou diretamente para o marido.
— Eu não recebo ordens de você.
Bertram Merlot, o conde de Brentwood, caminhou com passos duros em direção a ela, claramente disposto a descarregar sua fúria. Parou bruscamente apenas ao perceber o enorme cão dinamarquês, rosnando ao lado dela e exibindo seus dentes afiados.
— Bom garoto, Horatio.
Dementia afagou a cabeça do cachorro, sem tirar os olhos do marido. Nos lábios, um sorriso de provocação.
— Acho que não vai muito longe, Bertie...
Regina Bradford ergueu os olhos do papel e levou a pena aos lábios, pensativa...
Uma brisa morna afagava seu rosto, entrando pela janela aberta.
No ramo de bétula, um pássaro solitário entoava um bonito canto, e ela ficou a ouvi-lo, permitindo-se respirar o perfume das flores que inundava o escritório.
Quando o passarinho voou, Regina desejou poder fazer o mesmo, como uma águia, um falcão... ou até mesmo uma borboleta... Voar a grandes altitudes e sentir-se livre!
Molhando novamente a pena na tinta, voltou a escrever.
A seu lado, o cão dinamarquês espreguiçou e acomodou-se, para voltar a dormir.
— Insiste em continuar escrevendo?
Regina ignorou a pergunta do marido, sem deixar de sentir uma onda de irritação dentro de si. O cão levantou a cabeça e rosnou baixinho, trazendo um sorriso aos lábios da dona.
— Eu a proibi de fazer isso.
Regina olhou para as palavras no papel. Aparentemente, ao escrever, descrevia sua própria vida.
— Já tivemos esta conversa um milhão de vezes. — Ela se voltou para encará-lo. — Não recebo ordens de você, Chuck.
—Não me chame dessa maneira!—Charles Bradford ordenou.
— Não gosto de apelidos.
— Sei disso. Chuck.
Furioso, o conde de Langley atravessou o escritório em segundos, vindo diretamente para Regina. Conteve-se apenas quando o cachorro se sentou, com os olhos fixos nele.
— Bom garoto, Hamlet. — Regina acariciou o cão e sorriu ironicamente para o conde.
— Vou me livrar desse cachorro. Não perde por esperar — Charles disse.
— Estará assinando sua sentença de morte se um dia se atrever a isso — Regina disse com firmeza, sem esconder a satisfação.
A raiva era evidente na expressão de Charles.
— Está me ameaçando?
— Entenda como quiser.
— É mesmo do seu feitio. Isso — ele olhou para o cachorro —, seus malditos cabelos vermelhos... Tudo em você é demoníaco.
— Já sei que prefere louras, especialmente as que se chamam Adele — Regina disse. — E agradeço a Deus todas as noites por essa bênção.
Charles ignorou o insulto.
— Esteja preparada para partir logo cedo para a propriedade do duque de Inverary. Meta em sua cabeça desde já que deve ser simpática e que não tolerarei outra de suas confusões.
— Já disse que não vou acompanhá-lo ao campo.
— Não posso aceitar o convite de Sua Graça sem minha esposa — disse Charles. — E já mandei o comunicado de que iríamos.
Regina sentiu a irritação aumentar. Por que sempre a vontade dele era mais importante que a sua? Detestava conviver na alta sociedade, onde sabia que era uma intrusa, que nunca seria bem-vinda.


Série Os Kazanov/Douglas/Irmãs Flambeau
1 - Angelica O Anjo Sedutor
2 - O Charme do Príncipe
3 - Minha Adorável Condessa
4 - Em Teus Braços
5 - Príncipe dos Sonhos
6 - Príncipe dos Desejos
7 - Um Príncipe Irresistível
8 - Seduzindo o Príncipe
9 - Marrying the Marquise

Em Teus Braços

Série Os Kazanov/Douglas/Irmãs Flambeau

Os contos de fadas podem se tornar realidade... 

A beleza de Amber Kazanov a torna alvo de caça-dotes, e ela decide fugir para a Inglaterra antes que seu tio a entregue ao pretendente que oferecer o lance mais alto.
Lá, ela é apresentada ao Conde de Stratford, o único cavalheiro que poderia ajudá-la... se não fosse um homem marcado pela tragédia e pela dor, um homem desiludido, que deixou de acreditar no amor e na felicidade. 

Miles Montgomery carrega as marcas físicas e emocionais do incêndio que tirou a vida de sua esposa e destruiu seu mundo. Ainda assim se sente atraido por Amber. 
Ele tenta mascarar a atração com frieza e indiferença... Mas diante do risco de perder Amber para sempre, ele tem que escolher entre remoer o passado ou abraçar o futuro.

Capítulo Um

Stratford-upon-Avon
As árvores coloriam-se de verde, as flores desabrochavam ao calor do sol, os pássaros voavam através de um céu sem nuvens.
O mundo estava feliz demais.
Miles Montgomery, o décimo-quinto Conde de Stratford, virou de costas para a vista irritantemente alegre da janela de seu escritório.
Olhou sobre a lareira o retrato da doce Brenna que morrera nas chamas da meia-noite. Miles ergueu-se para fechar as cortinas e deixar a sala às escuras, mas lembrou-se das suas visitas e deixou-as abertas.
As visitas eram John Saint-Germain, o Duque de Avon, seu cunhado, e o Príncipe Rudolf Kazanov, que tinham em mente vários negócios ousados e queriam, talvez, incluí-lo neles.
Negócios aventureiros. Miles torceu os lábios num sorriso. Desde o incêndio, apenas esse tipo de negócios havia preenchido sua existência vazia.
Ele tocou na máscara que cobria o lado esquerdo do rosto. Sua vida acabara na fatal noite do incêndio. Agora, só lhe restava esperar que seu coração parasse de bater.
- Milorde, Sua Graça e Sua Alteza chegaram e o aguardam - o mordomo anunciou.
- Mande-os entrar, Pebbles.
- Entrem - Pebbles chamou-os.
Ambos, o Príncipe e o Duque sorriram para o mordomo. Miles encontrou-se com os visitantes no meio da sala. Acima da lareira estava o enorme retrato de uma mulher.
- Brenna, minha mulher - disse Miles, vendo para onde o olhar do Príncipe se dirigia.
- Uma linda mulher.
- Vamos falar de negócios? - Miles sugeriu, sentando-se à sua escrivaninha enquanto os dois homens acomodavam-se em poltronas.
- Surpreendo-me ao ver suas cortinas abertas - disse John, o cunhado. Eu já começava a pensar que você era um autêntico vampiro.
- Abri as cortinas para você, respondeu Miles, pois sempre comenta que só me acomodo no escuro.
- Precisa de uma esposa - o Duque sugeriu. Se morrer sem um herdeiro, Terrence Weasel herdará tudo.
Que importava a ele que o primo herdasse seu título?, Miles refletiu.
- Parei de pensar em ter uma esposa quando Brenna morreu - Miles protestou. Vê como me amolam o tempo todo? - ele comentou com o príncipe.
- Pararão com isso quando se casar de novo, o Príncipe Rudolf opinou.
- Nenhuma mulher poderá substituir Brenna. - Miles tocou a máscara do rosto. Além do mais, que mulher consideraria se casar com um homem cheio de cicatrizes?
- Georgiana Devon o aceitaria, John informou. Ela perguntou por você na última vez em que a vi em Londres.
- Passei Georgiana para trás há muito tempo.
- Pelo que se comentava, você largou Georgiana em favor de Sarah Polé, disse John. Por sinal, sabe que o marido de Sarah morreu em Waterloo deixando-a milionária? Não vai voltar para ela?
- Sabe muito bem que eu já estava de olho em Sarah quando encontrei Brenna.
- Vanessa Stanton também ficou viúva, comentou John. Ela sempre gostou de você e adorava sua companhia.
- Vanessa adorava a companhia de todo mundo. E ela me admirava quando eu tinha um rosto inteiro. Prefiro morar sozinho a usar cornos.
- O que faria se uma mulher virtuosa quisesse se casar com você? - o Príncipe Rudolf lhe perguntou.
- Eu me casaria e plantaria uma dúzia de filhos nela, Miles respondeu desejando mudar de assunto.
- Então vá a Londres apreciar a nova safra de mulheres bonitas, John sugeriu.
- Retirei-me da sociedade há quatro anos. E concluí que uma debutante é exatamente igual a outra debutante.
- Por Deus, Miles. Brenna morreu, mas você está vivo. Acha que ela gostaria de vê-lo escondido nas sombras?
- Sinto muito por sua perda, disse Rudolf. Não posso imaginar o horror de perder uma mulher amada. Mas John tem razão, o Príncipe acrescentou, você precisa continuar a viver.
- Vai me atormentar também?


Série Os Kazanov/Douglas/Irmãs Flambeau
1 - Angelica O Anjo Sedutor
2 - O Charme do Príncipe
3 - Minha Adorável Condessa
4 - Em Teus Braços
5 - Príncipe dos Sonhos
6 - Príncipe dos Desejos
7 - Um Príncipe Irresistível
8 - Seduzindo o Príncipe
9 - Casando com o Marquês 
Série concluída

19 de agosto de 2010

Sob o Céu da Toscana

Série Saga das Profetisas
Tua vida e teu amor... Para sempre!

Ao fugir de uma prisão no Oriente, Olivier Ducci Montaldo atende ao pedido da mulher que o ajudou a escapar, de levar a filha dela, Julia, de volta à Europa.
Seis anos mais tarde, Julia, que sempre foi apaixonada por Olivier, deixa a Inglaterra e segue para a Itália para encontrar-se com ele no castelo dos Ducci Montaldo, na Toscana, a fim de lhe cobrar a promessa feita por ocasião da fuga: levá-la de volta à cidade de 

Nicopolis para resgatar sua mãe.
Os poderes mágicos herdados da mãe, que era tida como feiticeira, são assustadores para Julia, porém nãò mais do que a paixão que a une a Olivier...
Uma paixão condenada por seus próprios segredos e pelo noivado dele com uma rica viúva de Veneza
No entanto, com a cidade em polvorosa rumo à Cruzada, e a frota de Olivier pronta para a viagem a Nicopolis, Julia toma uma decisão desesperada, que poderá mudar seu destino, e o de Olivier, para sempre...

Capítulo Um


Itália, 1395
Destinado a ser o último dos grandes lordes guerreiros dos Ducci Montaldo, Olivier franziu a testa ao romper o lacre dourado da carta.
— Veio da Inglaterra — explicou, erguendo rapidamente o olhar. — De minha irmã, Francesca.
Reunidas num grupo, as damas Venier agradeceram-lhe a amabilidade da informação com um educado aceno de cabeça, depois voltaram a atenção a seus bordados.
Porém, a simples menção de uma carta que vinha dos ilustres parentes ingleses do conde Olivier foi suficiente para atiçar a imaginação de todas elas.
Estava claro que se tratava de uma mensagem urgente; caso contrário; o criado do conde não se apressaria em levá-la do castelo dos Ducci Montaldo, na Toscana, ao encontro de seu amo no palácio em que as damas moravam no Grande Canal, em Veneza.
Ninguém ignorava que, naquele ano do Senhor de 1395, as estradas que ligavam a região do Vêneto ao restante da Itália, apesar de todo o zelo com que a Companhia Dourada do conde as patrulhava, estavam repletas de malfeitores e animais selvagens; se um criado se aventurara sozinho numa viagem como aquela, então a mensagem devia ser realmente importante.
Importante a ponto de fazer com que Ginevra, a caçula das irmãs Venier, fixasse os olhos no bem-criado gigante sentado ao lado do pai dela, para depois concluir como sempre que Olivier Ducci Montaldo, com seus cabelos dourados e um par de olhos verdes como o mar, era o homem mais bonito que já vira na vida.
Ginevra suspirou. Olivier era um cavaleiro tão famoso e tivera uma vida tão fabulosa que a ela não parecia justo ser sua irmã Domiziana, que já não era virgem, aquela que acabaria por apanhá-lo no laço.
Como se presumisse o que ia pelos pensamentos da irmã caçula, Domiziana dirigiu-lhe um olhar de censura antes de retirar uma meada de sua cesta.
No mesmo instante, Ginevra baixou a cabeça e retomou os delicados contornos do unicórnio branco que bordava.
Por um bom tempo, tudo o que se ouviu pelo grande salão do palácio eram o crepitar do fogo na lareira e o leve ciciar dos fios de seda com que as damas Venier executavam seus bordados nas telas presas aos bastidores.
Coube a Luciano Venier, o chefe da família, romper o silêncio:
— Espero que as notícias não sejam más.
— Não sei... — respondeu Olivier, os olhos verdes meio nebulosos. — A bem da verdade, talvez eu nem devesse me incomodar com o assunto.
— Nada que diga respeito à sua mãe, espero — observou a condessa Claudia, esquecendo-se momentaneamente do trabalho manual.
A última coisa de que os Venier precisavam àquela altura dos fatos era que algo de mal acontecesse à condessa Blanche de Montfort Ducci Montaldo.
Por outro lado, era prudente não esquecer que a dama, francesa de nascimento, parecia ter o dom de estragar tudo com que se metia.
— Não, minha mãe encontra-se bem — retrucou Olivier, antes de tornar a enrolar o pergaminho. — Foi minha protegida, a dama Julia, que deixou Hamoncourt Hall para ir ao meu encontro em Belvedere.
Lady Claudia, fazendo o que podia para manter-se impassível ante o fato de ele usar a palavra "dama" para referir-se a Julia Madrigal, comentou:
— Suponho que ela venha para a Itália numa visita de cortesia. Afinal, sua generosidade para com aquela menina é reconhecida pela Europa inteira.
— Uma generosidade que tem seu motivo de ser — respondeu Olivier —, visto que a mãe dela salvou minha vida.


Série Saga das Profetisas
1 - Batalha de Corações
2 - Sob o Céu da Toscana
3 - Paixão e Intriga
4 - Encontro com o Destino
Série Concluída

Batalha de Corações

Série Saga das Profetisas

Um Homem para amar, outro para odiar!

Fazia cinco anos que Guy de Harnoncourt abandonara Francesca por outra.
Mas nada fez diminuir a paixão que ela sentia por aquele homem ou o ódio que sentia por Belden, irmão de Guy e responsável pelo rompimento de seu noivado.
Para Francesca, era questão de honra se vingar de Belden.
Mas um acaso do destino trouxe Belden de volta ao castelo em que Francesca vivia... e junto com ele estava Guy, gravemente ferido e precisando de ajuda.
Contratado pelos nobres da Toscana para protegê-los dos invasores franceses, Belden sabia que iria enfrentar muitos perigos na vida, mas nenhum inimigo lhe causava tanto temor quanto Francesca, cuja beleza selvagem a cada dia o fascinava mais e mais.
Belden sabia que o sentimento daquela mulher por ele era puro ódio.
Mas ele descobriu-se disposto a ganhar mais uma batalha: a batalha do amor!

Capítulo Um

Toscana, Itália, 1352
Quatro homens a cavalo subiram a colina e logo à frente avistaram as muralhas de Belvedere. O líder, Belden de Harnoncourt, fitou o horizonte.
O sol de outubro suavizava o entardecer, mas, ainda assim, o ar gélido penetrava a armadura.
Parte de sua mente de soldado sabia que para chegar ao duvidoso refúgio teriam de se apressar. Mas a visão do imponente castelo de pedra o enfeitiçava.
Ele ainda lembrava-se do solo fértil daquela região italiana, o canto dos pássaros ao anoitecer e o farfalhar tranquilo dos estandartes que exibiam o brasão dos Ducci-Montaldo acima da fortaleza.
Belden d'Harnoncourt, conhecido por inúmeras façanhas, percebeu, não pela primeira vez, que diante de si achava-se a inspiração de muitos poetas.
Um lugar encantado. Mesmo a aldeia de Sant'Urbano, protegida pela sombra do castelo, parecia estender-lhe a mão num gesto inocente.
Belden também sabia que admirava somente uma ilusão; a realidade testemunhara a decadência de muitos anos, somada a outras adversidades. Adversidades que ele próprio ajudara a causar.
Lentamente, tornou-se consciente dos aromas do outono. Como odiava tão bela estação. Sempre odiara. Sempre odiaria.
— Senhor?
Belden evitou o olhar preocupado de Cristiano.
Preferiu observar o irmão. Guy d'Harnoncourt, felizmente, desmaiara. Guy estava bem preso à sela, mas devido à perda excessiva de sangue, o rosto estava tão branco quanto cera.
Treinado desde a infância para encarar a morte firmemente, Belden não se permitiu olhar a mancha de sangue que se espalhava pela túnica do irmão.
— Temos de prosseguir — disse praticamente a si mesmo. Ao esporear seu cavalo, Belden, por um instante, pensou ter visto movimento numa das janelas da torre do castelo.
Um rosto pareceu fitá-lo nos olhos, transmitindo reconhecimento e acolhida. Sabia ser impossível tão calorosa recepção.
Permanecera muito tempo longe de Belvedere. E havia anos que partira.
O senhor de Harnoncourt acenou para seus homens, ordenando-lhes que prosseguissem. Então, mais uma vez, atravessaram o conhecido vale que os separava do castelo.
— Será possível?
A condessa Francesca Ducci-Montaldo encostou o nariz no vidro da janela e fitou os quatro homens que galopavam em direção a Belvedere.
Durante o breve momento em que o sol os iluminou, ela reconheceu as armaduras de cavaleiros. Contudo, pareciam desesperados já que se aproximavam em alta velocidade, tal qual flechas certeiras.
Os franceses, Francesca pensou. O medo a dominou, fazendo o coração disparar.
Quando um grito formou-se em sua garganta, a luminosidade do dia refletiu nas armaduras e ofuscou-lhe os olhos.
Quando novamente voltou a enxergar direito, não havia mais nenhuma ameaça, apenas o rosto de Francesca refletido no vidro.
Cabelos enegrecidos, olhos negros e a tez pálida que, apesar do susto, começava a relaxar.
Logo abaixo, as colinas amareladas da Toscana estendiam-se até Florença e para além de Roma e Nápoles.
Oliveiras, ciprestes, pinheiros e vinhas fartavam a região. A almejada serenidade agora estabelecia-se naquela terra onde, outrora, cavaleiros haviam empreendido terríveis jornadas.
— Paz — Francesca orou, enquanto esquadrinhava os arredores. — Amém.
— Ai!
O grito chamou-a de volta à realidade do laboratório. Virou-se, assustando-se com a penumbra. Lembrou-se, de súbito, das chamas incandescentes que a tudo devoravam.
Marco... Lucca... Piero II... Papai.


Série Saga das Profetisas
1 - Batalha de Corações
2 - Sob o Céu da Toscana
3 - Paixão e Intriga
4 - Encontro com o Destino
Série Concluída

Um Homem para Chamar de Meu

Nova Inglaterra, 1870.

Marian Laton...

Durante anos, Marian Laton escondeu seu rosto por trás de grandes óculos que deformavam os traços de seu rosto e seus preciosos olhos. Também ocultou seu corpo em roupas cinza que não permitem entrever nem o mais mínimo sinal de uma curva feminina. No entanto, esta imagem de jovem descuidada e desalinhada obedece a um plano de vida, uma ação destinada a um único fim: diferenciar-se de sua cruel e caprichosa irmã gêmea Amanda, capaz de enfeitiçar com sua beleza a qualquer homem que cruze em seu caminho.
A convivência nunca foi fácil para Amanda e Marian. Mas depois da morte de seu pai, tudo resultará ainda mais insofrível. Ambas deverão mudar-se de sua cômoda e elegante casa do noroeste americano pelo rancho que sua tia Kathleen Duun tem em Tejas. Para Amanda, a disposição paterna é uma autêntica maldição. Em mudança, para Marian, marcada por uma existência triste e opaca, esta nova vida suporá uma verdadeira aventura… sobretudo quando conhece a Chad Kincaid, um bonito vaqueiro filho de um rancheiro vizinho que acorda na jovem sentimentos até então desconhecidos. Mas a bela e coquete Amanda, que durante anos converteu aos homens em animais de estimação, não está disposta a deixar passar a ocasião de fazer cair em suas redes ao rude Chad. Com o que não contava é que Kinkaid fosse de outra espécie: um vaqueiro que, simplesmente, sabe ver além de grandes óculos deformantes.

Chad Kincaid...

Apesar de saber que herdará a propriedade de seu pai, Chad prefere o trabalho duro a viver sob a sombra deste. Marian está fascinada com a incrível masculinidade de Chad, mas sabe que, como ocorreu com todos os homens que ela e sua irmã conheceram, ele acabará escolhendo a Amanda. Chad não pode deixar de sentir-se fascinado por Amanda, mas logo começa a ver além da fachada de garota aborrecida que apresenta Marian, e descobre sua afeição pela aventura, sua valentia ante o perigo e seu senso de humor... Mas como pode ele, um simples cowboy sem experiência mundana, convencer a Marian de que para ele não existe outra mulher além dela?
Em uma história tão surpreendente como deliciosa, Johanna Lindsey reflete com habilidade e embriagadora emoção, o poder transformador do primeiro amor. Fazendo ornamento de um profundo conhecimento dos sentimentos dos homens, Lindsey tem escrito uma de suas mais absorventes novelas, que suas leitoras não quererão abandonar até a última página.

Capítulo Um

Mortimer Laton foi sepultado pela manhã em Haverhill, Massachusetts, a cidade onde tinha nascido e vivido toda sua vida. De fato, a cidade mudara seu nome pelo de Haverhill em 1870. Quando ele nasceu e se criou nela, a conhecia como Pentucket. Sua esposa, Ruth, achava-se enterrada em um dos cemitérios mais antigos, que já estava fora de uso porque chegou ao limite de sua capacidade pouco depois que a sepultaram. Não lhe teria importado que seu marido não repousasse toda a eternidade a seu lado. Na realidade, certamente o teria preferido assim, já que não se amavam.
Na grande lápide do túmulo de Mortimer se lia: «Aqui descansa Mortimer Laton, querido pai de Amanda e Marian.» Essa breve inscrição era obra de Amanda Laton, e lhe parecia ser mais adequado. Adorara a seu pai e ele, por sua vez, foi o pai perfeito para ela e lhe proporcionou tudo o que uma menina necessitava para sentir-se amada e protegida. Marian, se tivesse tido que dar sua opinião, teria arrancado a palavra «amado». 
O funeral foi uma pequena reunião, deprimente como a maioria dos funerais, apesar do bom tempo que imperava nessa manhã e das flores primaveris que enchiam os jardins. Só tinham assistido os criados de Mortimer, alguns de seus sócios e suas duas filhas.
O ofício tinha transcorrido em um notável silêncio. Essa manhã não houve amostras de histeria nem sonoros prantos, diferente do funeral de Ruth sete anos antes, em que Marian dera um espetáculo ao chorar desconsolada. Mas é que havia sentido que com a morte de sua mãe tinha perdido à única pessoa que a amava de verdade.
Hoje deveria ter ocorrido algo um pouco parecido. Amanda, que foi a preferida de seu pai desde o dia que nasceu, deveria ter chorado a lágrima viva. Mas desde que as duas irmãs receberam a notícia de que seu pai morreu no caminho de volta da viagem de negócios que fez a Chicago na semana anterior, ao cair do trem, quando passava de um vagão ao seguinte, Amanda não derramara  uma só lágrima de dor.
Os criados sussurravam que sofria de uma estranha forma de comoção, Marian teria estado de acordo, salvo pelo fato de que sua irmã não negava que seu pai houvesse falecido. Falava de sua morte e a comentava sem emoção, como se se tratasse de um acontecimento mundano que não a afetasse muito. Comoção? Pode ser, mas de uma classe que Marian não viu nunca. Por outro lado, Amanda era uma pessoa egocêntrica, como Mortimer. Era provável que lhe preocupasse mais como ia afetar a sua morte que esta em si.
Mortimer só foi capaz de amar a uma pessoa em todo tempo. Marian se dera conta disso quando era muito pequena e, ao final, deixara de esperar que fosse de outro modo. Por outra parte, jamais viu seu pai comportar-se de uma forma que indicasse que estava equivocada.
Seu pai não amou a sua mãe. O seu foi um matrimônio arranjado. Não eram a não ser duas pessoas que viviam juntas, compartilhavam a mesma casa e alguns interesses comuns. Levavam-se bem, mas não existia amor entre eles. Seus avós paternos morreram antes que Marian nascesse, de maneira que não viu de que modo se comportava com eles seu pai. E a única irmã que restava mudara de cidade quando Marian ainda era muito menina. Mortimer jamais falava dela o que indicava que não se importava, seja o que for que tivesse sido de sua vida.
Mas amou a Amanda. Disso ninguém tinha a menor dúvida. Desde o dia em que nasceu, seu pai se mostrou encantado com ela e a tinha repleto de cuidados, malcriada em realidade. As duas irmãs podiam estar na mesma habitação, mas ele só via a Amanda, como se Marian fosse invisível.
Em qualquer caso, agora já não importava. Marian podia deixar de atormentar-se por isso. Não era que não tivesse satisfeito suas necessidades materiais durante todo aquele tempo. Nesse sentido as duas irmãs tinham recebido o mesmo trato. Apenas, sim tinham desatendido as suas necessidades emocionais.

18 de agosto de 2010

O Highlander Banido

Trilogia Clã Campbell
Patrick MacGregor é um homem perseguido que vive no limite.

Despojado de suas terras e com seu clã proscrito, Patrick e seus homens se viram obrigados a ocultar-se e os culpados de tudo (ao menos para Patrick) são os odiados Campbell.

Assim não se deterá ante nada para salvar seu clã da destruição, e casar-se com a Elizabeth Campbell, cuja serena beleza admirou à distância, poderia ser a resposta.
Dispor um ataque parece o meio perfeito para ganhar a confiança da protegida moça, mas não demorará a dar-se conta de que não só é sua vida a que corre perigo se ela descobrir sua verdadeira identidade, mas sim algo que tinha acreditado perdido fazia muito tempo: seu coração.
Elizabeth Campbell jamais cometeu nenhuma imprudência em sua vida. Tímida e obediente, Lizzie sempre procurou fazer o correto, passando inclusive pela humilhação de dois compromissos quebrados sem pigarrear.
Mas atrás de sua séria fachada se esconde uma mulher apaixonada que luta por sair à superfície.
Seduzida pelo beijo de Patrick e enfeitiçada pela aura de perigo que lhe rodeia, Lizzie sucumbe à promessa que se esconde atrás de seu olhar sombrio, acreditando que encontrou ao homem perfeito.
Mas Lizzie não demora a perguntar-se se ao arriscar seu coração, perdeu tudo.

Capítulo Um

Nas proximidades do castelo de Campbell,
Clackmannanshire, junho de 1608.

Elizabeth Campbell baixou o enrugado pergaminho a seu regaço e olhou pela pequena janela, contemplando com tristeza a profunda sombra do castelo de Campbell perder-se na distância. Dava igual quantas vezes lesse a carta, as palavras eram sempre as mesmas. Sua hora, ao parecer, tinha chegado.
A carruagem avançava a tropicões pelo acidentado caminho, movendo-se a um passo cansativamente lento. A recente chuva havia tornado perigosa o meio-fio, de por si irregular, que conduzia às Highlands; mas se a coisa não melhorasse, levaria uma semana chegar ao castelo do Dunoon.
Lizzie dirigiu a vista ao interior da carruagem, e captou o olhar furtivo de sua donzela, Alys, mas a mulher se apressou a cravar os olhos novamente em seu trabalho de bordado, fingindo uma concentração que contradizia seus nefastos pontos.
Alys estava preocupada com ela, apesar de que procurava não demonstrá-lo.
— Ignoro como pode costurar com tudo este bamboleio... — disse Lizzie, com a esperança de evitar suas perguntas.
Mas seu discurso foi interrompido de repente quando, para apoiar aquela declaração, seu traseiro se separou do assento durante um prolongado instante e aterrissou de novo de forma tão violenta que os dentes bateram como castanholas, enquanto o ombro se chocava contra a parede revestida de madeira da carruagem.
— Ai! — queixou-se, esfregando o braço uma vez foi capaz de endireitar-se. Dirigiu um olhar a Alys, que tinha sofrido um destino similar ao dela. — Encontra-te bem?
— Sim, milady — respondeu a donzela, acomodando-se de novo no fofo assento de veludo. — Muito bem. Mas se os caminhos não melhorarem, antes de chegarmos teremos nos convertido em um montão de ossos quebrados e de hematomas.
Lizzie sorriu.
— Suspeito que vá piorar muito. Trazer a carruagem foi, possivelmente, um engano.
Teriam que trocar os cavalos quando passassem Stirlingshire, cruzassem a fronteira escocesa para a zona montanhosa e os caminhos se estreitassem ou, como diria ela, estreitassem-se ainda mais, posto que já fossem apenas o suficientemente largos para permitir o passo de uma carruagem nessa parte das Lowlands.
— Ao menos estamos secas — assinalou Alys, sempre disposta a ver o lado bom de uma situação. Possivelmente por esse motivo Lizzie desfrutava tanto de sua companhia. Pareciam-se muito nesse aspecto.


Trilogia Campbell
1 - A Força do Highlander
2 - O Highlander Banido
3 - O Highlander Traído
Trilogia Concluída

17 de agosto de 2010

Guerreiro Lendário

Série Guerreiros

O clã MacKendrick não sabe de lutas nem de armas.

Leva séculos cultivando as belas artes e o artesanato, sem preocupar-se de fortificações nem de amparo.
Mas agora que seu chefe morreu assassinado pelo temível Roderic, só fica uma esperança: o “Lobo Negro”.
Ariella MacKendrick, como chefe de seu clã, sabe que é a encarregada de proteger aos seus e também sabe que só poderá fazê-lo desposando-se com um chefe valoroso que consiga o respeito de sua gente. Será de verdade o “Lobo Negro” sua última esperança? Já solicitaram sua ajuda uma vez e só obtiveram o silêncio como resposta. Mas nesta ocasião está disposta a fazer algo para obter sua ajuda, embora para isso deva esquecer o orgulho e arriscar seu coração.

Capítulo Um


As Highlanders da Escócia, Primavera de 1207
— Estou morrendo.
Aquelas palavras soaram cheias de amargura, e talvez de uma leve sombra de incredulidade, como se abrigasse a esperança de que aquela sombria conclusão pudesse suscitar uma resposta contrária.
Mas Alvin o contemplou com tranqüilidade, e seu envelhecido semblante não delatou nem o mais mínimo ressentimento que lhe atendia o coração.
Tinha sustentado a aquele homem em seus braços à noite em que tinha aspirado sua primeira baforada de ar.
Alvin tinha falado ao pai do menino do magnífico chefe em que se converteria seu filho ao fazer-se adulto, das décadas de paz e prosperidade que esperavam ao clã MacKendrick.
E, enquanto contemplava aquele bebê rosado e que choramingava, enquanto relatava maravilhas a respeito de seu brilhante futuro, soube com dolorosa, desesperada certeza que chegaria este sinistro momento.E que ele ia estar ali, ao seu lado, para ver como seu amado protegido fazia-se um homem, para ver como seus pulmões exalavam o último e rouco suspiro.
— É à hora — disse Alpin com simplicidade.
O chefe MacKendrick refletiu sobre isso durante uns segundos, tratando de resignar-se à idéia.
Gritos de medo e de aflição sulcaram o corredor além de sua câmara, uns gritos que acrescentaram, mas tortura a seus instantes finais. Aferrando-se aos últimos vestígios de força, agarrou-se com fúria a pulsante ferida que tinha no lado e obrigou a si mesmo a incorporar-se.
— Mas não veio — protestou, tentando demonstrar ao Alpin que tinha que estar equivocado— Devo continuar dirigindo a batalha contra Roderic.
Seguirei com vida o tempo suficiente para ver o Lobo Negro. Tenho que estar seguro de que é ele.
— Não corresponde a ti decidi-lo — disse Alpin em voz baixa — Só Ariella pode determinar se ele tiver que ser o chefe do clã. A decisão corresponde unicamente a ela.
A expressão de MacKendrick se obscureceu.
— Se for ele, deveria estar aqui, maldita seja — disse, fazendo chiar os dentes — Onde diabo está? — A pergunta retumbou no ar antes de dissolver-se em um patético acesso de tosse.
— Virá — prometeu Alpin, ao tempo que obrigava ao chefe moribundo a deitar-se de novo na cama — Eu o vi. O Lobo Negro virá
— Está seguro? — exigiu ele com a voz rouca — Não estará tentando aliviar meus últimos momentos me mentindo?
— Vi-o — assegurou-lhe Alpin — Virá.


Série Guerreiros
1 - Guerreiro Lendário
2 - Feiticeira
3 - A Rosa e o Guerreiro
Série Concluída

A Força do Highlander

Trilogia Clã Campbell

O implacável defensor da lei do clã mais poderoso de Escócia,

Jamie Campbell, é o homem mais temido das Highlands.
Uma força física pura unida a uma ardilosa visão política fez dele uma poderosa força que poucos homens ousam enfrentar.

Decidido a terminar com a anarquia e os conflitos das Highlands, os objetivos de Jamie são claros: com a desculpa de pedir a mão da filha do chefe de Lamont em casamento, descobrirá se os Lamont dão proteção aos proscritos do clã MacGregor.
Mas esta desculpa se torna desejo quando conhece a formosa jovem que governa aquele clã com delicado punho de ferro.
O bravo escocês não esperava que a mulher que deseja acima de todas as outras, porá a prova seu dever e lealdade para com seu clã.
Adorada por sua família, Caitrina Lamont não tem a menor intenção de abandonar seu amado pai e seus adorados quatro irmãos mais velhos por um marido… muito menos por um Campbell.
Mas Jamie Campbell não se parece em nada como os outros pretendentes que o pai de Caitrina fez desfilar frente à ela.
Sua pura masculinidade representa uma ameaça como nenhum outro homem foi antes.
Mas quando o idílico mundo de Caitrina se faz em pedaços, poderá o homem ao qual culpa por sua tragédia converter-se em sua única esperança de futuro?

Capítulo Um

Uma lei não é a justiça.
Provérbio escocês

Castelo de Ascog, ilha de Bute, Escócia, junho de 1608.

Caitrina Lamont se olhou no espelho enquanto sua jovem donzela abotoava a última parte da gola de seu vestido.
Os delicados pontos, adornados com pequenos brilhantes, emolduravam seu rosto como um cintilante halo.
Dissimulou um sorriso travesso, já que não tinha muitas ilusões nesse terreno: como seus irmãos tanto gostavam de assinalar, era muito atrevida e muito teimosa para que alguém pudesse confundi-la com um anjo.
— Um homem quer é uma mulher dócil e recatada — zombavam dela, sabendo perfeitamente que isso só a tormava mais teimosa.
Quando por fim a donzela terminou, Caitrina retrocedeu para ver melhor o vestido novo no espelho.
Era verdadeiramente magnífico. Uma faísca brilhava em seus olhos e seu olhar cruzou com a de sua amada babá.
— Ai, Mor, não é o vestido mais lindo que viu em sua vida?
Mor tinha estado observando o processo com a crescente consternação de uma mãe que envia pela primeira vez seu filho à batalha.
E a analogia não era de todo descabida.
Essa noite haveria uma grande festa para celebrar a abertura da reunião Highland que esse ano teria lugar em Ascog.
Mas Caitrina sabia que seu pai tinha grandes esperanças de prometê-la a um dos muitos highlanders que viriam para provar sua força e sua habilidade.
Apressou-se a desprezar essa desagradável ideia antes que pudesse estragar a alegria de seu presente.
— Lindo? — A mulher lançou um bufar de desaprovação, cravando um eloqüente olhar no decote quadrado, onde os seios de Caitrina ameaçavam saltar dos limites do espartilho.
Mor jogou a jovem donzela para fora do quarto antes de prosseguir com sua reprimenda. — É indecente. E não sei o que houve com os outros vinte vestidos «lindos» que tem no armário.
Caitrina franziu o nariz.
— Ai, Mor, sabe muito bem que não tenho nenhum como este. — Jogou um olhar aos seus seios, que se erguiam por cima do decote. Está certo, era muito baixo.
Quase se via o rosado do... Fez um esforço para não ruborizar, sabendo que ainda daria mais motivos para sua babá discutir.
— O vestido é dos mais decentes — declarou — Todas as damas que sabem de moda têm vestidos como este em Whitehall.
Mor resmungou algo que soava depreciativamente como os «malditos loucos ingleses», que Caitrina preferiu ignorar.
Séculos de inimizade não podiam ser esquecidos simplesmente porque o rei da Escócia se converteu também em rei da Inglaterra.
Ergueu a seda de cor dourada para que a luz da janela se refletisse em ondas incandescentes e suspirou sonhadora.
— Sinto-me como uma princesa com este vestido.
A mulher bufou.
— Certamente foi pago o resgate de um rei para que o enviassem de Londres até a ilha de Bute. — Mor interrompeu e moveu a cabeça. — E é uma loucura, quando em Edimburgo temos alfaiates muito competentes.


Trilogia Clã Campbell
1 - A Força do Highlander
2 - O Highlander Banido
3 - O Highlander Traído
Trilogia Concluída

15 de agosto de 2010

O Lorde Perigoso

Trilogia dos Lordes
Ela não sabia o quão perigoso ele era...

Para evitar que uma querida amiga se casasse com o famoso Ian Lennard, o Visconde de St. Clair, Felicity Taylor revelou o passado obscuro dele na sua coluna de fofocas anônima de Londres.
Mas a destemida Srta. não podia imaginar a raiva de St. Clair. O perigoso libertino estava agora sem noiva, e ainda precisando desesperadamente de um herdeiro. 
Então imagine a surpresa de Felicity quando o lorde sangue-quente lança seu olhar sobre ela! Ameaçada com a exposição e a ruína, qual escolha ela tinha senão a de se casar com ele? ...até se casar com ele!
Uma esposa era meramente uma necessidade para garantir sua fortuna — ou era o que Ian pensava até conhecer Felicity.
Ele descobre que a audaciosa mulher se assemelha a ele em inteligência e paixão... e ela pode ser mais do que ele pode aguentar.
Beijos ardentes e toques carinhosos o tentam a confiar nela para abrir seu coração – mas Ian sabe que os segredos que ele esconde irão afastá-la. Então nada poderá ser mais perigoso do que se apaixonar pela sua fogosa noiva.

Capítulo Um

5 de dezembro de 1820
Algum idiota estava espalhando rumores sobre ele de novo. Ian Lenard, o Visconde St. Clair chegou a essa conclusão no momento em que entrou no clube de cavalheiros e o mordomo cumprimentou-o com uma piscadela e murmurou:
— Muito bem, milorde. — enquanto tirava seu casaco.
O sombrio mordomo do Brooks tinha piscado para ele. Piscou para ele, pelo amor de Deus. Como felicitações não era o caso, Ian só podia supor o pior. Ele fez uma careta enquanto andava pelos corredores atapetados em direção à sala de leitura, aonde ia ao encontro de seu amigo Jordan, o conde de Blackmore. Então um pensamento reconfortante lhe ocorreu. Talvez o mordomo tivesse bebendo no trabalho novamente e tinha apenas o confundido com outra pessoa.
Em seguida, um grupo de homens que mal conhecia parou de conversar e o parabenizam. Os comentários – Quem é ela? ­­- e - Então você fez de novo, seu cachorro espertalhão. Foram acompanhados por mais piscadelas. Todos eles não poderiam tê-lo confundido com outra pessoa.
Com dificuldade, ele reprimiu um gemido.Só Deus sabe qual foi a história desta vez. Ele tinha ouvido a maioria delas. Sua favorita era ele resgatando a filha ilegítima do Rei da Espanha de um antro de piratas bárbaros, a quem ele venceu sozinho,ganhando assim como recompensa uma mansão em Madrid. É claro, o Rei de Espanha não tinha filha,ilegítima ou não, e Ian nunca tinha sequer conhecido um pirata bárbaro. A única verdade da história era que ele tinha sido apresentado ao rei da Espanha e que a família de sua mãe era dona de uma mansão emMadrid.
Mas os boatos, pela sua própria natureza, não exige fundamento na verdade, então seria inútil negá-los. Por que alguém deveria acreditar nele quando a fofoca era muito mais interessante? Assim, ele respondeu de modo habitual. Uma resposta evasiva e um olhar irônico, cuja intenção era sempre a de se livrar dos iludidos e dos curiosos.
Ele quase chegou à sala de leitura quando o Duque dePelham aproximou-se dele.
― Boa noite, meu velho—, o robusto senhor disse com uma jovialidade incomum. — Queria convidá-lo para um pequeno jantar que estou dando amanhã, você e alguns outros com suas inamoratas. Certifique-se de trazer sua nova amante.  Gostaria de dar uma olhada nela.
Ian cravou as vistas no sapato do homem a quem não gostava.
— Minha nova amante?
Pelham cutucou-o presunçosamente.
Nem tente manter a mulher em segredo agora, St. Clair. O gato, ou devo dizer, a gatinha está fora do saco, e todo mundo quer saber a cor da sua pele e quão profunda suas garras estão enterradas em você. 

Trilogia dos Lordes
1 - Lorde Pirata
2 - Lorde Proibido
3 - O Lorde Perigoso
Trilogia Concluída