5 de junho de 2010

O Highlander Indomável

Trilogia MacLeod de Skye

Um matrimônio explosivo pode acabar com a guerra de dois clãs rivais... ou talvez começar outra.
Isabel aceitou casar-se com Rory MacLeod, líder do clã rival. 

Nesta Escócia medieval as regras do jogo estão muito claras: Rory sabe que pode dar fim a este matrimônio ao final de um ano e procurar outra mulher.
Entretanto, a chegada da esperta Isabel ao seu castelo significa algo que não esperava. 
Esta mulher, que atua com intenções secretas, bem pode ser uma inimiga. E aos inimigos é preferível os ter perto, muito perto. Mas... Poderá resistir Rory aos encantos desta esposa cheia de segredos?

Nota da Revisora Gis Miranda: O livro é legal e o mais interessante é que ele é baseado em uma história verdadeira. Os personagens do livro realmente existiram, claro que a autora deu o toque romântico a obra, o que fez toda a diferença.
Lógico, vale a pena ler.

Prólogo

Castelo do Dunscaith, ilha de Skye, 1599

O chão estremecia com o forte tamborilar dos cascos dos cavalos quando a vintena de guerreiros se aproximava do castelo. 
Seu líder, Roderick MacLeod, chefe dos MacLeod, esporeava seus arreios, lançando-os através do terreno rochoso como alma que leva o diabo. Tinha que chegar até ela antes que...
Justo nesse momento, um enorme clamor se elevou por cima do troar dos cavalos, e com ele, suas esperanças se fizeram em pedaços.
Rory soltou uma maldição, sabendo que os gritos jubilosos da multidão só podiam significar uma coisa:
O aviso tinha chegado muito tarde.
Negando-se a aceitar o que já sabia, Rory obrigou ao poderoso cavalo de guerra a avançar mais rápido, a ascender mais veloz pelo íngreme atalho.
Finalmente, cavalo e cavaleiro chegaram à crista da montanha, da que se via, por fim, o cruel espetáculo orquestrado pelo inimigo mais desprezado de Rory.
Apenas a duzentos metros por debaixo deles, a irmã do Rory, montada em um cavalo, percorria lentamente o caminho entre uma multidão de aldeãos que se mofavam dela. Parecia diminuta, dolorosamente só entre a enlouquecedora multidão. Seu cabelo, uma esplêndida coroa espessa de cachos, brilhava como ouro branco sob o sol do verão. Mas nem a magnificência de sua cabeleira nem os restos de sua beleza de fada faziam esquecer aos aldeãos o visível emplastro negro que lhe tampava um olho.
Inclusive de longe, Rory via a dor de Margaret.
A rígida linha de sua coluna, o quase imperceptível tremor de suas mãos ao aferrar as rédeas de seu cavalo aleijado, o ligeiro estremecimento quando as brincadeiras molestavam seu pétreo orgulho.
A Rory só chegavam retalhos de suas odiosas palavras. "Cara... horrenda... torta... marca do diabo..."
Rory seguiu adiante, depressa, embora o dano já estivesse feito.
Ninguém salvo o MacDonald de Sleat era capaz de repudiá-la com uma procissão tão monstruosa.


Trilogia MacLeod de Skye
1 - O Highlander Indomável
2 - O Segredo do Highlander
3 - O Highlander Seduzido
Trilogia Concluída

A Dama da Noite

Série Liga das Quartas-feiras

Ela poderia escapar da escuridão do seu passado? Inglaterra Ethan Travis não tinha como saber dos negócios mais íntimos de Sarah. 

Ele a enxergava como uma dama perdida e vulnerável que precisava dos raros talentos deles para ser salva.

Do mesmo modo, Ethan precisava do amor incondicional de Sarah. 
Ele sempre soube usar muito bem a fama que lhe dava o título de “Demônio de Alsácia”, e Sarah Hunter sentiu-se atraída por ele de modo intenso e selvagem.
Mas era um sentimento fútil, bem sabia, pois mesmo um homem com um passado duvidoso jamais desejaria um mulher sem futuro! 

Capítulo Um 


Londres, maio de 1818 

Havia muita tensão na sala de visitas de lady Sarah Hunter. 
A decoração alegre em tons de azul e amarelo e a luz que se infiltrava pelas altas janelas do segundo andar não conseguiam animar o ambiente. 
Quatro mulheres sentavam-se em volta de uma mesa de chá e fitavam umas as outras com ansiedade. 
As decisões que tomavam em tais ocasiões nunca eram fáceis e poucas vezes agradáveis. 
Uma quinta mulher na sala era quase estranha para as demais.
Gladys Whitlock, de aparência agradável, apesar de não ser bonita, com trinta e poucos anos, fora-lhes enviada por madame Marie, modista da alta sociedade. 
Enquanto contava sua história, vez por outra tocava uma ferida recente no pescoço. 
Quando terminou, enxugou o canto dos olhos com um lencinho de linho. 
- Sinto-me uma tola por lhes contar tudo isso, mas madame Marie disse-me que poderiam me ajudar. Na verdade, senhoras, são minha única esperança. 
Com um suspiro, Sarah recolocou a xícara de chá sobre o pires e ajeitou atrás da orelha uma mecha rebelde de cabelos. 
Temia estar ficando muito cansada das coisas mundanas e imaginava se as outras moças de vinte e quatro anos também se sentiam assim. 
Voltou a atenção para o grupo, quando Grace Forbush, a elegante viúva de cerca de trinta anos, que desdenhava a moda dos cabelos frisados, preferindo usá-los lisos em um coque baixo, externou para o grupo sua opinião sobre o problema. 
- Em resumo, o sr. Harold Whitlock escondeu os três enteados e continua a ameaçar e abusar da sra. Whitlock. Cada vez passa mais tempo nas casas de ópio e torna-se sempre mais imprevisível. A sra. Whitlock teme pela segurança de seus filhos e por sua própria vida. Creio que a situação não é boa.
Sarah fitou as outras mulheres e deu de ombros. Precisava dizer uma coisa. 
- É hora do sr. Whitlock sair do caminho. - Podemos fazer uma petição ao tribunal - sugeriu Charity Wardlow, os olhos azuis muito honestos.

Série Liga das Quartas-feiras
1 - Por Justiça ou por Amor
2 - A Dama da Noite
3 - Um Segredo de Natal
4 - A Vingança do Libertino
5 - O Herdeiro Perdido
6 - Bela e Culpada
Série Concluída

2 de junho de 2010

Um Amante Indiscreto

Trilogia Duque
Ela era o desejo de cada homem, mas o que deseja é a indiscrição do duque.

Lady Charlotte Hughes leva uma vida dupla, durante o dia é a simples e comedida irmã de um homem dominante que o único desejo é vê-la casada e longe dele.
De noite é a encantadora e intrigante famosa cantora de ópera que deixa loucos de luxúria os homens.
Mas o único homem que ela deseja é Colin Ramsey, Duque de Newarkm, embora o elegante nobre nunca fosse manchar sua reputação por uma mulher como ela. Por isso fica surpreendida quando o duque começa a persegui-la como seus outros admiradores. 
E tentando seduzi-la descobrirá sua verdadeira identidade.
Charlotte se submeterá aos desejos do atraente duque, mas só como esposa, uma proposta que Colin aceita ansiosamente. Mas seu secreto dever com a Coroa irá expor Charlotte a um perigo muito real, e ameaçará a paixão que os une.

Capítulo Um

Londres, Inglaterra, fevereiro de 1861.
Colin Ramsey, o distinto terceiro duque de Newark, levava três anos e meio apaixonado por Lottie English.
Bom, o mais provável era que esse não fosse seu verdadeiro nome, e é obvio não foram apresentados formalmente. Não obstante, essa parte dela que tanto o fascinava quando a via cantar nos cenários jamais se afastava de seus pensamentos e, conforme suspeitava seguiria sendo o núcleo de suas fantasias eróticas até que exalasse seu último fôlego...
Ou até que se deitasse com ela.
E essa era a imagem que tinha em mente quando entrou no magnífico Royal Italian Opera House de Covent Garden e se fez a solene promessa de que essa noite falaria com ela por fim.
Tinha tentado apresentar-se ante ela em duas ocasiões penetrando entre os bastidores depois de suas atuações, mas ela tinha conseguido evitá-lo: depois de inclinar-se ante o público que a adorava pela última vez tinha abandonado o teatro a toda pressa e se afastou em uma carruagem de aluguel para lugares desconhecidos sem que ele conseguisse alcançá-la.
Esse era o mistério de Lottie English e a razão, supunha Colin, pela qual a diva ocupava seus sonhos e suas fantasias.
Ninguém sabia nada dessa mulher, além de que era uma das maiores sopranos da Inglaterra.
Essa noite, como sempre, desfrutaria de sua interpretação de Susanna nas núpcias de Fígaro, de Mozart, mas não tentaria apresentar-se ante ela depois da atuação como tinha feito outras vezes.
Essa noite a pegaria despreparada durante o intervalo. Era improvável que se negasse a receber o duque de Newark.Seguro de si mesmo, Colin se sentia tão entusiasmado como um garoto de escola enquanto observava seus amigos: Samson Carlisle, duque de Durham, e sua flamejante esposa, Olivia, que bebiam champanha no centro do vestíbulo do teatro.
Como era de esperar, toda as pessoas que conhecia pessoalmente tinha chegado a inteirar-se com o tempo dos libidinosos sentimentos que alimentava pela encantada Lottie, e todos achavam muito divertido..., o bastante para ficar embasbacado de vez em quando, algo que sem dúvida fariam também essa noite.
A magia da iminente atuação impregnava o ar quando Colin inclinou a cabeça para saudar umas quantas damas que lhe fizeram uma reverência enquanto atravessava o cheio vestíbulo iluminado pelos lustres de cristal e os candelabros das paredes. 
Essa noite usava um traje formal; tinha escolhido seu melhor traje de seda negra com gola e punhos de veludo, uma camisa branca com babados vincados, um colete cinza escuro e uma gravata combinando presa por um alfinete de ônix.
Penteou o cabelo para trás e se colocou umas gotas de água de colônia almiscarada. Lottie English merecia o melhor.


Trilogia Duque
1 - Doce Pecado
2 - Um Romance Escandaloso
3 - Um Amante Indiscreto
Trilogia Concluída

1 de junho de 2010

A Senhora de Falcon Ridge

Série Vikings
Normandia, 922

Um plano infalível

Quando Chessa, princesa da Irlanda, foi raptada por Ragnor de York, Cleve se empenhou em resgatá-la, pois fora ele quem negociara o casamento dela com William da Normandia, e sua palavra estava em jogo. Mas uma tempestade levou Chessa e seus raptores a Hawkfell Island, e a situação se complicou...
Quando Cleve chegou a Hawkfell Island, ficou surpreso ao descobrir que Chessa não queria se casar com Ragnor, nem com William. Ela queria se casar com ele!
No entanto, a paixão que unia Cleve e Chessa seria posta à prova, porque antes de fugirem juntos para Falcon Ridge, o lar de Cleve, eles teriam de enfrentar a fúria de dois homens poderosos, além de outros perigos que os aguardavam ao longo do
caminho...

Capítulo Um

Fazenda Malverne, Vestfold, Noruega, ano de 922.
Cleve teve o sonho pela primeira vez no terceiro aniversário de sua filha. Era uma noite de pleno verão, quando não escurecia totalmente, e a atmosfera se mantinha em um cinza-escuro suave até o amanhecer.
Viu-se no alto de um penhasco estreito, escutando os sons e aspirando o ar quente e úmido. Mais abaixo, corria uma cascata ruidosa, que se estreitava em um trecho da encosta antes de se abrir com violência sobre um paredão de meia altura e despencar a perder de vista.
Ao seu redor, árvores frondosas e flores amarelas e púrpuras, que pareciam brotar das rochas. Grandes pedras arredondadas e rochas fragmentadas espalhavam-se pelo matagal.
Uma névoa fina desceu sobre ele e o fez estremecer de frio. Em uma reação instintiva, Cleve apertou a capa de lã em torno do corpo.
Um pônei negro, com uma estrela branca na testa, o esperava lá embaixo.
Embora fosse pequeno, parecia ter o tamanho ideal. Nem o animal, nem a região rochosa, nem a névoa lhe eram desconhecidas. O cenário e o aroma doce e suave comprimiam-lhe a garganta.
A pele de lobo solta nas costas do pônei ficou torta quando ele montou.
Em seguida, ele disparou pela cam¬pina onde se multiplicavam flores brilhantes, as quais espalhavam no ar seu cheiro adocicado.
A névoa fina e gelada cessou, e o sol apareceu, esplendoroso. O calor logo se tornou intenso, e ele sentiu o suor molhando a testa.
O pônei chegou até a extremidade da campina e virou em uma trilha rumo ao Leste. Então ele deteve o animal e o fez seguir na direção oposta.
O suor ardia em seus olhos e molhava suas axilas. A idéia de ir para o Leste o deixava com dor no estômago.
Queria fugir para bem longe, para não ver...
Mas o quê?
Sacudiu a cabeça de um lado a outro. Não queria voltar, mas não havia alternativa.
De repente, ele estava lá, olhando a enorme residência de madeira com telhado de colmo e ripas.
Uma fortaleza. O silêncio imperava apesar de homens e mulheres estarem trabalhando nos campos, carregando lenha, cuidando das crianças. Não se ouviam risos, conversas, nem brincadeiras.
De repente escutou vozes vindo de dentro da fortaleza, mas não quis entrar.
Os sons se tornaram mais altos quando a enorme porta de madeira foi aberta.
Apesar da fumaça proveniente da lareira funda e central, ele pôde ver os homens afiando os machados e polindo os elmos.
Mulheres teciam, costuravam e cozinhavam. Embora tudo parecesse normal, ele quis fugir dali, mas não pôde.
Então ele a viu: loira, de cabeça baixa, pequena e indefesa.


Série Vikings
1 - Season of the Sun
2 - Paixão Selvagem
3 - O Lord de Raven's Peak
4 - A Senhora de Falcon Ridge

Um Romance Escandaloso

Trilogia Duque
O escandalosamente atraente Samson Carlisle não é o falso nobre ao que Lady Olívia estava perseguindo... 
Mas sim o amante que fervorosamente deseja.Quando Lady Olivia Shea é abandonada em sua noite de núpcias, jura que perseguirá seu marido e lhe exigirá a herança que lhe roubou. 
Não muito depois, o encontra cara a cara em um baile em Londres.
Só que o homem a quem ela desafia não é Edmund Carlisle, mas sim seu irmão gêmeo, Samson Carlisle, Duque de Durham.
Samson mesmo tendo desconfiança das mulheres, decide ajudar à bela herdeira angla — francesa a descobrir o paradeiro de seu irmão.
Assim traçam um plano: Samson se fará passar por Edmund e retornará com Olivia a Paris, onde a jovem é proprietária de uma loja de perfumes.
Entretanto, a viagem estará cheia de perigos que podem destruir o crescente amor entre Samson e Olivia.


Capítulo Um

Londres, Inglaterra, finais de março de 1860.
Tinham passado quatro meses da última vez que tinha estado com uma mulher, e talvez um ano desde que acariciasse a uma cujo nome recordasse.
Essa noite, entretanto, tinha a intenção de procurar-se companhia fossem quais fossem as circunstâncias.
Necessitava um escarcéu entre os lençóis mais que nunca.
Por desgraça, a circunstância a superar era que na festa de apresentação em sociedade do Beatrice, uma prima longínqua, só havia damas de bom berço que flertavam com dissimulação, riam pelo baixo e se pavoneavam frente a ele embelezadas com ricos vestidos em todos os tons do arco íris.
Era uma dessas típicas festas às que se via obrigado a assistir, a primeira da temporada, e a oferta de fêmeas dispostas a solucionar seu problema era, mas bem escassa.
A ausência absoluta de presença feminina em sua vida de um tempo a essa parte era sem dúvida um pouco patético, em especial para ele: Samson Carlisle, o distinto, libertino e escandaloso quarto duque de Durham.
Ou isso lhe havia dito. Os que pensariam os descarados de seus amigos se averiguassem essa recente despreocupação pelo gênero feminino? Tinha uma reputação infame que manter. É obvio ninguém o conhecia em realidade tão bem como acreditava. Nem sequer seus melhores amigos. E assim devia ser.
Apoiado contra uma enorme coluna de mármore com volutas em bronze e ouro que estava situada no extremo oposto ao da escada principal, Sam bebia com calma um uísque bastante mau enquanto contemplava a derrota da pista de baile.
Desde sua avantajada posição podia apreciar a maior parte do salão de baile e passar mais ou menos despercebido.
Aborrecia as festas. Em realidade desprezava tudo aquilo que o convertesse no centro de atenção, e ocorria que, dado que quase sempre era o indivíduo com o título de maior fila em qualquer ato social e também o mais rico, estava acostumado a ter a muitas pessoas revoando a seu redor.
Em algumas ocasiões resultava do mais óbvio, mas em outras não.
Os cavalheiros queriam lhe fazer propostas de negócios, as jovens inocentes riam como tolas enquanto suplicavam seu interesse com o olhar e as damas casadas paqueravam de maneira sutil ou lhe faziam descarados convites que ele sempre, sempre, rechaçava.
Se havia algo que tinha aprendido bem a seus trinta e quatro anos era que nunca, em nenhuma circunstância, devia confiar-se em uma mulher casada.


Trilogia Duque
1 - Doce Pecado
2 - Um Romance Escandaloso
3 - Um Amante Indiscreto
Trilogia Concluída

31 de maio de 2010

Doce Pecado

Trilogia Duque
Faz muito tempo que Vivian está longe da vida de Londres.

Até a sombra de um escândalo voltar na forma de chantagem:
Ou recupera um manuscrito de Shakespeare ou todo mundo vai saber o que ela está determinada a esconder de todos.
Para salvar sua honra, Vivian tem apenas um caminho: desonrar-se com o Duque de Trent, famoso por sua negra reputação e suspeito de ter assassinado sua esposa, mas também o que possui o cobiçado manuscrito.
Faz muito tempo que Vivian está longe da vida de Londres.
Até a sombra de um escândalo voltar na forma de chantagem: ou recupera um manuscrito de Shakespeare ou todo mundo vai saber o que ela está determinada a esconder de todos.
Para salvar sua honra, Vivian tem apenas um caminho: desonrar-se com o Duque de Trent, famoso por sua negra reputação e suspeito de ter assassinado sua esposa, mas também o que possui o cobiçado manuscrito.

Capítulo Um

Sul de Cornwall, julho de 1856
Vivian observou fixamente a nota escrita à mão: «Sua excelência deseja…».
Com um sorriso malicioso, pensou o quanto lhe agradava que ele a desejasse… Entretanto, somente o tinha visto uma vez, de longe, e considerar semelhante idéia era o mais escandaloso.
Dobrou a nota sem dedicar nem um pensamento absurdo a mais e a guardou no enorme bolso do blusão de trabalho.
Teria as orquídeas preparadas, seu maior orgulho entre as flores que cultivava, em alguns dias, tal e como tinha solicitado seu mordomo.
Aquele seria um trabalho remunerado, ou melhor, dizendo, uma obra de arte remunerada, como todos os anos nessa época.
Uma vez mais, satisfaria o pedido formal e estereotipado de flores frescas que tinha feito o reservado duque de Trent; umas flores que utilizava para adornar os ambientes de sua propriedade costeira, a qual se estendia vários quilômetros sobre a colina ocidental com vista para península de Lizard.
E esse ano, como todos outros, faria todo o possível para dar uma olhada nesse enigmático homem que tinha conseguido escapar da forca pelo assassinato de sua esposa.
-Senhora Rael-Lamont?
Vivian deu um pulo ao escutar seu nome e se voltou apressada para a porta que havia entre sua casa e o jardim, onde sua governanta a contemplava com uma expressão indecifrável em seu envelhecido e enrugado rosto; ao que parecia não lhe importava absolutamente que sua senhora estivesse sonhando acordada ao invés de estar plantando.
-O que ocorre, Harriet? - perguntou em seguida.
A mulher vacilou e limpou as mãos no avental.
-Veio uma… pessoa para vê-la. Um homem. Um… É um dos atores da companhia shakespeariana que atua no Cosgroves este verão.
Vivian reprimiu o impulso de abrir a boca.
- Há um ator aqui?
Harriet baixou a voz.
- Disse que se chama Gilbert Montague.


Trilogia Duque
1 - Doce Pecado
2 - Um Romance Escandaloso
3 - Um Amante Indiscreto
Trilogia Concluída

O Lord de Raven's Peak

Série Vikings

Escandinávia e Normandia, 916

Uma paixão a toda prova...
Ao comprar um jovem no mercado de escravos de Kiev,
Merrik Haraldsson conseguiu resgatar também o irmão mais velho do menino, um garoto maltrapilho, imundo e desnutrido.
Por isso, qual não foi sua surpresa, tempos depois, ao descobrir que, na verdade, não se tratava de um irmão, mas de uma irmã...
Por baixo da imundície e dos farrapos, escondia-se uma jovem linda e inteligente, determinada a usar sua habilidade de contar histórias para ganhar ouro e prata suficientes para comprar a sua liberdade e a do irmão. Merrick, no entanto, se recusou a deixar a encantadora Laren partir...
E quando, finalmente, os segredos dela vieram à tona, ele lutou para protegê-la, e salvar a paixão avassaladora que tomara conta do seu coração...

Capítulo Um

Mercado de Escravos de Khagan-Rus Kiev, ano de 916.
O cercado de escravos recendia a corpos sem banho, naquela manhã fria. A brisa do rio Dnieper soprava gentilmente, e o sol acabara de nascer por trás de Kiev, os dedos dourados a se projetarem pela infindável extensão de colinas nuas e montanhas desoladas ao leste.
O fedor das peles sujas do inverno e dos corpos sem higiene não ofendia as narinas tanto quanto a abjeta miséria humana ofendia a sensibilidade. Contudo, uma condição tão familiar em lugares como aquele dificilmente seria notada.
Merrik Haraldsson soltou o pesado broche de prata do casaco de peles.
Tirou o casaco e pendurou-o no braço ao rumar para o mercado.
Aportara seu escaler, O Corvo de Prata, no longo píer de madeira que ficava numa enseada protegida do Dnieper, logo abaixo de Kiev.
A subida era íngreme, e ele apertou o passo, pois queria chegar o mais cedo possível ao mercado para encontrar um escravo que sua mãe aprovasse antes que só restassem os mais fracos e doentes.
Virou-se para Oleg, a quem conhecia desde que ambos eram garotos, ansiosos para superar os irmãos mais velhos e conseguir seus próprios escaleres para comerciar e ficarem ainda mais ricos que seus pais e irmãos:
—Partiremos depois que eu comprar uma escrava. Fique atento, Oleg, pois não quero um burro de carga para a casa de minha mãe, ou uma criada de olhos puxados que venha a pôr em risco a fidelidade de meu pai. Ele não tem nenhuma concubina há trinta anos. Não quero que comece agora.
—Sua mãe racharia a cabeça dele caso seu pai algum dia olhasse afetuosamente para outra mulher, e você sabe muito bem disso.
Merrik sorriu.
—Minha mãe é uma mulher de paixões fortes. Está bem, então pense na esposa de meu irmão. Sarla é uma coisinha tímida e poderia facilmente ser governada por uma mulher mais esperta, escrava ou não.
Teremos de levar em consideração muitos fatores antes de escolher a mulher certa. Minha mãe precisa de uma escrava que lhe seja fiel e que trabalhe só para ela.
Quer ensiná-la a fiar, já que seus dedos estão endurecidos e doem agora.
Roran me disse que haveria uma excelente seleção esta manhã, com muitos escravos trazidos na noite passada de Bizâncio.
—E da cidade dourada de Miklagard. Como eu gostaria de viajar para lá, Merrik. Dizem que é a maior cidade do mundo.
— É difícil acreditar que mais de meio milhão de pessoas vive lá. No próximo verão, teremos de construir um escaler mais forte para suportar as corredeiras abaixo de Kiev que são perigosas. Há sete delas e cada uma mais mortal que a outra, e a pior é a de Aifur. E existem muitas tribos hostis vivendo ao longo do Dnieper, esperando que os homens cheguem às margens com seus barcos para levá-los à força para o interior. Teremos de nos juntar à frota de outros mercantes em busca de segurança. Não quero morrer só para ver Miklagard e o mar Negro.
Oleg sorriu para Merrik.
—Tem conversado com os outros mercadores, Merrik, não é? Já está se preparando para isso em sua cabeça?
—Sim, realmente estou pensando nisso; Oleg, ficamos ricos comerciando em Birka e Hedeby; somos conhecidos lá e conquistamos a confiança do pessoal. Os escravos irlandeses trouxeram mais prata do que se poderia imaginar. E, este ano, enriquecemos mais ainda comerciando nossas peles em Staraya Ladoga. Lembra-se daquele homem que comprou cada pente de galhada de rena que tínhamos? Ele me disse que havia desposado mais mulheres do que queria, e todas pediam pentes a ele. Não, iremos para Miklagard no próximo ano. Contente-se com isso.
— E você que não está contente, Merrik.
— Tem razão. Serei paciente. Voltaremos para casa com mais prata do que nossos pais e irmãos já tiveram. Somos ricos, meu amigo, e ninguém pode negar agora.


Série Vikings
1 - Season of the Sun
2 - Paixão Selvagem
3 - O Lord de Raven's Peak
4 - A Senhora de Falcon Ridge

O Lord de Raven's Peak








Escandinávia e Normandia, 916

Uma paixão a toda prova...
Ao comprar um jovem no mercado de escravos de Kiev,
Merrik Haraldsson conseguiu resgatar também o irmão mais velho do menino, um garoto maltrapilho, imundo e desnutrido.
Por isso, qual não foi sua surpresa, tempos depois, ao descobrir que, na verdade, não se tratava de um irmão, mas de uma irmã...
Por baixo da imundície e dos farrapos, escondia-se uma jovem linda e inteligente, determinada a usar sua habilidade de contar histórias para ganhar ouro e prata suficientes para comprar a sua liberdade e a do irmão. Merrick, no entanto, se recusou a deixar a encantadora Laren partir...
E quando, finalmente, os segredos dela vieram à tona, ele lutou para protegê-la, e salvar a paixão avassaladora que tomara conta do seu coração...

Capítulo Um

Mercado de Escravos de Khagan-Rus Kiev, ano de 916.
O cercado de escravos recendia a corpos sem banho, naquela manhã fria. A brisa do rio Dnieper soprava gentilmente, e o sol acabara de nascer por trás de Kiev, os dedos dourados a se projetarem pela infindável extensão de colinas nuas e montanhas desoladas ao leste.
O fedor das peles sujas do inverno e dos corpos sem higiene não ofendia as narinas tanto quanto a abjeta miséria humana ofendia a sensibilidade. Contudo, uma condição tão familiar em lugares como aquele dificilmente seria notada.
Merrik Haraldsson soltou o pesado broche de prata do casaco de peles.
Tirou o casaco e pendurou-o no braço ao rumar para o mercado.
Aportara seu escaler, O Corvo de Prata, no longo píer de madeira que ficava numa enseada protegida do Dnieper, logo abaixo de Kiev.
A subida era íngreme, e ele apertou o passo, pois queria chegar o mais cedo possível ao mercado para encontrar um escravo que sua mãe aprovasse antes que só restassem os mais fracos e doentes.
Virou-se para Oleg, a quem conhecia desde que ambos eram garotos, ansiosos para superar os irmãos mais velhos e conseguir seus próprios escaleres para comerciar e ficarem ainda mais ricos que seus pais e irmãos:
—Partiremos depois que eu comprar uma escrava. Fique atento, Oleg, pois não quero um burro de carga para a casa de minha mãe, ou uma criada de olhos puxados que venha a pôr em risco a fidelidade de meu pai. Ele não tem nenhuma concubina há trinta anos. Não quero que comece agora.
—Sua mãe racharia a cabeça dele caso seu pai algum dia olhasse afetuosamente para outra mulher, e você sabe muito bem disso.
Merrik sorriu.
—Minha mãe é uma mulher de paixões fortes. Está bem, então pense na esposa de meu irmão. Sarla é uma coisinha tímida e poderia facilmente ser governada por uma mulher mais esperta, escrava ou não.
Teremos de levar em consideração muitos fatores antes de escolher a mulher certa. Minha mãe precisa de uma escrava que lhe seja fiel e que trabalhe só para ela.
Quer ensiná-la a fiar, já que seus dedos estão endurecidos e doem agora.
Roran me disse que haveria uma excelente seleção esta manhã, com muitos escravos trazidos na noite passada de Bizâncio.
—E da cidade dourada de Miklagard. Como eu gostaria de viajar para lá, Merrik. Dizem que é a maior cidade do mundo.
— É difícil acreditar que mais de meio milhão de pessoas vive lá. No próximo verão, teremos de construir um escaler mais forte para suportar as corredeiras abaixo de Kiev que são perigosas. Há sete delas e cada uma mais mortal que a outra, e a pior é a de Aifur. E existem muitas tribos hostis vivendo ao longo do Dnieper, esperando que os homens cheguem às margens com seus barcos para levá-los à força para o interior. Teremos de nos juntar à frota de outros mercantes em busca de segurança. Não quero morrer só para ver Miklagard e o mar Negro.
Oleg sorriu para Merrik.
—Tem conversado com os outros mercadores, Merrik, não é? Já está se preparando para isso em sua cabeça?
—Sim, realmente estou pensando nisso; Oleg, ficamos ricos comerciando em Birka e Hedeby; somos conhecidos lá e conquistamos a confiança do pessoal. Os escravos irlandeses trouxeram mais prata do que se poderia imaginar. E, este ano, enriquecemos mais ainda comerciando nossas peles em Staraya Ladoga. Lembra-se daquele homem que comprou cada pente de galhada de rena que tínhamos? Ele me disse que havia desposado mais mulheres do que queria, e todas pediam pentes a ele. Não, iremos para Miklagard no próximo ano. Contente-se com isso.
— E você que não está contente, Merrik.
— Tem razão. Serei paciente. Voltaremos para casa com mais prata do que nossos pais e irmãos já tiveram. Somos ricos, meu amigo, e ninguém pode negar agora.





Série Viking
1. Season of the Sun (1991)
2. Paixão Selvagem
3. O Lord de Raven's Peak
4. A Senhora de Falcon Ridge

Orgulho E Preconceito






A permanência de Charles Bingley no Condado de Hertfordshire causa inquietação entres as moças solteiras da região.

Rico e refinado Charles é uma espécie de futuro marido ideal para as famílias locais.

Apaixonado por uma jovem de origem modesta, seus sentimentos são contraditórios: oscilam entre o orgulho e o preconceito de sua classe social.

Capítulo Um

É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de esposa.
Por pouco que os sentimentos ou as opiniões de tal homem sejam conhecidos ao se fixar numa nova localidade, essa verdade se encontra de tal modo impressa nos espíritos das famílias vizinhas que o rapaz é desde logo considerado a propriedade legítima de uma das suas filhas.
— Caro Mr. Bennet — disse-lhe um dia a sua esposa —, já ouviu dizer que Netherfield Park foi alugado afinal?
Mr. Bennet respondeu que não sabia.
— Pois foi — assegurou ela. — Mrs. Long acabou de sair daqui e me contou tudo.
Mr. Bennet não respondeu.
— Afinal não deseja saber quem é o locatário? — gritou a mulher, impacientemente.
— Você é quem está querendo me dizer e eu não faço nenhuma objeção a isto.
Este convite foi suficiente.
— Pois, meu caro, você deve saber que Mrs. Long disse que Netherfield foi alugado por um rapaz de grande fortuna, oriundo da Inglaterra. E que além disso ele chegou segunda-feira numa elegante caleça a fim de visitar a propriedade.
Ficou tão encantado que entrou imediatamente em negócio com Mr. Morris; Mrs. Long falou também que ele entrará na posse do prédio antes do dia de São Miguel.
Alguns dos seus criados devem chegar já na próxima semana.
— Como se chama ele?
— Bingley.
— É casado ou solteiro?
— Oh, solteiro, naturalmente, meu caro. Solteiro e muito rico! Quatro ou cinco mil libras por ano. Que boa coisa para as nossas meninas, hem?
— Como assim? De que modo pode isso afetá-las?
— Meu caro Mr. Bennet — replicou a esposa —, como você, às vezes, é enfadonho! Deve saber que ando pensando em casar uma delas...


27 de maio de 2010

Feita Para Amar

Trilogia Conqueror

Prisioneira apaixonada...

Criada em um convento, Kathryn de St. Marie aprendeu que render-se ao desejo por um homem é pecaminoso e proibido.
Apesar disso, a bela normanda sonha em viver um grande amor.
Mas o destino cruel interfere quando ela é capturada por um grupo de bárbaros escoceses, e logo em seguida, de uma forma bem mais branda, quando é resgatada por Edric de Braxton Fell, um homem orgulhoso e amargurado, deposto de seu cargo pelo governo normando.
Embora despreze os normandos, Edric percebe que Kathryn é diferente, gentil, generosa e dona de uma sensualidade envolvente.
Tendo a reputação manchada pela captura, Kathryn não pode mais voltar para sua gente e ele é o único que poderá ajudá-la.
Agora, o futuro dela repousa nas mãos fortes de Edric... e num sonho por longo tempo acalentado, de uma sedução perfeita e uma paixão arrebatadora...

Capítulo Um

Castelo de Kettwyck, Fim de verão, 1072
Raptada? — exclamou a majestosa lady Beatrice, sentada à frente de Kathryn de St. Marie.
— Se os escoceses bárbaros me raptassem, teriam de me matar antes que eu mostrasse a face diante da civilização outra vez.
Um calafrio correu pela espinha de Kathryn. Certamente as novas muralhas de Kettwyck eram suficientes para impedir qualquer incursão escocesa.
E havia muitos e poderosos cavaleiros normandos presentes para as festividades ali, nos domínios de seu pai.
Mesmo assim, encontravam-se perto demais da fronteira, longe da segurança da Abadia de St. Marie, onde Kathryn e a irmã, Isabel, haviam passado os últimos dez anos. Estariam vulneráveis ali, em Kettwyck?
A fortaleza ainda não estava pronta, e Kathryn vira os trabalhadores colocando argamassa e pedras nas muralhas naquele dia mesmo. E ela só poderia esperar que toda aquela festa e o banquete de boas-vindas não fossem prematuros.
— O que fazem aos cativos é indescritível — disse lady Alice, a mãe de Kathryn.
— A minha filha preferiria se jogar do penhasco mais próximo a voltar à sociedade. Jamais...
As palavras da velha faladeira perderam-se no ar quando sir Geoffroi Le Chievre aproximou-se por trás de Kathryn e tocou-lhe o ombro.
Faíscas de calor desceram-lhe pelo braço ao toque do rapaz.
Era um belo cavalheiro e atraíra a atenção de Kathryn mais cedo, naquele dia. Tinham trocado alguns olhares, e ela ficara intrigada.
Mas não esperava que viesse procurá-la ali.
— Venha, vamos dançar.
Kathryn levantou-se, mas as palavras de sua mãe a seguiram enquanto se afastava com Geoffroi do grupo de senhoras.
— Uma vez que tenha se tornado a prostituta de um escocês, é melhor estar morta.
— Não dê ouvidos àquelas velhotas — retrucou Geoffroi, conduzindo Kathryn para o pátio onde os músicos tocavam e o pessoal mais jovem se reunira para dançar.
— Não quero ofender sua mãe ou as outras senhoras, mas as muralhas de Kettwyck são fortes e sólidas. Nenhum escocês irá transpô-las.
— Você tem razão, é claro — murmurou Kathryn, com um sorriso, afastando os pensamentos negativos e concentrando a atenção no jovem cavalheiro.
Afinal, tinha de lhe dar algum crédito, pois ele mal notara sua irmã, Isabel, a beldade. Isabel ficara encantada com a permissão do pai para que as filhas escolhessem seus próprios maridos.


Trilogia Conqueror
1 - Refém do Desejo
2 - Meu Amor, Meu Inimigo
3 - Feita para Amar
Trilogia Concluída

23 de maio de 2010

O Cavaleiro Negro













Quando o Cavalheiro Negro entrou no Castelo
de Chirk cavalgando seu negro cavalo de guerra,
vestido de negro da cabeça aos pés, musculosos e firmes tendões marcados pela batalha.

Com sua negra armadura sem adornos, parecia letal e sinistro, tão perigoso como seu nome indicava.
Era um homem conhecido por sua coragem e força, por suas proezas com as mulheres e por sua desumana habilidade no combate.
Mas quando viu Raven de Chirk, com suas longas tranças castanhas e suas femininas curvas, não pôde conter suas emoções.
Foi a traição dela, doze anos atrás, que terminou com seus juvenis sonhos de cavalheirismo e lhe converteu em um duro cavalheiro.
Foi ela quem lhe fez jurar não voltar a confiar em uma mulher, e as usar só para seu prazer.
Mas ela acendia a paixão em seu corpo, a bondade em sua alma e o amor em seu coração.

Capítulo Um

Castelo de Chirk, 1343.
O amor dá coragem a um cavalheiro.
Raven de Chirk o abandonou em um canto do grande salão. Tinha lhe pedido que se encontrasse com ela ao entardecer, para falar de algo de grande importância.
Aos dezessete anos, Drake Sem Sobrenome, como tinha sido cruelmente apelidado por seu meio-irmão Waldo, não estava preparado para o alarmante pedido de Raven.
-Me beije, Drake.
Drake deu à Raven um sorriso zombeteiro e manteve a distância da impetuosa filha de doze anos de Nyle. -Sabe que não posso. Está prometida a Aric de Flint - recordou-lhe Drake-. A audácia não te cai bem, Raven.
-Não me casarei com Aric! -afirmou Raven, com toda a veemência de que foi capaz. -Quero me casar contigo. Você não gosta de mim nem um pouquinho, Drake?
-Sim, Raven, mas sabe que é sua irmã que eu amo. Daria é tudo para mim.
-Daria está prometida a Waldo - declarou Raven.
Drake baixou a voz.
-Pode guardar um segredo? -Raven assentiu com a cabeça, seus verdes olhos arregalados pela curiosidade.
-Daria e eu vamos fugir juntos - confessou ele.
-Não! Não pode! -exclamou Raven, horrorizada. -Daria está brincando contigo. Jamais se casaria com um homem sem terras, nem riquezas. Só tem quatorze anos e é volúvel. Não te ama como eu.
Um brilho de ira obscureceu os olhos prateados de Drake.
-Você só tem doze, e muita imaginação se espera casar comigo.
Ela se enfureceu.
-Não é uma fantasia! Daria não é para ti.
-Que direito tem de me dizer quem é a pessoa adequada para mim?
-Meu pai nunca permitiria. Não é ninguém, só um aprendiz de escudeiro.Waldo não demorará para conseguir suas esporas e é o herdeiro de um condado.

O Senhor da Rendição

Série Legado da Espada de Sangue

Vinculados por uma irmandade esquecida no inferno de uma prisão Sarracena,
Oito Sangrentos Espadachins cavalheiros mercenários às ordens de William O Conquistador, estão decididos a reclamar seu legado da única maneira que podem:
Pelo direito às armas, pelo direito à vitória, e pelo direito a conquista.
O ano é 1066.
William, duque bastardo da Normandía, reclamou o trono Inglês por direito de conquista.
Para sufocar os distúrbios da Saxonia, William envia aos seus cavalheiros de maior confiança para assegurar as terras.
Um dos cavalheiros é seu primo, sir Rohan Luc, muito conhecido por seus feitos sangrentos como a Espada Negra...

Capítulo Um

20 de novembro de 1066m Alethorpe, Inglaterra
—Aproximam-se cavaleiros! —alertou Bertram, o vigia da torre.
Isabel se deteve justo fora da pequena capela anexa ao magnífico castelo de pedra que era Rossmoor. O sangue acelerou. Pai! Geoff! -Recolheu a saia e correu através do pátio para a muralha exterior, os escarpim apenas tocavam o chão de pedra.
—Cavalheiros armados! —disse o vigia, com a voz estrangulada.
O sangue de Isabel gelou.
Tão rapidamente como o entusiasmo a tinha alagado, desapareceu, dando passo ao temor. Um grito lhe obstruiu na garganta, afogando-a como se fora uma parte de carne rançosa.
Derrapou ao parar, girou sobre os saltos e correu o mais rápido possível em retorno ao Rossmoor. Os assaltantes tinham retornado! Mãe Santa. Cada dia voltavam mais ousados.
Não tinham saqueado e roubado o suficiente às gentis almas do Alethorpe?
—Às armas! Às armas! —gritou Isabel à vigia.
Não tinha nem idéia do porquê exigia tal ação. Não havia mais que um punhado de camponês sem experiência para responder ao chamada. Mas não importava. O espírito guerreiro ardia nela.
—Jesus! É a Espada Negra! —gritou Bertram quando identificou o líder do esquadrão da morte mais notório de William , Les morts .
O gritou que tinha agasalhado na garganta por fim escapou.
Quando abriu a enorme porta, Isabel chocou-se com Russell, o escudeiro de seu pai, que insistiu em ficar no Rossmoor para proteger a sua filha e seu lar.
—Russell, é a Espada Negra! Reúnam a todos os serventes. Convoquem os aldeãos!—correu a frente dele, subindo a torre para sair à muralha.
Atreveu-se a olhar o horizonte. A vista que a saudou a aterrorizava até o entorpecimento.
Perto de meia dúzia de cavalheiros com armaduras completamente negras sobre cavalos de guerra igualmente negros, com seus enormes corpos peludos com tanta armadura como seus amos, galopavam sobre a última colina antes de chegar à aldeia.
Largas capas negras forradas de carmesim ondulavam sobre os ombros como as asas de anjos caídos.
Os habitantes da vila gritavam, aterrorizados ante a nova ameaça.
Estes não eram os assaltantes encapuzados que rondavam no bosque para atacar a inocentes mulheres, meninos e anciões.
Nay, esta ameaça que avançava a grande velocidade para seu lar era a morte a cavalo. Isabel sabia e com uma estremecedora certeza, que uma vez que transpassassem a aldeia e logo o senhorio, suas vidas mudariam para sempre.


Série Legado Espada de Sangue
1 - O Senhor da Rendição
2 - O Senhor do Tormento
3- Mestre do Desejo
4- A Knight to Remember

16 de maio de 2010

Rendição Dourada

Trilogia Viking

Dois Audazes Guerreiros,
Duas Terras Orgulhosas, Unidos pela Paixão ....E a Vingança
Príncipe Olaf da Noruega
O Senhor dos Lobos, o dourado guerreiro Viking que chegou com seu navio,em forma de dragão, para construir um grande reino na Ilha Esmeralda.

Princesa Erin
Filha do grande rei Irlandês, Erin é uma beleza de cabelos negros que Jurou uma implacável vingança contra o legendário Norueguês que trouxe morte e destruição a sua amada terra natal.
Para construir uma grande aliança entre Noruegueses e Irlandeses contra os invasores Dinamarqueses, seu próprio pai, o rei da Irlanda a ofereceu, em Matrimônio, ao seu mais odiado inimigo.
Cativada pela gigantesca força de Olaf, seduzida por seu poder, Erin jurou a si mesma que nem a cólera de sua espada nem o fogo de seus beijos poderiam fazer cambalear a lealdade de seu orgulho e a paixão de seu coração.
Da Fúria dos Vikings, livrai-nos! Oh!Senhor!

Capítulo Um

Irlanda a.D. 852
De uma das janelas do Grianan, a casa do sol das mulheres, Erin MAC Aed olhava fixamente para os elegantes edifícios de madeira e as serpenteantes construções de Tara, a antiga e tradicional residência do Ard-Righ ou Grande Rei dos irlandeses. Não fazia muito tempo que tinha acabado a reunião na grande sala de banquetes, e sua mãe tinha sido chamada no Grianan por seu pai.
Após, Erin tinha guardado vigília na janela, desejando desesperadamente ver seu pai.
Mordia o lábio inferior enquanto esperava impacientemente ver seus pais voltarem de seu passeio.
Era uma bonita vista.
O afresco verde da grama deslumbrava, sob o sol de tal forma que parecia um campo de reluzentes esmeraldas, e na distância, o pequeno rio que rodeava o prado mais ao sul, assumia o matiz das safiras.
Os gansos passeavam tranqüilamente sobre o rio, e as vacas e os cavalos descansavam prazerosamente nas colinas.
Mas Erin hoje não podia prestar atenção à beleza e à paz que se estendia ante ela. Olhou fixamente a grama e ao céu sentindo como se o mundo girasse. Não podia se concentrar, estava obcecada pelas lembranças.
Visões do passado se impuseram à realidade, e embora tragasse furiosamente, permaneciam as lembranças de fogo, de sangue, e as pisadas dos cascos dos cavalos como ensurdecedoras pulsações...
A garoa parecia instalar-se por cima do resplendor do sol na dourada tarde, e ela se também claramente, dois anos atrás, sentada junto a sua tia, Bridget do Clonntairth, no jardim.
Bridget, doce Bridget, tinha estado tão alegre. Mas então soou o alarme e Bridget a obrigou a fugir.
Erin se voltou a tempo de vê-la enterrando sua pequena adaga com punho de pérola profundamente em seu próprio coração, ante o terror da chegada dos vikings. Continuando, os agudos gritos se multiplicaram, rivalizando com o rufar terrível dos cavalos dos vikings, enquanto abriam caminho sobre o reino de seu tio, em Clonntairth.
Até agora Erin podia ouvir os horripilantes alaridos de guerra dos vikings, os penetrantes lamentos dos indefesos irlandeses.
Até agora podia cheirar a fumaça do fogo, escutar à própria terra tremer pelo estrondo...


Trilogia Viking
1 - Rendição Dourada
2 - A Mulher do Viking
3 - O Senhor dos Lobos
Trilogia Concluída

12 de maio de 2010

Kilgannon













Um lugar onde o amor e a guerra se enfrentam, onde ela se entregaria ao chefe do clã escocês a quem considerava... um bárbaro.

Mary Lowell não tinha nenhum interesse em contrair matrimônio, apesar da determinação de sua tia em lhe conseguir marido ao final da temporada social londrina.
Entretanto, quando Alex MacGannon, conde do Kilgannon, irrompeu no salão de baile, apoderou-se de seu coração. Chamavam-no bárbaro, consideravam-no o tosco chefe do clã dos MacGannon.
Diziam que nenhuma mulher podia amarrá-lo, já que dedicava sua vida a navegar pelo largo mar.
Mas Alex retornou para reclamar Mary Lowell como dele e levá-la consigo para a Escócia, onde estava o magnífico castelo de seus antepassados, Kilgannon. E enquanto a rebelião comovia as Terras Altas, Mary encontra a paixão...e o perigo... nessa terra selvagem que ela acabaria chamando de lar.

Capítulo Um

Junho de 1712.
Bocejei pela quarta vez e provoquei que a costureira me olhasse.
—Senhorita Lowell — disse com aspereza — Deve permanecer erguida e ter mais atenção. Sua tia deseja que o vestido esteja preparado amanhã à noite para a festa da duquesa, e não poderei terminá-lo se adormecer.
Levantou-se da barra do vestido onde tinha estado trabalhando e me observou com seus olhos azuis entrecerrados e o corpo rígido com as mãos entrelaçadas na frente.
—Sinto muito, senhorita Benton — respondi —, sinto seriamente, mas meu armário está cheio de seus formosos vestidos e não posso evitar pensar que mais um não mudará nada — sua expressão não trocou, e suspirei — Eu prometo que ficarei imóvel para que possa terminar esta tarde.
Um tanto apaziguada, assentiu:
—Esta tonalidade de azul, em especial, cai-lhe muito bem, senhorita Lowell.
Além disso, combina com seus olhos, e o rosa combina com o rubor de suas bochechas.
—Você disse que era o último, senhorita Benton.
Tentei ocultar o tom de desespero em minha voz ao ver o belo dia de verão através da janela. O único dia formoso que tínhamos tido em semanas, e eu estava na sala provando outro vestido.
—Não nego que tem muitos vestidos, senhorita Lowell — concedeu a senhorita Benton, concentrada novamente em seu trabalho —, mas os novos são todos negros e você já não guarda luto por sua mãe.
Sua tia me pediu que a ajudasse a preparar-se para as últimas festas. Estamos quase no final da temporada.
Assenti. «E já era hora», pensei. Em minha primeira visita a Londres, a temporada me tinha fascinado: desfrutava das festas e do flerte, e das eternas veladas de sociedade.
Tinha-me convertido em uma perita em discussões sobre política e sobre questões amorosas.
Mas quando minha mãe adoeceu e se retirou para nossa casa em Warwickshire, tive tempo suficiente para refletir sobre a banalidade de Londres.
Tinha descoberto que não sentia tanta falta do jogo.
Desde sua morte tinha estado viajando com a tia Louisa pela Europa — excetuando a França, é obvio, que estava em guerra com a Inglaterra — Tínhamos retornado para o Natal, a tempo para o momento mais animado da temporada.
Estávamos em princípios de junho e a maior parte da sociedade londrina logo começaria a deixar a cidade para dirigir-se a suas residências de campo para visitar amigos e familiares.
Dava-me a volta a indicação da senhorita Benton, e suspirei. Minha tia lhe pagava por estes vestidos com a esperança de me conseguir um brilhante matrimônio, já que não tinha meios próprios, além da pequena renda sobre as terras que agora eram propriedade de meu irmão.
Por isso, não podia dar indicações à mulher que Louisa tinha contratado.
Mas era tão aborrecido... Mais ainda, refleti, a época em que era proprietária de meu tempo tinha terminado.

10 de maio de 2010

Doce Conquista


Naqueles revoltos tempos de guerras, Lisette sabia que podia fazer muito pouco para resistir a seu senhor normando, mas estava empenhada em tentá-lo.
Pelo bem de suas irmãs se estava vendo forçada a contrair matrimônio com ele.
Entretanto, sua delicada beleza escondia um caráter forte, e sua negativa a sucumbir ganhou o respeito do Alain de Raverre.
O valente cavalheiro normando teria que lutar para ganhar o coração de Lisettw


Capítulo Um

Romsey Abbey, perto do Winchester
Setembro, 1068

O sol da tarde, que entrava em torrentes pelas estreitas janelas das paredes do grande salão, projetava no chão seus raios de luz dourada, cujo reflexo iluminava as três moças que estavam sentadas junto à grande chaminé de pedra e as envolvia em uma suave e resplandecente neblina.
Bertrand acessou ao corredor e se deteve as observar um momento através do ralo de madeira que o separava do salão.
Formavam um quadro pacífico, um pouco apartado como estavam do bulício que havia no resto do salão, enquanto os serventes colocavam os cavaletes para as mesas do jantar. Duas das garotas estavam juntas no banco de madeira; a cabeça loira da maior inclinada sobre o trabalho de sua irmã pequena para guiar sua mão ainda torpe e impaciente.
Um sorriso apareceu em rosto bronzeado do Bertrand.
A jovem Catherine preferiria estar fora nos estábulos ou correndo pelo arvoredo naquele quente dia de outono que confinada no interior do castelo com uma agulha na mão.
Mas o sorriso se desvaneceu quando o olhar do Bertrand descansou sobre a irmã do meio, Lisette, que estava sentada no chão aos pés de sua irmã, com um enorme mastim negro do seu lado cuja cabeça descansava em seu colo.
Ela também tinha estado costurando, mas nesse momento acariciava a brilhante pelagem do pescoço do animal, enquanto contemplava as tímidas chamas que despertavam à vida para afugentar o relento da incipiente noite.
Ao contemplar de novo a linha poda de seu perfil recortado sobre a pedra negra, Bertrand pensou que era a mais preciosa das filhas de seu falecido senhor.
Embora todas elas tivessem herdado as feições finas de sua mãe celta, Lisette era quão única tinha herdado sua tez morena, já que as outras duas irmãs tinham o cabelo e a tez claros dos antepassados de seu pai.
— Se vê tranqüila pela primeira vez em vários meses — lhe murmurou Bertrand a seu acompanhante, um jovem forte e musculoso, vestido com o avental de couro do ferreiro.
— Uma paz frágil, meu amigo — respondeu o jovem, enquanto atirava do Bertrand de novo para o corredor. — esteve preocupada de que viajasse sozinho, e agora todo isso por nada. Deveria haver lhe levado isso contigo, como eu sugeri.
— Estavam mais seguras aqui — respondeu Bertrand em tom suave.
Siward e ele já tinham discutido antes pelo mesmo, e nesse momento já era irrelevante.
— Segue dizendo o mesmo agora que o usurpador normando está em cima? — disse Siward cada vez mais zangado. — Podemos seguir lutando.
— É um jovem louco e impulsivo — respondeu Bertrand. — Há ao menos quarenta soldados a ponto de chegar, contra oito que somos nós; além dos servos. Talvez você esteja disposto a esbanjar sua vida por nada, mas minha senhora jamais o permitiria. Pode servi-la melhor aceitando o que sempre soubemos que ocorreria.
Siward amaldiçoou entre dentes.
Sim, já sabiam, pensava o jovem. Como Guillermo da Normandía tinha conquistado a Inglaterra, o domino normando era cada vez maior, já que o rei compensava a seus seguidores com terras e casas senhoriais previamente pertencentes aos senhores saxões que tinham morrido com o rei Harold na sangrenta batalha do Hastings; ou nos levantamentos que se produziram desde essa data.
Mas o fato se soubesse não fazia mais fácil o aceitá-lo.
— Eu servia a meu senhor Alaric — disse em tom sombrio, enquanto se voltava para a porta, — e não tenho intenção de servir a seus inimigos.
Alaric, senhor do Ambray, tinha aceitado a decisão do conselho nacional de coroar ao Harold Godwinson rei da Inglaterra, apesar de que Guillermo da Normandía reclamasse que a coroa da Inglaterra lhe tinha sido prometida por seu primo o rei Eduardo, conhecido como O Confessor.
Eduardo não tinha verdadeiro direito a desejar desfazer-se dela, já que os reis ingleses se escolhiam; e Harold era saxão, o homem mais capitalista daquelas terras e cunhado do rei falecido, três circunstâncias que favoreciam sua reivindicação. Mas Alaric tinha tido dúvidas.
Tinha viajado muito em seus dias de juventude, e se tinha ficado um tempo considerável na Normandía, onde tinha família longínqua que se remontava à época dos vikings, e que tinham considerado o Guillermo como um governante forte.
Certamente implacável, mas justo, e possivelmente melhor para unir a Inglaterra sob um só governo que a antiga linhagem do Cerdic, no que as amargas lutas entre as facções e os irmãos dividiam aos saxões, debilitando assim o país.

8 de maio de 2010

Coração Sequestrado

















Somente o amor transforma a vingança em paixão...

Criada pelo irmão Raynor, após a morte dos pais, Chryssa de Clennwald é tudo o que uma nobre dama deve ser: educada, gentil e responsável.
No entanto, as boas maneiras e o senso de dever não impedem que ela seja raptada nas movimentadas ruas de Londres e feita refém por Garrett de Thornhurst, um cavaleiro saxão determinado a se vingar de Raynor.
Enfurecida, e intrigada pelos beijos sedutores de seu raptor, Chryssa jura que o fará pagar pelo mal cometido, induzindo-o a se casar com ela...Garrett nunca teve intenção de fazer mal a Chryssa.
A jovem normanda é uma simples conveniência, um instrumento para alcançar seu objetivo, que é vingar-se do irmão dela. Pelo menos é assim que ele pensa até embrenhar-se com ela floresta adentro. Garrett não pode imaginar que aquela mulher encantadora se tornará essencial para a sua vida... E para o seu solitário coração...

Capítulo Um

Londres, 1067
As ruas de Londres fervilhavam. Mercadores expunham todo tipo de produtos e animais, enquanto crianças gargalhavam e corriam entre as barracas, perseguidas por seus cães.
— Não o encontraremos no meio de tanta gente. Deveríamos estar em casa... Em Thornhurst!
Chryssa ouviu o homem se queixar, mas não o viu, muito mais interessada no pão que acabara de comprar.
Duas boas mordidas aliviaram um pouco a fome que sentia. Tudo o que desejava agora era um copo d'água.
Pôs-se nas pontas dos pés para tentar ver alguma coisa além da multidão.
O gentil mercador lhe afirmara que ela encontraria o irmão ali, entretanto a tarefa lhe parecia qua¬se impossível naquele lugar.
De repente, sentiu um empurrão que a fez derrubar o pão. O bolo de comida que mastigava se alojou no fundo da garganta, engasgando-a.
Tentou tossir ou terminar de engolir a massa. Teria conseguido, não fosse pelo fato de alguém tê-la segurado pela cintura de uma forma íntima demais.
— Nada mau para quem esteve preso por um ano, não é Garret? — Chryssa reconheceu a voz do queixoso. No segundo seguinte, ele a levantava pela lateral da cintura sem dificuldade e a carregava em meio à multidão.
Ela tentou gritar, porém a massa de pão ainda lhe obstruía a garganta.
Seus cabelos se soltaram da trança que tinha prendido num penteado acima da cabeça e caíram-lhe por cima do rosto, o que ocultou seu olhar de desespero.
— A providência nos enviou este belo tesouro.
— Não temos tempo para que se divirta com a meretriz, Farrel, por mais que ela esteja disposta.
Meretriz? Disposta? Chryssa ouviu o diálogo, indignada, tossindo e mastigando avidamente para tentar se ver livre da comida e se vingar daqueles ordinários o mais breve possível.
— Posso arrancar-lhe as saias e completar o serviço num piscar de olhos — declarou o rapaz, o que a fez engasgar ainda mais. — Seria uma pena não possuí-la, mesmo que rapidamente.
— E onde imagina poder se deitar com ela nestas ruas lotadas?
— Atrás daquele portão. Ela não é muito pesada, posso ficar em pé.
— Nem mesmo um nobre encontraria tanta carne para uma refeição...
— comentou o tal Garret, embora seus olhos cinzentos parecessem um tanto ansiosos enquanto caminhavam para o lugar que Farrel indicara.
— Não gastarei quase nada do nosso tempo. Permitirei até que vá com ela depois de mim.
A generosa oferta fez com que o sangue nas veias de Chryssa fervesse. A última porção de pão escorregou por sua garganta, por fim, fazendo-a tossir.
Garret percebeu sua aflição e tentou enxergar-lhe o rosto através da massa de cabelos.
A pobre devia ser muda. Pena que não tivesse demonstrado isso antes.
Segurou-a pelo braço e Farrel franziu a testa, puxando-a de volta.
— Ei, ela é minha! — exclamou Farrel.
— Agora não! — retornou Garret.
Os dois homens se olharam com raiva, ignorando-a completamente, o que a enfureceu ainda mais.
Ambos eram fortes e atraentes, mas isso não mudava em nada a fúria que sentia naquele momento. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo.
Sempre fora tratada gentilmente e com respeito, como uma dama. Até aquele dia, nem sequer havia sen¬tido raiva.
Nunca passara por uma situação humilhante como aquela, pois crescera protegida do lado ruim da humanidade.
Quando conseguiu retomar o controle do corpo e se firmar no chão, escorregou em uma pedra, e uma parte pontiaguda desta penetrou-lhe o calcanhar.
Seus joelhos se dobraram com a dor, e ela se esforçou para não ceder. Tinha de manter o controle.
Ergueu a perna no intuito de ver o corte, mas os dois homens foram empurrados pela multidão e a espremeram entre eles.
Chryssa praticamente perdeu a respiração na posição em que se encontrava.
Quando conseguiu voltar a respirar, arrependeu-se, pois seu estômago revirou devido ao forte odor que as roupas de couro exalavam.
Por alguma razão inexplicável, o cheiro a fez voltar a si. Irada, ela deu uma joelhada em um dos homens e acertou o outro com o cotovelo, afastando-se rapidamente do tumulto.
Vendo-os abaixados, sorriu para si mesma, satisfeita.
— Dane-se a mulher! — decidiu Farrel num grunhido, curvado devido ao golpe na virilha.
Garret ficou admirado quando ouviu a voz de Chryssa.
— Meretriz? Carne para uma refeição? — ela gritou, enlouquecida. — Bastardos!
Como ousam me tocar? Quisera ter um chicote para açoitá-los até sangrar, então os deixaria para serem comidos pelos urubus!



Esta História continua...A Prisioneira é a irmã de 
Garret  nosso héroi de Coração Sequestrado.


2- A PRISIONEIRA






Inglaterra e Escócia, 1073

Coração roubado!


Para escapar de um casamento indesejado, Felícia de Thornhurst partiu para a Escócia em busca de seu amigo Farrell, que com certeza lhe daria apoio.
De repente, no entanto, ela se viu refém de um poderoso líder de clã, coincidentemente, irmão do homem a quem ela procurava.
Furiosa por ter sido aprisionada, Felicia percebeu que seu captor lhe roubara não só a liberdade, mas também o coração...
Já que não podia reivindicar as terras que seu ganancioso irmão lhe havia tomado, Ryan McKinnon estava determinado a tomar posse de algo que Farrell desejava ainda mais: a encantadora jovem saxã que viera à procura dele.
Seu plano, porém, começa a dar errado a medida que Felícia se torna mais ardilosa a cada dia que passa... Até que não pensava em mais nada a não ser que ela lhe desse seu amor de boa vontade.

Capítulo Um


Inglaterra, 1073
A fazendola queimava bem diante de seus olhos.
Rolos de fumaça vermelha, alaranjada e negra subiam em meio ao céu de nuvens carregadas.
Era uma fumaça densa, perseguida pelo vento do campo que vinha da floresta ao redor, e que balançava os galhos dos pinheiros, erguendo as cinzas do chão.
De pé, longe das chamas, Ryan McKinnon fitou o fogo, os lábios comprimidos.
— Tragam os prisioneiros à minha presença — comandou.
— E Johne? Quer ter o direito de matá-lo. — alguém replicou com hesitação.
— Não me interessa o que Johne deseja — resmungou Ryan.
— Mas... são apenas meninos...
Ryan se afastou do fogo e fitou com animosidade seu companheiro de longa data.
— Morgunn, para você todo mundo é menino, a menos que seja velho demais para erguer uma espada — criticou.
Morgunn mexeu os pés enormes em um gesto de desconforto, e adotou uma expressão desaprovadora. — Os prisioneiros disseram que a fazendola já estava em chamas quando chegaram — justificou.
— Traga-os aqui — insistiu Ryan com brusquidão.
— Está bem.
Morgunn deu de ombros e foi cumprir a ordem enquanto Ryan refletia, confuso.
Porque Farrell demonstrara piedade para com aquela família depois de ter matado todos os outros?
E o que quisera dizer ao deixar a mensagem: Digam a Ryan que apenas covardes fazem guerra contra mulheres e crianças.
Ele franziu a testa. Ora! E o que importava isso agora? Pouco ligava para o que Farrell tivesse a declarar.