16 de outubro de 2010

Desejo Concedido

Série Guerreiras Medievais


Se algo tem claro Lady Megan Phillips é que nenhum homem dobrará seu caráter e sua vontade.

Acostumada a cuidar e velar pela segurança de seus irmãos, Megan é uma jovem intrépida, de belo rosto moreno, à qual lhe divertem os desafios e não se assusta com o som do aço. Se algo tem claro o guerreiro Duncan McRae é que sua vida é a guerra. Acostumado a liderar exércitos, e que as pessoas abaixem atemorizadas suas cabeças ante sua passagem, ao chegar no castelo de Dunstaffnage para assistir ao casamento de seu amigo Axel McDougall, se encontra com um tipo de inimigo muito diferente do que conhece: a jovem e inquietante Megan.
A palavra de um highlander na Escócia é sua lei. E a promessa de Duncan ao avô da moça une seus destinos e se desemboca em um trepidante e acidentado casamento de um ano e um dia.
Conseguirão Megan e Duncan sobreviver todos esses meses sem afogarem-se? Ou pelo contrário a paixão terminará consumindo-os?

Comentário da Revisora Neia: Adorei a historia. A autora trabalha com os nossos sentimentos de uma maneira espetacular, você vai do riso ao choro, da raiva a ansiedade com uma facilidade que pouco vi em outros livros. Pena que ela só tem esse livro de histórico. A historia de Megan e Duncan mais parece uma mistura de Hannah Howell, Margarete Moore e tantas outras maiorais. Muito me lembra a historia de "A Megera Indomável" de Shakespeare, ela é louquinha e ele tem uma paciência de Jô. Nem vou falar muito da historia por que espero que a leiam, vão gostar. E no final vão suspirar por ter lido tal livro. Boa leitura. Bjs. Neia

Capítulo Um

Dunhar (Inglaterra), Ano 1308
Lady Megan Philiphs não podia acreditar no que estava ouvindo. Escondida atrás da porta de carvalho maciço escutava sua tia Margaret falar com Bernard Le Cross, o bispo que tão pouco havia gostado em vida, a sua mãe.
—Ilustríssimo . É de extrema importância que realize os casamentos mesmo sem os proclamas pertinentes, — disse Margaret com sua atípica voz ronca.
—Lady Margaret, — afirmou o bispo, — para mim será um prazer ocupar-me desse duplo casamento.
—Tenho que dizer, em favor dos cavalheiros, que ambos conhecem às donzelas desde pequenas e estão satisfeitos com a ideia de desposá-las e ensinar a elas bons modos e a classe que lhes falta, — riu com malícia. — Além disso, já contam com vinte e dezoito anos.
—A entendo, lady Margaret, — murmurou o roliço bispo pegando uma nova torta de sementes de anis.
—Será um acordo benéfico para todos. Além disso, não puderam se negar, — riu sir Albert Lynch, marido de Margaret e tio das moças. — Entre os favores que me devem os cavalheiros e o imaginar em submetê-las em suas camas se animaram com rapidez.
—Não vejo o momento em que essas selvagens desapareçam da minha vista, — cuspiu sem escrúpulos Margaret, enquanto entregava ao sacerdote mais pasteizinhos.
Quanto odiava àqueles três mestiços! Especialmente, às moças. Sempre tinham sido a vergonha da família. Ela mesma havia sofrido as consequências por seu irmão se casar com uma selvagem escocesa. Quando todo o mundo se inteirou daquele casamento, Margaret e Albert deixaram de ser convidados nos bailes e eventos sociais da época. Mas agora que seu irmão George e a selvagem de sua cunhada estavam mortos, ela se ocuparia do futuro daqueles mestiços.
Incrédula, Megan escutava os obscuros planos de sua tia, apoiada sobre a bonita porta que seu pai mandou construir. Aquela casa, que tantos momentos lindos acolheram em vida de seus pais, agora se havia transformado em um lar sinistro por causa da presença de seus tios.
“Esta mulher está louca”, pensou Megan, pálida como a cera. Ao escutar aquilo, seu coração quase parou. Pretendiam que sua irmã e ela se casassem com dois inimigos de seu pai. Os homens que sempre o repudiaram pelo simples fato de ter se unido em casamento com sua mãe, Deirdre. Aqueles que sempre as haviam olhado com olhos cheios de lascívia.
—Fico imaginando que as duas desaparecerão destas terras, — prosseguiu o bispo com indiferença, enquanto limpava as comissuras de sua enrugada boca com um delicado guardanapo de linho. — Com sinceridade, lady Margaret, tirar de cima a esses dois incômodos é o melhor que podem fazer.
—A cada dia é mais difícil a convivência, — reprovou Albert. — Se negam a ser submissas e obedientes, e a se comportarem como damas. Mas claro, é o que se deve esperar delas, tendo a mãe que tiveram e a educação que ofereceram!
—Elas partirão e desaparecerão de nossas vidas, — disse Margaret taxativamente. — Só permanecerá nesta casa o pequeno Zac, sob minha tutela. É o herdeiro e, como tal, o criarei. Isso sim, sem a influência dessas duas selvagens. Eu o ensinarei a ser um bom inglês para que esmague a esses malditos highlanders.
Megan não pôde escutar mais. As lágrimas deslizavam por suas faces deixando sulcos em sua passagem. Ela precisava sair dali. Com máximo cuidado, desapareceu saindo ao pátio dos fundos da casa, junto das lindas flores que sua mãe plantou anos atrás. Sorveu várias arfadas de ar enquanto corria, e se internava na floresta.
Precisava falar com John de Lochman, o melhor amigo de seus pais, por isso se internou através da floresta em busca daquele que sempre havia dado consolo, desde que seus progenitores desapareceram.
Esgotada pela corrida, parou alguns instantes para descansar. A angústia a fazia maldizer em voz alta convulsivamente.
—Bruxa! Maldita bruxa!
—Que está acontecendo com você, Megan? — disse uma voz perto dela, assustando-a.
—Oh, Shelma!












Série Guerreiras Medievais
1- Desejo Concedido
2- Onde se domina a Planície
3- Sempre te encontrarei
4- Uma flor para outra flor
5- Uma prova de Amor
6- Um Coração entre eu e você
Série concluída

15 de outubro de 2010

A Noiva Acidental

Trilogia Noivas
Por quatro anos, o marquês de Granville tinha sido para Phoebe um homem: o marido desinteressante e pouco intimidante de sua irmã. Quando ela morreu, Phoebe parecia uma substituta razoável.
Seu compromisso com ele, forçou um acordo e teria sido muito cruel, se não fosse pelo dia em que Phoebe olhou para ele, realmente olhou e viu o que jamais tinha visto antes: que o marido era charmoso e misterioso.
Desde então, ela não conseguia parar de prestar atenção, e se apaixonou perdidamente.
Está casada com Granville, sabendo que ele não a amava e nunca a amaria.
Foi uma verdadeira tortura. Afinal, Phoebe não pertence à classe de mulheres que os homens se apaixonam.
Phoebe, com seus cabelos revoltos, despenteados sua roupa e os dedos sujos de tinta sempre de tanto escrever poemas.
Mas Granville está prestes a descobrir que a desajeitada jovem, é mulher o suficiente. Inclusive para ele.


Prólogo

Rotterdam, dezembro 1645

Brian Morse passou rapidamente pelo beco escuro para longe do porto.
Um homem o seguia era um homem com uma capa e um capuz amarado na testa.
Ao aproximar-se dos úmidos muros de pedra de um lado a outro, Brian se fundia com as sombras.
Os telhados de ambos os flancos quase se tocavam sobre sua cabeça, o que não impedia que a persistente chuva o empapasse enquanto caminhava com cuidado sobre os escorregadios paralelepípedos.
O inglês sabia que o seguiam.
Mas não deu sinal alguma disso, salvo possivelmente uma maior rigidez de suas omoplatas, pois todos seus nervos estavam tensos e alertas. Encontrou-se frente a uma porta estreita e vacilou durante um instante.
Depois elevou a mão como se pretendesse chamar e, ato seguido, entrou no escuro e estreito espaço, onde não podia ser visto do beco, apertando-se contra a porta fechada.
Seu perseguidor se deteve e franziu o cenho.
O inglês não tinha que haver-se detido nessa rua. Supunha-se que tinha à Tulipa Negra a encontrar-se com o agente do rei holandês, Federico Enrique do Orange.
O homem amaldiçoou ao mesmo.
Como podia que um de seus informantes tivesse cometido tamanho engano? Eram todos uns incompetentes.
Seguiu adiante, curvado sob sua capa. Ao chegar ao portão, Brian Morse saiu e se colocou frente a ele.
O homem se precaveu então daquele par de olhos castanhos, frios e determinados como os de uma víbora. A seguir viu o brilho do aço. Tratou de agarrar sua adaga, mas ao ser tornar consciente de sua desesperada posição e da rigidez dos músculos.
A ponta da espada lhe alcançou o peito, atravessando sua capa, sua camisa e sua carne com a facilidade de uma faca que corta manteiga.
A dor foi aguda, uma sorte de fria e aguda intensidade em seus órgãos vitais.
Escorregou pelo muro, procurando com as mãos um cabo nas pedras úmidas, e se desabou inerte. O sangue corria sob seu corpo, mesclando-se com os escuros atoleiros de chuva entre os paralelepípedos.
Brian Morse lhe deu a volta com a ponta de sua bota. Os olhos, agora frágeis, olhavam-lhe fixamente.
Na boca de Brian se desenhou um leve sorriso. Devagar, jogou o braço para trás e afundou a espada no estômago do homem. Depois de tirá-lo, derramou-se pelo chão uma cinzenta e carmesim massa de vísceras.
Brian observou durante um instante o sanguinolento montão de carne. Ato seguido, com um grunhido desdenhoso e torcendo a boca, voltou-se e prosseguiu sua caminhada pela ruela.
Ao chegar acima, dobrou à direita para entrar numa rua larga.
Podia ver-se a luz nas janelas superiores de um botequim de vigas transversais.
O vento fazia ranger e oscilar o letreiro do Tulipa Negro.
Brian abriu a porta de repente e entrou naquele fedorento e abarrotado lugar.
O fedor da cerveja rançosa, a sujeira humana e a pés de porco impregnava o ar carregado de fumaça.
As paredes caiadas exibiam grandes manchas de óleo de umidade e as velas de sebo ardiam nos candelabros que pendurados no teto.
Brian abriu caminho entre a estridente multidão para uma porta situada atrás do mostrador, onde um homem com as bochechas vermelhas servia cerveja sem descanso e com movimentos firmes, alinhando os frascos cheios no bar.
Uma empregada as retirava e levava em uma bandeja que sustentava por cima da cabeça enquanto se ele mergulhava na multidão, esquivando-se dos beliscões e das palmadas no traseiro.
O homem do bar elevou a vista quando Brian passou frente a ele.
Dedicou-lhe uma breve saudação e assinalou com o queixo para a porta que havia a suas costas.
Brian elevou o fecho e entrou em uma pequena habitação de teto baixo. Havia um homem sentado em uma mesa junto ao fogo, acariciando uma jarra de louça. Fazia um frio úmido na estadia, apesar das chamas o homem ainda estava usando capa e chapéu. Quando Brian entrou, elevou a vista e o examinou de cima abaixo.
—Eles te seguiram-perguntou com uma voz estranhamente terminante e nasal. Fixou o olhar na espada que Brian ainda sustentava sem embainhar. Da ponta gotejava sangue que se coagulava na serragem se espalhando sobre o chão de madeira.
—Sim - admitiu Brian.
Levantou a espada e analisou as manchas cor óxido como se analisasse e aprovasse o trabalho feito. Logo, com um cortante ruído surdo, embainhou a espada e se sentou no lado oposto da mesa.
—Um dos agentes do Strickland? —inquiriu o homem, agarrando sua jarra.
—Suponho. Não tive tempo de averiguá-lo


Trilogia Noivas
1 - A Guerreira
2 - A Noiva Acidental
3 - A Noiva Inesperada
Trilogia Concluída

14 de outubro de 2010

Insensatez

Série Rose

Paixão proibida de um nobre por uma linda plebéia!

Filha de um tecelão, Adela Toisserand levava uma vida dedicada ao trabalho. Havia poucas cores na trama de seus sonhos, até o dia em que um rico cavaleiro, enfeitiçado por sua exuberante beleza, jurou conquistá-la...
Roland d'Aalgen tinha a responsabilidade de salvaguardar a honra e a nobreza da família. Mas era impossível resistir aos encantos da maravilhosa Adela — mulher que fazia pouco caso de suas tentativas de sedução e que lhe incendiava o desejo!

Prólogo

Château Fontaine, junho de 1251
Roland estava inquieto e seu estado de espírito nada tinha a ver com as manifestações de dor vindas do segundo andar. Com os cotovelos firmados nas coxas, apoiou o rosto nas mãos e pensou no que faria da vida daí em diante.
Outro grito cortou o ar do salão dessa vez, Roland percebeu que Armand não disfarçava mais a tensão provocada pelo trabalho de parto da mulher.
Apreensivo, o cavaleiro mais velho levantou-se.
Triste, refletiu Roland notando a expressão de simpatia no olhar de Hugues, sentado do outro lado da lareira. Ergueu-se e serviu uma dose generosa de eau-de-vie para o amigo.
— Sem dúvida não pode levar muito tempo mais — comentou Armand ao aceitar a bebida.
— Cada coisa a seu tempo — disse Hugues provocando um ríctus de irritação em Armand.
Este, alarmado com outro grito vindo do segundo andar, olhou para a bebida forte e a ingeriu de uma vez só.
Roland, que esperava alguma reação à eau-de-vie, desapontou-se. A potência da bebida passou despercebida ao amigo.
Trágico. Como um homem forte e corajoso podia ficar desarvorado por causa de um grito de mulher?, indagou-se Roland.
Precisava se precaver e jamais permitir ao coração a oportunidade de colocá-lo em situação semelhante.
— O pior é o fato de eu não poder fazer nada — queixou-se Armand voltando a se sentar diante da lareira.
— Ah, pode, sim. Simplesmente não a toque mais e esse negócio de ter filhos não se repetirá — Roland sugeriu com um sorriso malicioso.
Armand lançou-lhe um olhar furioso e Hugues abafou o riso.
— Foi apenas uma brincadeira — desculpou-se Roland enquanto Armand, pondo-se de pé, começou a andar de um lado para o outro.
— O nascimento das duas outras crianças devia tê-lo deixado mais resistente para enfrentar a situação — Hugues comentou em voz baixa.
Roland concordou com um gesto de cabeça, mas acrescentou:
— Na verdade, ele piorou. Desta vez, está mais aflito.
Se o casamento fazia isso a um homem, poderia viver muito bem sem ele, disse a si mesmo. Armand, que jamais se perturbava diante dos maiores perigos, encontrava-se dominado por um nervosismo sem limites.
— Mulher tola — resmungou o amigo lançando olhares aflitos para Roland e Hugues. — Ela devia ter se contentado com Michel e Eloise. Por que persistiu nessa loucura de ter mais um filho?
Outro grito chegou-lhes aos ouvidos como se a própria Alex desejasse enfatizar as palavras do marido. Empalidecendo, Armand fechou os olhos.
— Continue a andar. Isso lhe acalmará os nervos — recomendou Hugues em voz suave.
Armand reabriu os olhos e fitou-o com expressão estranha. Roland considerou o conselho, com o leve toque de provocação bem humorada, típico de Baudouin. Hugues podia ter dito qualquer outra bobagem.
Péssima hora para lembrar Armand do pai recentemente falecido. Afinal, o pobre estava preocupado com a vida da mulher.
Antes de poder dizer algo que pudesse desviar a atenção do amigo, Sophie apareceu no topo da escada. Desgostoso, Roland percebeu que, a um simples gesto de dedo da curandeira, Armand já galgava os degraus de dois em dois.
Patético. Acomodou-se melhor na cadeira.
Sabia que a inquietação nada tinha a ver com a dedicação do amigo à família. Tentou descobrir a razão exata pela qual tinha desprezado a oportunidade de ser chefe dos soldados ali em Fontaine.
Não se tratava de uma pequena responsabilidade encarregar-se dos guerreiros a serviço de Armand e, por causa de sua pouca idade, não receberia ofertas semelhantes.
Racionalmente, deveria tê-la agarrado com unhas e dentes. Afinal, era o passo acertado para um cavaleiro que ainda não jurara fidelidade a ninguém, além do fato de não ter ele o encargo de gerenciar propriedade alguma.
Hugues pôs-se de pé e Roland seguiu-lhe o olhar até Sophie que continuava no alto da escada.
Sorrindo, ela chamava os dois com o mesmo gesto de dedo feito a Armand um pouco antes. Só então, Roland deu-se conta de que os gritos de Alex tinham cessado.
— Ela quer ver os dois — explicou a curandeira para Roland que continuava sentado.
Ele achava tratar-se de um momento íntimo, familiar.


Série Rose
1 - O Romance da Rosa
2 - A Feiticeira
3 - Insensatez
Série Concluída

A Feiticeira

Série Rose

Uma paixão regida pelo destino!

Certa manhã, ao se deparar com um belo cavaleiro, Sofie Mauclerc o reconheceu: era o homem que sempre aparecia em seus sonhos.
E pelo misterioso poder de que era dotada, Sofie sabia que Alain de Pontesse era mais que a realização de uma fantasia. Era o seu próprio destino!

Capítulo Um

Bordeaux, outubro de 1226.

As brumas rolavam preguiçosamente sobre as colinas. Sofie estremeceu, incapaz de resistir ao fascínio das suaves ondulações a seu redor.
À medida que se aproximava, podia discernir negras silhuetas, cuja existência pressentira antes mesmo de vislumbrá-las ao cair da noite. Como sempre, a névoa as obscurecia. Sofie percebia seus vultos altos e avançava por entre eles cautelosamente.
Mais uma vez, estremeceu. De frio. De medo do que poderia encontrar pela frente.
Mas a curiosidade a impelia a prosseguir.
Tão longe quanto à vista alcançava, a paisagem era sombreada em sutis tons de azul, verde e cinza.
Cores recobertas por um manto de bruma.
Parecia que Sofie não se achava sozinha em sua expectativa: a própria terra dava impressão de reter o fôlego e aguardar por algo.
Algo que aconteceria naquela clareira. Naquela noite.
Ela apurou a audição e escutou as ondas se quebrando na praia ali perto.
Quase pôde sentir o cheiro de sal. Deteve-se quando chegou ao cume, ciente de que se postava no centro de vultos maciços.
O terror apoderou-se dela Tentou refreá-lo desesperadamente. Virou-se devagar, já sabendo com o que se defrontaria.
Não obstante, ficou chocada ao deparar com a misteriosa figura encapuzada que esperava seu sinal. Não houve acenos ou saudações.
Apenas o peso do silêncio.
O olhar de Sofie recaiu sobre os restos de uma fogueira que ardia e voltou a fitar a figura encapuzada, tentando divisar seus olhos.
Crispou as mãos nervosamente quando a figura velada pareceu ganhar vida e deu um passo em sua direção, a silhueta negra recortada contra as últimas chamas douradas da fogueira, sobressaindo na névoa azulada.
O coração de Sofie falhou uma batida. De súbito, constatou que havia ocorrido uma sutil alteração na cena.
A figura que se aproximava era grande, muito grande. Não poderia ser a mulher que imaginara encontrar. Todavia, forçou-se a permanecer onde estava.
O medo crescia em seu peito. Ela procurava a todo custo se controlar e compreender aquela inesperada mudança.
O manto de lã tremulava enquanto o estranho vencia a distância que os separava.
O coração de Sofie disparou.
Mas ela estava petrificada, tão imóvel quanto às formas sombreadas que se elevavam à sua volta. O homem agora se achava a poucos passos, as feições ainda invisíveis sob o pesado capuz.
O desconhecido parou diante dela.
Era alto e tinha ombros largos. Lançou uma sombra fria sobre Sofie, que teve um calafrio mas sustentou o olhar. O momento chegara.
O homem era como as sombras que a rodeavam envoltas na névoa. Gélido, inatingível, enigmático. Gradualmente, porém, Sofie captou o calor que dele emanava. Um calor que contrastava com seus olhos de pedra.
Pela primeira vez, Sofie não teve medo do que poderia acontecer
.


Série Rose
1 - O Romance da Rosa
2 - A Feiticeira
3 - Insensatez
Série Concluída

A Guerreira

Trilogia Noivas
Prólogo

Rothbury House, Yorkshire,
Inglaterra, 1617

― Milord!
William Decatur, conde do Rothbury, estava escrevendo um documento; ao ouvir o anúncio levantou a vista e apoiou com cuidado a pluma sobre o tinteiro de prata. Seus olhos, de um azul tão intenso como um amanhecer de verão, davam a impressão de atravessar o mensageiro.
― Estão perto?
― A um quilômetro e meio, Milord, e se aproximam a todo galope.
O mensageiro secou a testa com um imundo lenço de tecido. Rodeava-lhe uma espécie de nuvem que fedia a suor e a cavalo.
O conde pulverizou areia fina sobre o pergaminho, deixou cair cera derretida de uma vela acesa sobre sua assinatura e imprimiu nela seu anel de selo. Sem pressa, apartou para trás a cadeira de carvalho esculpido e ficou de pé. Nada deixava entrever seu semblante.
― Quantos são?
― Um batalhão completo, pelo menos, senhor. Cavalaria e infantaria.
― Ao mando de quem?
O mensageiro titubeou.
«Ao mando de quem?» A pergunta estalou como um disparo de mosquete.
― Levam o estandarte de Granville, senhor.
William Decatur deixou escapar um suspiro.
A porta se abriu às costas do mensageiro.
O movimento era suave e inseguro; a mulher que entrou não mostrava suavidade nem insegurança.
― Já estão vindo? — perguntou a mulher, com os olhos cravados no conde com dolorosa intensidade. ― Querem nos jogar de nossa casa, não é, Milord?
― Sim, Clarissa, assim é.
O olhar dos olhos azuis do homem pairava sobre a mulher de cabelos castanhos e sobre o menino de olhos enormes que estava junto dela, era inescrutável.
O menino que Clarissa levava no ventre, sob o cinturão que pendia o grande anel com as chaves da casa, só se notava por um leve engrossamento de sua cintura e pelo gesto que apoiava uma mão no ventre e outra sobre o ombro já robusto de seu filho, gesto que pretendia proteger tanto o filho por nascer como ao nascido.
-Levar-lhe-ão — disse ela, refletindo em seu rosto o esforço que fazia para controlar o tremor de sua voz.
—E então, o que será de nós, Milord?
A dureza e a amargura que davam conta do ressentimento de sua esposa, que se negava a compreender a potência do impulso de consciência que induzia William a realizar semelhante sacrifício de jogar sua família ao exílio, à pobreza, a sujar o sobrenome de uma família orgulhosa com o cruel qualificativo de traição, fez-lhe encolher-se.
Antes que ele pudesse responder, o barulho de cascos chegou pela janela aberta. Clarissa afogou uma exclamação e o menino, Rufus, visconde do Rothbury, filho e herdeiro do agora em desgraça conde do Rothbury, deu dois passos e se aproximou de seu pai, para diferenciar-se da debilidade da mulher.
O conde baixou a vista até o menino de cabelos vermelhos e se encontrou com o limpo olhar azul de seu filho, tão intenso e direto como o seu.
William lhe dirigiu um meio sorriso que levava consigo a profunda compaixão que sentia por esse menino a quem lhe arrebataria o direito que lhe correspondia por nascimento e se condenaria a viver como um proscrito.


Trilogia Noivas
1 - A Guerreira
2 - A Noiva Acidental
3 - A Noiva Inesperada
Trilogia Concluída

O Encantamento










Um coração feminino.
Forte, atraente e determinada, Aaren Serricksdotter é a filha mais velha de um guerreiro viking e de uma bela Valquíria.

Mas pelo poder de um antigo encantamento, ninguém pode desvendar os verdadeiros segredos de seu coração, talvez nem ela própria...

Um homem encantado.
Herdeiro do trono nórdico, Jorund Borgerson está dividido entre o legado violento do seu clã e o juramento secreto de trazer a paz para o seu povo.

Até ele conhecer a filha de um clã distante, uma guerreira linda, que desperta em Jorund um desejo como nenhuma outra mulher o fez até então...
O encantamento.


Unidos por uma força tão misteriosa quanto poderosa, Jorund e Aaren precisam descobrir o segredo de sua incomum união.
Pois em tempos de violência e caos, um guerreiro e uma guerreira precisam se preparar para a batalha final, uma jornada que vai além do derramamento de sangue, até o verdadeiro encantamento que, por direito, todo homem e mulher que já amou merece ter.

Capítulo Um

— Será que haverá muita luta? — indagou uma voz feminina.
— Muita. — Foi a resposta áspera do ancião.
— Ela terá de matar muitos homens? — perguntou uma segunda voz igualmente suave.
— Somente o Pai Todo-Poderoso sabe disso.
Era uma noite de lua cheia, fria como as profundezas das cavernas da montanha conhecida como Gigante de Gelo.
Quatro figuras envoltas em casacos pesados avançaram lentamente pelo caminho sinuoso e pararam à beira de um penhasco para vislumbrar a floresta escura e silenciosa.
Lá embaixo, além da floresta, havia uma enorme extensão de água, o grande lago Vánern.
— A casa de jarl Borger é grande e boa? — perguntou a primeira.
— É mesmo cheia de esculturas de madeira e as paredes são cobertas de bandeiras de seda? — a segunda completou a pergunta.
— Foi o que eu disse.
— E no salão principal é mesmo servido o mais fino hidromel?
— Onde brindam e bebem os mais bravos guerreiros de toda a Vármland?
As perguntas cansaram o velho senhor. Elas não queriam informação, e sim garantias. Ele parou, ergueu a mão e apontou os pequenos pontos de luz na linha onde a floresta e o lago pareciam se encontrar.
— Lá está. A vila. Exatamente como eu me lembrava. — Ele olhou para os rostos pálidos de suas três filhas. 

— Quando eu entrar no salão principal, esperem por mim junto à porta... Eu me aproximarei sozinho do trono.
As duas mais jovens assentiram, e ele se voltou para a terceira, que era a mais alta de todas.
Ela permanecia imóvel, olhando para as luzes distantes, que pareciam se mover e mudar a cada piscar de olhos... luzes que significavam um fim... e um começo.
— Você está pronta, filha? — ele indagou, pousando a mão sobre o braço da moça.
Pronta? Para aceitar sua tarefa e se entregar ao seu destino?
Aaren Serricksdotter fitou os rostos ansiosos de suas duas irmãs mais novas e de seu pai.
Por um turbulento instante, desejou retornar para as montanhas de onde eles tinham vindo... voltar para a cabana de madeira que ficava na campina... voltar para o estilo de vida simples ao qual estavam acostumados.

Assim que se deu conta de seus anseios, ela os conteve, classificando-os como fraqueza.
Concentrando-se no pouco que podia ver do rosto do ancião encoberto pelo chapéu de aba larga, ela simplesmente assentiu, sem nada dizer.
Quando retomaram o passo, descendo em meio às sombras das árvores que se mexiam e sussurravam inquietas ao vento, a pergunta de seu pai começou a martelar em seu coração: Você está pronta?
Sua mente foi invadida por recordações poderosas.

de repente, ela estava de volta ao seu lar nas montanhas, brincando e rindo com as suas irmãs mais novas ao redor da fogueira do fim de tarde... deitando-se de costas sobre a grama para buscar entre as nuvens o rosto dos deuses que viviam em Asgard...
Ela cerrou os dentes.
Sua mão roçou o metal frio do cabo da espada, e os dedos se fecharam ao redor da bainha feita de chifre.
Isso era tudo que importava agora, ela disse para si mesma, espantando a dor profunda que dilacerava seu coração.
Uma por uma, ela trancou no fundo da alma as dolorosas lembranças.
Não haveria mais lugar em seu novo estilo de vida para memórias e anseios ou sentimentos ternos de piedade.
Seu pai tinha lhe ensinado sobre o mundo dos homens. Um mundo cruel e impiedoso.
Era assim que as coisas funcionavam nas terras dos nórdicos.
A maior glória para esses homens era vencer as grandes batalhas e, se fosse o desejo do destino, morrer com uma espada na mão.

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13 de outubro de 2010

Um Hóspede Sedutor

Trilogia Homens Inadequados
Ele chegou para despertar a paixão! 

Grace Barton sempre fora uma moça ajuizada, de comportamento irrepreensível, até o dia em que precisou arrastar um belo estranho, ferido, para casa, através do solo enlameado pela chuva.
E,em contato com aquele corpo atlético, Grace não conseguia deixar de imaginar como seria ele sem a camisa de fino linho que o cobria!
O que acontecera com a recatada jovem que sempre fora?
Lorde Elliot Fitzwalter tinha consciência de que nenhuma mulher decente desejaria se relacionar com ele, por causa de seu passado mal-afamado. Mesmo assim, o caráter, a inocência e a beleza de Grace Barton o fizeram sonhar com um paraíso inatingível!

Capítulo Um

Lincolnshire, 1868,
— Oh, Srta. Barton, que prazer enorme encontrá-la! A novidade não é assustadora? — a voz familiar soou deliciada atrás de Grace.
Voltando-se para encarar a Srta. Myrtle Hurley e sua irmã gêmea, a srta. Ethel, que lhe bloqueavam o caminho à saída da peixaria com a eficiência de uma parede de tijolos, Grace Barton forçou um sorriso.
Como sempre as duas idosas solteironas vestiam trajes idênticos: vestidos pretos, capas de lã cinza e toucas também pretas.
Os cabelos brancos estavam penteados da mesma maneira. Um estranho que as visse jamais conseguiria distingui-las uma da outra.
Duas doces e inofensivas velhinhas.
Grace, porém, que conhecia de longa data as duas maiores abelhudas do vilarejo, sabia por experiência passada que nem o vento cortante de abril, nem o odor de peixe vindo da peixaria, as fariam arredar pé antes de dizer o que pretendiam.
— Boa tarde, Srtas. Hurley — cumprimentou, resignada a escutar a última fofoca das duas.
— Boa tarde — retribuiu a srta. Myrtle, a mais velha das gêmeas por bons cinco minutos.
— Que coisa mais triste, não? Para nós não vai fazer diferença, claro, mas para os outros... que desgraça!
— O que aconteceu? — A custo, Grace manteve um tom indiferente. Ao mesmo tempo, mudou de mão a cesta de vime que segurava, para evitar os olhares curiosos da srta. Ethel. Afinal, não era da conta dela se o peixe que comprara fora o mais barato da peixaria.
— Trata-se dos aluguéis — anunciou a srta. Myrtle, com ar de importância. — Sir Donald vai aumentá-los. Acabamos de saber pela Sra. Banks, a governante dele.
Grace engoliu em seco.
Além de ser dono da maioria das terras da região, sir Donald era também proprietário da Fazenda Barton, onde Grace e Mercy, sua irmã caçula, moravam.
Daquela vez, a notícia trazida pelas Hurley era importante e, tendo partido da governante de sir Donald, devia ser verídica.
— Detesto ser portadora de más notícias — apressou-se a dizer a srta. Myrtle, mantendo uma expressão sorridente que lhe desmentia a afirmação. — Mas todos vão ficar sabendo, mais cedo ou mais tarde! Sir Donald chegou ontem, e já conversou com alguns dos inquilinos.
Era típico das gêmeas tratarem um caso tão grave como um simples mexerico, pensou Grace. Seu rosto, porém, não deixou perceber quanto a notícia a deixara abalada.
As Hurley não se importavam com o aumento porque haviam herdado uma sólida fortuna do pai, um comerciante de lãs. Sir Donald poderia até triplicar o aluguel sem prejudicá-las.
Esse, porém, não era o caso dela e de Mercy.Os Barton tinham sido os proprietários mais ricos da região por mais de três séculos.


Trilogia Homens Inadequados
1 - O Conquistador
2 - O Duque Sombrio
3 - Um Hóspede Sedutor
Trilogia Concluída

No Vale das Paixões

Série Polícia Montada


Conquistar o amor daquela mulher era sua única promessa... Este era seu único juramento...

Como membro da Polícia Montada do Canadá, Braden Flynn tinha uma única missão:
escoltar os Sioux em seu êxodo dos EUA, após uma batalha com o Exército americano.
No entanto, por mais que tentasse, ele não conseguia deixar de pensar em Ayra, a belíssima sobrinha do chefe dos Sioux, cuja lealdade a seu povo tocaram o coração de Braden de uma maneira como nunca acontecera antes.
Embora um desejo arrebatador explodisse entre ambos, ele sabia que Ayra relutava em confiar num homem branco.
Contudo, nem as mais árduas adversidades, nem o mais mortal dos perigos, poderá impedi-lo de fazer qualquer coisa para conquistar a confiança e o amor de Ayra...

Capítulo Um

Rio Little Bighorn Junho, 1876
O rápido bater das asas de uma libélula soprava uma brisa suave no rosto de Ayra enquanto, deitada de bruços, ela assistia ao bale do pequeno inseto, que pairava sobre a superfície do riacho.
Virou-se de costas sobre a relva fresca e fechou os olhos, deixando que o canto das águas adentrasse seus pensamentos.
As folhas do grande algodoeiro, com seus galhos contorcidos, farfalhavam numa dança suave, projetando formas de luz e sombra que conseguia ver mesmo com os olhos cerrados.
As tribos unificadas de Cheyenne, Ogala, Brule, Sans Are, Miniconjou, Blackfeet e sua própria tribo, os Hunkpapa, tinham derrotado Três Estrelas e seus soldados azuis, numa batalha sangrenta, onde seus guerreiros lutaram contra um exército duas vezes maior.
De tão furioso com a perseguição incansável de Três Estrelas, o próprio Touro Sentado levara seus homens à luta.
Agora, centenas de tendas estavam montadas ao longo das margens do Greasy Grass, atendendo ao pedido do chefe.
Muitas vezes, Ayra escapava dos olhos astutos da mãe, esgueirava-se pelas tendas e se deitava na grama fresca, atrás da tenda de Touro Sentado.
Ali, ele e outros guerreiros se preocupavam e discutiam sobre os soldados azuis que se alastravam por suas terras e também sobre Cabelo Longo.
Cabelo Longo, assim chamado por causa do cabelo comprido e avermelhado, era um louco, diziam; até mesmo para um wasichu, um homem branco.
Fazia coisas que líder nenhum deveria fazer: dividia seus homens em grupos pequenos, deixava munição extra para trás e atacava tribos onde só havia mulheres e crianças.
Três Estrelas era fácil de ser analisado.
Era um guerreiro incansável que, embora obcecado pela idéia de destruir os Sioux, lutava com bravura, respeito... e havia perdido sua batalha dignamente.
Agora, um senso de vitória e união tomava os corações que antes só tinham medo e tristeza.
Os festejos e celebrações adentraram aquela noite de verão.
Histórias de batalhas e de bravura eram contadas e recontadas em meio à luz das fogueiras, relatadas pelos destemidos guerreiros que haviam atacado e vencido os soldados azuis.
O homem branco queria que os grupos nômades vivessem nas reservas por eles estabelecidas, e que deixassem de caçar búfalos para semear seu próprio plantio no solo árido da região.
Ayra riu, assustando a libélula que havia pousado na barra do vestido.
Como poderiam saber o que plantar e onde? Wakantanka, o Grande Mistério, provia tudo o que necessitavam, colocando as plantas certas nos lugares certos para que seu povo as colhesse. O homem branco era mesmo muito tolo.


Série Polícia Montada
1 - A Primeira Vez
2 - No Vale das Paixões
3 - Coração Indomável
Série Concluída

Coração Indomável

Série Polícia Montada

Uma escolha inesperada!

Steven Gravei leva a sério seu trabalho na Polícia Montada.
Mas uma patrulha de rotina numa área próxima ao recém-construído Forte McLeod revela algo surpreendente: um rancho de gado de corte!
O proprietário Cletis Dawson, viúvo e pai de três filhas, parece empenhado em fornecer carne aos moradores do forte, mas Steven logo desconfia que o comércio de carne talvez não seja o único interesse do fazendeiro, pois a todo instante a filha do meio de Cletis aparece em seu caminho como que por um passe de mágica.
Mas não é a doce Emily, nem a espevitada caçula Elizabeth que atraem a atenção de Steven, e sim a filha mais velha, Willow.
Teimosa, audaciosa e determinada a levar o negócio da família adiante, ela é a menos inclinada das três irmãs a aceitar as atenções de um pretendente... a menos que Steven consiga libertar os segredos guardados naquele coração orgulhoso...

Capítulo Um

Vamos lá, Maria. Vou ter de erguer sua saia. — Não consigo me concentrar com você vestido desse jeito!
O oficial Steven Gravei tirou a peruca de palhaço que usa¬va e observou o mar de crianças à sua volta. Elas tinham os olhinhos arregalados de curiosidade diante da mulher deitada sobre a mesa de jantar e coberta por uma toalha rendada.
— Sra. Morton, creio que este seja o momento perfei¬to para servir o bolo de aniversário — ele propôs à mulher idosa a seu lado. — Melhor ainda, leve o bolo e as crian¬ças para a tenda de Abraham Dillon. Maria e eu precisamos de privacidade. — Limpou o rosto na manga da camisa, livrando-se da metade da maquiagem branca.
— Oficial Gravei, não seria apropriado. Alguém deve ficar aqui com o senhor e Maria — lembrou a Sra. Morton, secando a face suada com um lencinho.
Maria agarrou a borda da elegante mesa de cerejeira e gemeu de dor, arqueando-se sobre a superfície polida.
— Sra. Morton, seria o mesmo que trancar a porta do estábulo depois que o cavalo fugiu — ele argumentou, bem-humorado, mas a mulher o fitou, horrorizada. — Fique tran-qüila. A reputação da Sra. Saunders está segura comigo. — Steven deu uma piscadela para Maria, que respondeu com outro longo e sofrido gemido. — Sra. Morton, por favor...
Assim que a mulher se foi com as crianças, ele tirou a toalha que cobria a barriga de Maria e subiu-lhe a saia até a cintura.
— Pronto. Agora que estamos apenas nós dois, pode gritar à vontade.
— Não vou gritar — ela falou por entre os dentes. — Mas, quando Carlos chegar, vou matar aquele maldito... Oh! — As palavras morreram em sua boca devido à outra contração.
— Escolheu uma ótima hora para ter o bebê. Interrompeu uma de minhas melhores performances.
— Steven arre¬gaçou as mangas e lavou os braços na água quente que a sra. Morton trouxera.
— Por que pediu que a sra. Morton levasse as crianças para Abraham, no bar? — Maria quis saber.
— Ele saberá como mantê-las entretidas. Não podemos mandá-las lá para fora com essa nevasca, podemos?
Maria olhou para a janela e viu os flocos de neve cobrindo tudo.
— Onde estará Carlos? — perguntou, aflita.
— Uma nevasca nunca antes o impediu de fazer coisa alguma — opinou Steven, rasgando uma série de trapos e colocando-os de lado.
— Nunca mais vou receber amigos nesta mesa... Ai — ela gemeu de novo.
— O bebê está vindo!
— E colocou a mão sobre a barriga volumosa.
Steven posicionou as pernas e os pés de Maria em cima da mesa a fim de facilitar o parto.
— Carlos trouxe esta mesa de muito longe para você. Fique tranqüila: vou limpá-la bem, depois, e ninguém ficará sabendo de nada.
— Eu vou saber.
— Nunca foi de fazer cerimônia por coisas desse tipo, Maria. Tenho certeza de que ainda vai servir o melhor jantar de sua vida nesta mesa.
— Sim, mas por que, depois de quatro filhos, eu tinha de dar à luz o último na mesa de jantar?
— Não houve tempo para levá-la para cima. Agora pare de reclamar e concentre-se no que estamos fazendo. Precisamos dar um bebê saudável a Carlos.
— Ele que vá para o inferno... Oh!


Série Polícia Montada
1 - A Primeira Vez
2 - No Vale das Paixões
3 - Coração Indomável
Série Concluída

As Bruxas de Kenwood








Megan, Cristina, Roxane.
Mulheres com o estígma da maldição!

No final do século dezessete, a caça ás bruxas estende suas negras asas sobre o mundo.
Desesperadas, acossadas e acusadas de feitiçaria, as três irmãs Kenwood deixam a Inglaterra e fogem para o Novo mundo.
A América é a salvação, a esperança.
E Massachusetts é a terra da aventura e do romance, a chance de mudar o destino. Grandes paixões despertam e amadurecem á sombra de preconceitos e ódio.
Mas a perseguição ás bruxas continua implacável.

Capítulo Um

Em se tratando de castelos, Kenwood era pequeno. Mesmo assim, aos olhos de Christina, ele se destacava imponente na beleza da costa irregular da Cornualha, onde fora construído havia quase quatro séculos.
Esguio e solitário, ele se delineava de encontro ao céu sem outras edificações à vista na vizinhança, já que a vila, ao norte, escondia-se por detrás das colinas. As muralhas externas, de grandes blocos de granito, encobriam tudo, exceto as quatro torres. Numa delas, esvoaçava a flâmula vermelha, sinal de que o conde de Kenwood encontrava-se na residência. Christina, que havia ca¬minhado distraída pela trilha no topo do penhasco, trazia o semblante preocupado ao voltar para casa.
No início desse verão de 1691, ela completara dezesseis anos e, na sua opinião, não era mais uma criança, e sim uma adulta, o que, na verdade, não lhe mudara a vida.
A brisa do mar agitou-lhe os cabelos vermelho-dourados, e ela os prendeu com as mãos enquanto erguia a cabeça. Nesse momento, viu, lá embaixo na nesga de praia à volta da enseada, uma silhueta escura movendo-se na areia. Apertou os lábios numa expressão de desagrado.
Sem ser vista, observou Roxanne, a meia irmã, dirigindo-se à trilha que a traria até ali em cima do penhasco. Como não desejasse encontrá-la, passou a andar mais depressa, na esperança de al¬cançar o castelo antes de Roxanne terminar a escalada.
Os movimentos harmoniosos e leves revelaram a sua familiaridade com o campo e a vegetação. As horas que passava ao ar livre constituíam a parte mais preciosa de seu dia. Amava profundamente essa região onde nascera e vivera os dezesseis anos de vida, imaginando-a ser a mais bonita da Inglaterra. Certa vez, tinha expressado essa idéia a Megan, sua outra meia irmã, na presença de Roxanne, que rira ao lhe perguntar:
— Como pode pensar tal coisa se nunca esteve em outro lugar? Isso não deixava de ser verdade, porém o pai lhe havia descrito
regiões distantes, até mesmo Londres, e todas elas, na sua opinião, não se igualavam à Cornualha.
O conde só se ausentava de casa quando a necessidade o obrigava a viajar. Ao retornar, atirava-se, com um suspiro de alívio, à poltrona predileta em frente da enorme lareira, no salão principal do castelo.
— Ah, Christina, por Deus, sirva-me uma bebida para comemorar minha volta ao lar! Roxanne, traga meus sapatos e me ajude a tirar estas botas de montaria! Megan, veja se consegue algo para este velho comer enquanto espera pelo jantar!



A Revelação








Doce espiã!
Linda, inteligente e corajosa, Emily Redgrave sempre pareceu ser invencível.


Mas depois de seu recente confronto com um temível assassino, ela precisa tomar cuidado em sua próxima missão... Emily tem de fazer tudo o que estiver a seu alcance para defender Grant Ashbury, o poderoso... e charmoso... lorde Westfield, contra os inimigos sem nome e sem rosto que estão empenhados em destruí-lo.
O que Emily não sabe é que Grant tem sua própria missão: proteger a ela... 
Destinados a perseguir um ao outro em círculos por toda a Londres, Emily e Grant estão mais do que sujeitos a frustrações... e principalmente a distrações, pois, embora possa colocá-los em perigo, a paixão entre ambos é impossível de resistir...


Capítulo Um


Londres, 1814
O ar da noite estava frio e penetrante, porém Emily Redgrave mal o sentiu ao abrir a porta e sair para o terraço.
Não se importaria com o mais severo dos invernos, pois escapava de sua prisão. Finalmente, meses de planejamento e semanas de trabalho estavam prestes a terminar. 
Em poucos momentos, estaria livre.
Seu coração disparou enquanto ajeitava a capa pesada sobre os ombros e verificava se o capuz cobria bem os cabelos claros, a fim de que não se destacassem nas sombras. Não havia, tido tempo para os disfarces e fantasias habituais.
Seria naquele momento ou nunca.
Com cuidado, subiu no parapeito e, equilibrando-se nele, olhou para o jardim abaixo. 
Tomara os lençóis amarrados suportassem seu peso.
Curvou-se para prender uma das pontas sob uma saliência de pedra na parede e, então, escorregou para fora do parapeito.
Juntou os pés em volta do primeiro nó e suspirou, aliviada, ao balançar-se em segurança. Agora precisava iniciar a longa descida para se pôr a caminho da liberdade.
Bem devagar, sempre circulando os nós dos lençóis com os pés ou as mãos, ela foi descendo.
A curtos intervalos, olhava para baixo, a respiração se condensando em volta da cabeça enquanto o chão ficava cada vez mais perto.
Uma rajada de vento fez a corda de lençóis balançar.
Ela se imobilizou ao sentir o corpo se movendo como um pêndulo. Ainda estava longe do chão e uma queda provocaria ferimentos graves.
Mal acabava de se recuperar de um tombo. 
Passar mais tempo de cama era a última coisa que precisava no momento.
O vento amainou e ela continuou a descida. 
Quando suas botas tocaram o chão, foi preciso um bom esforço para não gritar de alegria.
 Mais uma fuga audaciosa concluída: a primeira em muitos meses.
Ajeitou a capa nos ombros e virou-se para o portão do jardim e a rua movimentada do outro lado, porém se viu diante de um homem. 
Charles Isley ergueu a lanterna e dirigiu-lhe um olhar que não podia ser mal interpretado, mesmo sob a luz fraca.
— Emily — resmungou seu nome, sem disfarçar a frustração.
Numa reação infantil, ela bateu o pé no chão. Depois, afastou o capuz, mostrando o rosto e o encarou.
— Boa noite, Charlie.
— Vamos entrar. — Ele apontou a porta que ia do jardim para a sala de estar. 
Era uma ordem e não um convite.
Emily suspirou ao entrar no aposento claro e aquecido. Havia quase conseguido fugir.
Charles fechou e trancou a porta enquanto ela se atirava na cadeira mais próxima e cruzava os braços sobre o peito numa atitude de desafio.
— Emily, Emily... — Ele balançou a cabeça e serviu dois cálices de xerez. 
Entregou-lhe um, sentou-se numa cadeira à sua frente e a fitou.
Ela apertou os lábios, tentando controlar as emoções. Maldito! 
Charlie sempre a fazia se sentir culpada se quebrava o protocolo ou se mostrava zelosa demais em algum caso.
Pois não se desculparia desta vez.
— Como descobriu?
Charlie não teve a chance de responder antes de a porta do corredor abrir.
Emily levantou o olhar e viu suas duas melhores amigas, Meredith Archer e Anastasia Tyler entrar na sala.
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No Quarto ao Lado

Série Noivas Herdeiras

Um casamento de conveniência...Uma verdade inconveniente

Deirdre Cantor está decidida a ser a herdeira da vasta fortuna do avô.
Tudo o que ela precisa fazer é casar-se com um duque... e ser a primeira neta a atravessar a nave nupcial.

Assim, quando o candidato ideal aparece, depois de ter sido abandonado no altar, Deirdre dá um jeito de se tornar sua esposa, apesar dos rumores sobre o passado de seu pretendente.
Logo, porém, o sonho de viver uma vida de luxo ao lado do atraente Calder Marbrook, marquês de Brookhaven e futuro duque de Brookmoor, é destruído quando Deirdre descobre seu chocante segredo.
Sentindo-se traída, ela tenta se vingar do marido com um sedutor e perigoso jogo de gato e rato que ameaça levá-los aos píncaros da paixão.
Mas a que custo? Calder está determinado a guardar seu segredo a sete chaves, e a fazer de sua linda esposa sua mulher de verdade. Mesmo que, para isso, tenha de conquistar o coração dela mais uma vez...

Capítulo Um

Inglaterra 1815
O Monstro de Brookhaven faz outra noiva fugir, e desta vez do altar!
Calder Marbrook, marquês de Brookhaven, ficou paralisado no meio de uma movimentada rua de Londres ao ouvir a ladainha do vendedor de jornais.
Só se deu conta da aproximação de uma carroça de cerveja ao ouvir os gritos de advertência e os impropérios do condutor.
Ao se encontrar em segurança do outro lado da rua, ignorou os xingamentos do homenzinho e procurou localizar, entre a pequena multidão que transitava, onde se encontrava o maldito jornaleiro.
— Leia tudo sobre o Monstro! A Voz da Sociedade afirma: ele não consegue segurar suas mulheres!
O vendedor de jornais, um homem envelhecido, cuja voz até tremia um pouco, pegou a moeda que Calder lhe estendeu e entregou-lhe o jornal, repetindo sem parar:
— O Monstro de Brookhaven ataca novamente!
Ergueu então os olhos e, ao deparar com o rosto de Calder, baixou-os para a foto estampada na primeira página.
— É o senhor? — surpreendeu-se.
A expressão contrariada de Calder acabou de imediato com a excitação do homem, que levantou o boné e despediu-se, apressado.
— Tenha um bom dia, milorde!
Calder ignorou o cumprimento, abriu o jornal e se pôs a ler ali mesmo.
O Monstro de Brookhaven... Nem toda a sua riqueza e posição foram suficientes...
Ele balançou a cabeça.
As pessoas ainda se perguntavam sobre o misterioso e trágico acidente que o deixara viúvo cinco anos antes, causando a morte prematura da adorável lady Brookhaven? Por que aconteceu de novo?, inquiriam, achando impossível que outra linda jovem inglesa estivesse fugindo de algo sombrio e pouco natural a despeito dos encantos do Monstro...
Calder amassou o jornal, sentindo a velha dor incomodá-lo. Era inacreditável o que meras insinuações podiam causar.
Afinal, aquilo não passava de um mexerico barato, baseado em suposições.
Era verdade que, naquela mesma manhã, ele havia entregado a Rafe a mulher que ele próprio escolhera para se casar em uma cerimônia muito pouco ortodoxa na qual, bastante relutante, ele mesmo fizera as vezes do noivo...


Série Noivas Herdeiras
1 - Procura-se um Duque
2 - No Quarto ao Lado
3 - Sonho de Cinderela
Série Concluída

Procura-se um Duque

Série Noivas Herdeiras

Desejo de um coração.

A única maneira de Phoebe Millbury herdar a fortuna da família é cumprir a exigência feita em testamento por seu avô, de se casar com um duque.
Mas isso é só uma parte do problema.
Phoebe, que está tentando recuperar seu bom nome depois de um escândalo romântico, ainda tem que competir com duas primas, pela herança, e talvez pelo mesmo homem... até que fica conhecendo o irresistível Rafe Marbrook, marquês de Brookhaven.

Ao receber uma proposta de casamento vinda dos Marbrook, Phoebe aceita sem vacilar. Só há um porém: o pedido foi feito pelo irmão mais velho de Rafe, Calder, herdeiro do ducado, por quem ela não se sente atraída.
Agora Phoebe se vê à beira de outro escândalo, enquanto enfrenta uma escolha desesperada: casar-se com Calder pelo dinheiro e pelo título... ou seguir seu coração? De um jeito ou de outro, o resultado poderá ser desastroso...

Capítulo Um

Inglaterra, 1815
Talvez não houvesse qualquer presságio nisso, mas a primeira coisa pela qual Phoebe Millbury, que era filha de um vigário, se apaixonou, ao ver o homem de seus sonhos, foi pelo traseiro dele.
Até aquele momento, Phoebe, em seu primeiro baile na sociedade, transitava, despercebida como um fantasma, pelo luxuoso salão como em um sonho, embora não muito bom.
O que ela estava fazendo naquele mundo glamouroso da alta-roda?
Vá para Londres e arrume um duque, o vigário lhe dissera.
Satisfaça o último desejo de sua mãe.Como se fosse fácil.
E não deixe que aquilo aconteça novamente.
Bem, não fora bem isso que o vigário lhe dissera, mas a mensagem havia sido bastante clara.
Precisava manter o decoro, ser recatada, sensata e modesta, como havia sido nos últimos anos, e nunca cometer aquele infeliz deslize de novo.
Dispunha de muito pouco para atrair a atenção de um duque, porém.
Seus vestidos talvez fossem adequados para uma jovem do campo, quando fosse visitar os doentes do vilarejo, ou até mesmo para um baile local — não que ela tivesse ousado dançar sob a vigilante mira do vigário —, mas eram bem diferentes da rica moda londrina usada pela maioria das damas no salão.
Ela tampouco tinha a beleza esguia de sua prima Deirdre, ou mesmo a da tia, a viúva Tessa. Nunca havia se importado antes com sua aparência, mas tivera mais sorte nesse sentido do que algumas outras jovens ali.
Ao se sentar em uma cadeira da fila extraoficialmente reservada para jovens que não dan-çariam, seu olhar se voltou para um dos lados do salão onde estava sua outra prima, a pouco atraente Sophie Blake.
Arrume um duque para você.
Seria a realização de um sonho.
O que era irônico, pois o próprio vigário se incumbira de fazer com que Phoebe não mais acalentasse sonhos como aquele.
E, aos quinze anos, não poderia haver ninguém mais romântica e sonhadora do que ela.
Depois do professor de dança, porém, ela ficara curada para sempre.
Como não tivesse discernimento para diferenciar sonho de realidade — nem mesmo o certo do errado —, o mais seguro era seguir rigorosamente as regras.
Phoebe suspirou.
Sophie parecia não se importar de ficar sentada, mas ela preferia dançar.
Não precisaria ser com alguém atraente, ou que tivesse título, bastava que tivesse se banhado recentemente e não pisasse em seus pés.
Foi quando ela avistou rígidas nádegas masculinas que deram um fim a sua melancolia, qual alfinete em bolha de sabão.
O resto dele também não era nada mau.
Observando os ombros largos e a cabeça do homem que dançava de costas para ela, Phoebe umedeceu os lábios. Ela jamais pecaria de novo.
Oh, por favor, sim.
Não. Nunca mais!


Série Noivas Herdeiras
1 - Procura-se um Duque
2 - No Quarto ao Lado
3 - Sonho de Cinderela
Série Concluída

Tentador Como o Pecado!





Desejos de um coração...

Ao se ver trancada na fábrica de chocolates de seu pai, em companhia de um homem irresistível, Meg Piddington não faz idéia de que está servindo de álibi para Gareth Mandeville - a prova de que ele não cometeu um crime terrível.

No entanto, admitir a situação poderá destruir a reputação de Meg, o que o galante Gareth se recusa a fazer.
Além do mais, ele prefere a prisão ao casamento, o que certamente lhe será exigido...

Finalmente Meg se depara com a oportunidade perfeita para bancar a detetive e investigar a encrenca na qual o homem misterioso se meteu e que a deixa toda arrepiada! Mas, embora os braços fortes de Gareth prometa o paraíso, eles também podem representar um grande perigo, se ela insistir em conquistar o amor de sua vida...

Capítulo Um

Confeitaria Piddington. Arredores de Londres, 1892
Meg Piddington tentou empurrar a porta pesada mais uma vez.
— Está mesmo trancada — constatou, olhando para o rapaz a seu lado.
— Foi o que eu disse. — Ele suspirou, recostando-se a uma mesa repleta de pequenas caixas.
— Como vamos abri-la?
— Se ficar calada um minuto, talvez eu tenha uma boa idéia. Ela lhe lançou um olhar irritado, mas decidiu fechar a boca e aproveitar o momento para estudá-lo.
Gareth Mandeville se afastou da mesa e começou a circular pelo ambiente. Trabalhava para o pai dela havia só algumas semanas, e tinha estado em Londres por um pouco mais de tempo, apenas.
Começou a mexer em algumas coisas e mudá-las de lugar, tentando encontrar uma maneira para que saíssem do armazém trancado.
Alto e inegavelmente bonito, havia atraído sua atenção assim que ela pusera os olhos nele.
Algo em Gareth dava a impressão de que estaria mais à vontade em um salão de baile do que em uma fábrica, refletiu. Talvez fossem os traços refinados ou o jeito de andar.
Uma lamparina iluminou seu rosto quando ele se virou para examinar uma prateleira. Seu olhar intenso parecia capaz de atravessar uma pessoa e enxergar os lugares secretos que guardavam os mais secretos sonhos.
Ela nunca ficara perto o suficiente para descobrir a cor exata de seus olhos, mas arriscaria dizer que eram de um castanho envol
vente.
Gareth passou a examinar uma pilha de caixas. Não importava a hora do dia em que o visse; ele sempre tinha uma leve sombra de barba no queixo.
A boca, embora cerrada no momento, era atraente.
Os lábios carnudos e bem-feitos a deixavam quase hipnotizada.
Oh, Céus. Estava dramatizando demais as coisas.
— Afinal, como conseguiu se trancar aqui comigo? — ele exigiu de súbito.
Meg comprimiu os lábios.
Gareth era atraente, porém rude. Algumas mulheres poderiam até achar a combinação interessante, mas suspeitava que, depois de um certo tempo, esta perderia seu efeito.
— O que quer dizer? — replicou, irritada.
Ele a olhou sem pressa, de cima a baixo, e o corpo dela estremeceu.
— Quero dizer, o que está fazendo aqui sozinha? Já anoiteceu faz tempo. Não tem uma dama de companhia?
Ele a estava provocando, concluiu Meg ao vislumbrar um sorriso.
— Não preciso de nenhuma babá, se é o que está tentando insinuar.
Talvez ele não soubesse quem ela era

11 de outubro de 2010

Pecador






Ele deve encontrar a redenção no mais improvável dormitório...

Na Inglaterra Vitoriana, depravações de todos os tipos podem ser compradas e Matthew, o Conde de Wallingford, certifica se de beneficiar se de cada prazer possível.

Entediado e cansado, ele é tão famoso por sua frieza, quanto por seus relacionamentos imorais com belas mulheres.



Enquanto esses numerosos flertes preenchem as necessidades físicas de Matthew, eles secretamente o deixam embotado e emocionalmente vazio.
Até uma noite, quando se vê espancado, com os olhos enfaixados e aos cuidados de uma enfermeira com uma voz de anjo – e um toque gentil que acalma a escuridão dentro dele e o faz ansiar por mais.
E Jane Rankin é uma humilde enfermeira, considerada tímida e sem atrativos pela maioria.
Não há lugar para ela entre os lordes e ladies da aristocracia – apesar do crescente desejo de Matthew pelo fogo que queima por debaixo da fachada séria.
E então há o segredo de Matthew. Um segredo tão humilhante e escandaloso que poderia destruir a todos os quem ama. Um pecado, ele teme, que nem mesmo o amor de uma boa mulher poderá apagar…

Capítulo Um

Com uma perspectiva saturada e um coração negro, Matthew, o Conde de Wallingford, sabia exatamente o que a natureza humana consistia.
Tentação e prazeres físicos.
Pelo menos ele tinha reconhecido em si a falha. Diferentemente de tantos de seus pares, ele não fingiu ser o contrário. Ele era um vagabundo irresponsável, imoral e insensível. Um ancinho com apetites insaciáveis.
Um destruidor de corações infame, diziam as mulheres com desgosto, enquanto ele passeava por perto.
No entanto, foram estas mesmas mulheres que o entretiveram em casas dos seus maridos, com qualquer coisa exceto desgosto.
Ah, a fachada de moralidade vitoriana. Que brincadeira.
Era uma época maravilhosa, para alguém como ele estar vivo.
Alguém que não acredita que a natureza inata do ser humano era nada mais do que do auto — serviço.
Ele viu muito pouca bondade em sua vida.
Entretanto ele tinha estado o mais longe possível de amável ou bom ele mesmo.
Todo dia ele era confrontado com a avareza surpreendente do homem.
E em nenhuma parte na Terra havia a confirmação das maneiras egoístas, da busca do prazer, mais evidente que em Londres, entre a elite da aristocracia.
Atrás de fãs de seda esvoaçantes, e além dos salões de baile elegantes onde o champanhe e conversação educada fluíam, estabelecia um fosso de imoralidade e vício. Foi essa dicotomia que Matthew achava tão divertido.
Ele apreciava assistir os membros da nobreza trabalhando febrilmente para vivenciar as visões morais da rainha na religião, família e sexo.
Estes eram os homens que casaram, tiveram filhos e elogiaram em demasia os méritos do estado casado para lá e acolá.
Eles eram os líderes quem a rainha respeitada, quem ela acreditava.
As pessoas que defendiam a reforma social, que reuniram vigorosamente e vocalmente no parlamento para manter as prostitutas fora da rua e o sexo enterrado em baixo de um manto de devoção.
Foram estes mesmos homens, pensou com cinismo divertido, que ele saudou à noite quando ele visitou os bordéis, as salas de jogos e os clubes noturnos.
Inferno, ele mesmo, na ocasião, compartilhou um charuto e um cálice de porto com eles enquanto assistia o desfile das dançarinas nuas, sacudindo seus seios e as nádegas onde elas dançavam sedutoramente uma melodia obscena.
Piedosos e morais, realmente.
Mesmo agora, o secretário do prefeito tinha o rosto de uma mulher em seu colo e os seios de outra em sua mão. E o prefeito?
Ele tinha deixado o recinto alguns minutos mais cedo com sua amante de longa data agarrada a seu braço. Matthew perguntou se se o prefeito deu à sua jovem esposa e ao filho de dois dias um segundo pensamento hoje à noite.
Não é provável.
O espaço desgostoso onde seu coração e alma uma vez estiveram riram os lados sempre opostos. A moralidade e Londres não eram simbiônticas.
A natureza humana e a tentação, agora eram sinônimas.
Ele, mais que ninguém, entendia isto.
Olhando em torno do clube noturno esfumaçado ele de repente percebeu que nunca cessou de se espantar, a variedade de tendências oferecidas na metrópole. O vício de todo tipo estava disponível na Londres vitoriana.
Não se precisava nem sequer de uma fortuna para se assegurar do prazer. Alguns vícios eram baratos.
Outros, nem tanto. Alguns homens desfazem-se de suas almas por uma chance de saborear o néctar doce de prazeres proibidos.
Era aquele fato, em dupla com seu conhecimento do que seus pares cobiçavam que o teve aqui hoje à noite.
Ele sabia uma ou duas coisas sobre a luxúria e a venda da alma.
Uma dolorosa lição o assombrando, mas que o serviu bem.
Uma que pagaria a ele de volta hoje à noite.

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Amar é seu Destino










Toscana, Itália!

Maresa Fairwether, a quinta filha, nasceu por força de uma tragédia, cresceu embalada pelas maledicências e foi praticamente abandonada pelo pai viúvo.
Arredia e voluntariosa, Maresa teve a sorte de conhecer Percy Bronwell que sempre a aconselhou a protegeu.

Capítulo Um

Os amigos de infância cresceram e Percy, acreditando que seu amor por Maresa não era correspondido, alistou-se na Armada Real.
Com uma estranha atração pelos homens errados, Maresa continuou seus namoros inconseqüentes até os boatos aumentarem e ditarem uma mudança de cenário
Viajou para a Itália, mas não conseguiu livrar-se dos velhos hábitos.Desesperada para terminar mais um noivado, implorou a ajuda de Percy. E ele a salvou da única maneira possível.Ofereceu um casamento de conveniência.
Após a noite de núpcias,
Percy voltou a seu comando naval...e Maresa continuou sua vida, infeliz pela partida do marido.Ao saber que a vida de Percy estava em perigo nas mãos dos franceses, arriscou-se para salvá-lo e entregar-lhe o que sempre recebera dele.Um amor irrestrito.
Seria tarde demais ?
O escudeiro Samuel Livingston Bronwell esbanjava felicidade por voltar a seu lar em Yorkshire.
Uma semana em Londres, ainda mais sendo obrigado a visitar os parentes de sua querida esposa, fora difícil de agüentar.
Samuel e Olympia pararam de conversar quando o cocheiro diminuiu o ritmo da marcha dos cavalos.
Pela fresta da cortina pouco aberta, viram o cemitério, onde o reverendo Charles Constable presidia a um funeral.
— Papai, quem morreu? — Stephen, o filho mais velho, perguntou.
— Não sei, filho. Talvez saibamos ao chegar em casa.
— Saia da janela. — A sra. Bronwell puxou o filho pela manga. — Não se deve olhar. É uma grande falta de respeito para com os mortos.
Percy, de três anos, rastejou no banco e juntou-se ao irmão.
— Viu só, Stephen? Agora Percy também quer ver!
A sra. Bronwell pegou o menor no colo e abaixou mais um pouco a cortina da janela próxima ao marido, enquanto a carruagem passava lentamente pelo grupo de pessoas pesarosas.
Algum tempo depois de terem chegado em casa, a sra. Bronwell entrou na biblioteca, onde o marido se encontrava.
— Querido esposo, o senhor não vai acreditar no que a sra. Throckmorton me contou!
— Pelo contrário, querida. Não se pode duvidar de pessoas bem informadas do quilate de Agnes Throckmorton!
— Sr. Bronwell, não seja irônico, pois o fato é mesmo inacreditável. Foi a viscondessa de Strathmore, Deus que se apiede de sua alma. Eu nunca fiquei tão chocada em minha vida!
Samuel dobrou o jornal, com resignada preocupação.
— O que disse a respeito da viscondessa?
— O funeral, querido! Era dela!
— Não está me dizendo que lady Strathmore está morta, não é? — Samuel perguntou, igualmente chocado.
Olympia sentou-se no sofá em frente ao marido, ansiosa para continuar.
— Morta e enterrada. E pensar que tomamos chá juntas, alguns dias antes de nossa viagem a Londres! A sra. Throckmorton credita toda a culpa ao marido!
— Ora, vamos, Olympia, veja lá como fala sobre o visconde. Embora não seja benquisto, ele pertence a uma família antiga e honorável. Jamais mataria a esposa!
— Não o defenda, Samuel, até saber da história. Ou será que não lhe interessa?
— Tanto faz se me interessa ou não. A senhora contará de qualquer jeito.
Olympia não se fez de rogada, fez um relato minucioso dos acontecimentos e terminou com um suspiro.
— Tenho vontade de chorar, ao lembrar-me de como Teresa estava feliz por finalmente poder dar um filho homem ao marido. Ela gozava da mais perfeita saúde, quando viajamos. Uma semana depois, nós a encontramos dentro de um caixão! E o bebê? Aquela pobre criatura desamparada, inocente, sem lar e sem mãe.

9 de outubro de 2010

Guerreiro Proibido

Série Irmãos MacEgan 

Ewan MacEgan crescera e se tornara tão forte quanto atraente.

Agora, teria de encontrar uma boa esposa.
Embora viúva, Honora St. Leger preferia empunhar uma espada a se dedicar aos trabalhos domésticos. Mas por que o noivado de Ewan com sua irmã a incomodava tanto?
Ele, por sua vez, fizera a escolha perfeita ao optar por uma futura esposa rica... mas se viu perdidamente atraído por Honora!
Ewan anseia por seu toque, sua atenção e admiração, pois está certo de que ela é tão intensa no amor quanto no campo de batalha!

Capítulo Um

Inglaterra 1180
A madeira rangeu, um ruído tênue que ninguém mal notaria. Mas Honora St. Leger era treinada para perceber tais detalhes, as pistas sutis da presença de um homem.
Ele estava ali.
O ladrão que ela esperava capturar.
Os joelhos doíam contra o chão de pedra fria da capela, mas, apesar de fingir que rezava, Honora avançava lentamente até o altar e a espada que escondera debaixo dele.
Uma semana antes, o ladrão havia roubado uma cruz de madeira da capela.
E, na noite passada, um cálice desaparecera. Os homens de seu pai não haviam encontrado nada, nem o menor vestígio do ladrão.
Os pelos se eriçaram na nuca, os instintos rugiam.
Um pouco mais perto. A respiração se tornava estável conforme se preparava mentalmente para lutar.
Esticou a mão por baixo da toalha do altar, encontrando o punho de metal frio da espada. As velas se apagaram numa súbita lufada de ar.
Honora se pôs de pé, em posição de ataque. O suave ruído de passos denunciava a presença do homem.
A escuridão abrigava ambos, por isso Honora tirou vantagem de seus outros sentidos. Embora não pudesse ver o oponente, ele também não poderia vê-la.
O ritmo dos passos mudou, e o medo de súbito a atingiu. Oh, Jesus! Havia dois deles.
O ar na capela se alterou sem aviso, e o instinto fez com que Honora girasse a espada atrás de si.
A lâmina retiniu em aço e o ladrão defendeu-se, o golpe paralisando o braço de Honora.
Como o patife tinha arranjado uma espada? A arma dizia não se tratar de um ladrão comum; era um lutador treinado. A pulsação de Honora disparou, o medo aumentando. Apesar de possuir completa confiança em suas habilidades, lutar às cegas tornava tudo mais desafiador.
E ainda havia mais alguém na capela, alguém que ela não conseguia enxergar.
Os passos se aceleraram, mas Honora não saberia dizer se corriam em sua direção ou se corriam para longe.
Ela girou a espada e foi recompensada com um sibilo de dor.
— Quem é você? — perguntou. — O que quer?
Silêncio.
Quando agitou a espada novamente, encontrou o vazio. Manteve a lâmina parada, ouvindo. Não restava nada além da frieza do ar que entrava pela porta aberta. Nem um passo, nem uma respiração altercada perturbavam a quietude. Os dois homens haviam fugido. Por quê?
A não ser que um dos homens tivesse tirado o outro dali. Como um protetor invisível.
Ela franziu a testa, ficando de joelhos outra vez.
O punho da espada esquentava em sua mão ao mesmo tempo em que seu coração pulsava com energia. Havia se passado meio ano desde sua fuga da casa do marido, Ceredys, e o retorno para o donjon do pai. Pensava que estaria a salvo ali em Ardennes. Agora, já não tinha tanta certeza.
Era enervante que aquele ladrão continuasse voltando, como se estivesse procurando algo. Mas o quê?
Honora contemplou voltar para o quarto, mas sua irmã Katherine ainda estava dormindo. Não poderia colocá-la em perigo com a possibilidade de atrair os atacantes até lá.
Em vez disso, acendeu as velas mais uma vez, tentando se acalmar enquanto o aroma familiar de cera de abelha e incenso velho preenchia o lugar. Com a espada na mão, sentou-se apoiada na parede de pedra.
Apesar de congelante e desconfortável, escondeu os pés debaixo das saias.
Foi então que deu por falta do baú. Havia trazido a peça de Ceredys, um presente dado por sua sogra, Marie St. Leger.
Agora fora roubado.
Furiosa, Honora encarou o espaço vazio no qual o baú estava há alguns instantes. Enquanto murmurava uma prece silenciosa pela alma de Marie, jurou levar o ladrão à justiça.
— Ela não se casará com você.


Série Irmãos MacEgan
1 - Guerreiro Escravo
1.5 - The Viking's Forbidden Love-Slave
2 - Rei Guerreiro
3 - Guerreiro Guardião
4 - O Toque do Guerreiro
4.5 - A Virgem Proibida do Guerreiro
5 - Guerreiro Proibido
6 - Rendida ao Guerreiro
6.5 - Pleasured by the Viking
6.6 - Lionheart's Bride
7 - Guerreiros do Gelo (3 histórias em 1 livro)