19 de novembro de 2010

Desvairado Amor







Uma luta sem tréguas entre pai e filho pelo amor de uma mulher!

Na magnífica terra das sequóias, chega Maya Charters, tendo como único legado o conselho de sua mãe jamais ceder à paixão e casar-se somente com um homem rico e maduro, capaz de lhe assegurar o sustento.

Desafiando os obstáculos impostos a uma recém-chegada, Maya torna-se uma mulher altiva e corajosa.

Mas o amor de dois homens indômitos divide seu coração.
Como decidir entre o jovem e apaixonado Will Hawthome e seu pai, Hale Hawthome, que, ao lhe oferecer a dádiva da segurança, não consegue apagar o desejo ardente que governa seus dias e atormentas suas noites?
Uma história emocionante que mostra o frágil limite entre o ódio e o amor.

Capítulo Um

Mansamente, a escuna Brother Samuel emergiu da neblina acinzentada para a luminosidade do sol, e Maya Charters, encostada ao gradil da embarcação, deliciou-se com o calor envolvente.
Como por encanto, esqueceu-se das dúvidas quanto à necessidade de fugir do passado.

A beleza de Cape Mendocino, Califórnia, cujas águas à volta faiscavam sob os raios de sol, transmitia-lhe segurança.
O oceano Pacífico fazia jus ao nome. A superfície calma assemelhava-se ao cetim e o ar translúcido atingia a perfeição.
Cinco golfinhos quebraram a tranqüilidade.
Os corpos esguios pulavam tão próximos da escuna que Maya podia ouvir-lhes e ritmo da respiração.
Hipnotizada pelas criaturas ágeis e pujantes, ela manteve-se imóvel. Ao mesmo tempo, admirava e invejava-lhes a liberdade tão perfeitamente ajustada a seu hábitat.
Ela viajara milhares de quilômetros na esperança de encontrar também um mundo onde a vida valesse mais do que a guerra, a fome, a miséria e a morte.
Da mesma maneira repentina com que haviam surgido das águas, os golfinhos desapareceram sob elas.
Maya vasculhou a superfície do oceano, desejosa de encontrar vestígios dos animais. Porém eles não pontilhavam mais a massa azulada do mar aberto à volta da escuna. Tampouco encontravam-se na zona sombreada pela neblina densa próxima da costa.
A existência da terra podia ser constatada pela linha irregular, verde-escura, acima da muralha de névoa.
Árvores gigantescas, de mais de três mil anos, achavam-se lá. As copas altíssimas, como braços estendidos, absorviam a luz benéfica do sol.
Mais altas do que Deus, eram elas, de um verde-escuro quase negro e tão densas que a luz do sol jamais alcançava o solo.
Reclinada no gradil, Maya relembrou as palavras do pai falecido e percorreu o olhar pelo topo da cerração, numa tentativa de ver mais das árvores prodigiosas.
Além de suas coroas imponentes, erguia-se uma região montanhosa coberta por florestas verdejantes.
A semelhança do mar, a terra estendia-se tranqüila, intata e sem fim.
No amanhecer sereno, não havia ninguém no tombadilho para perturbar o enlevo de Maya com a terra e o mar.
Nem mesmo o timoneiro, a meia-nau da embarcação madeireira, dispensava-lhe mais os olhares de mal disfarçada luxúria.
O turno de quatro horas ao leme chegava ao fim, e ele pensava apenas no beliche que o esperava para o merecido descanso. Já não prestava muita atenção à jovem lindíssima debruçada no gradil da popa.


Beijo Roubado






Nada acontece por acaso...

Alexander Braeburn pensou que estivesse sonhando quando uma graciosa jovem apareceu no pomar, insistindo em dar-lhe um beijo.
Sendo ele um cavalheiro... lhe fez a vontade!
A partir desse momento, Willa Linnet passou a fazer parte de sua realidade, de uma maneira doce e desconcertante.
Mas mulheres como ela eram feitas para o casamento e para a família, e Alex não estava interessado em nenhuma das duas coisas.
Porém, quando outros cavalheiros começaram a disputar a afeição dela, Alex percebeu que o maior erro que poderia cometer, seria perder a adorável e alegre Willa!

Capítulo Um

Willa estava sentada no coche que pertencia a sir Daniel Braeburh e estava sendo observada com atenção pelos dois cavalheiros que se sentavam a sua frente.
Olhava pela janela, tentando ignorá-los, mas em vão.
A paisagem lá fora seguia, depressa, numa mistura de verde e cinzento.
Willa sabia que logo teria de convencer seu irmão a levá-la a Londres para providenciarem óculos novos.
Seria uma grande aventura, dizia a si mesma.
Continuava pensando, tentando organizar a melhor forma de tocar no assunto com ele, e fazia cálculos também, sobre o provável preço de tal viagem.
E deixava de lado os dois homens que prosseguiam em suas observações, até que a voz de seu irmão a alcançou:
— Entende o que digo?
Sir Daniel examinou Willa com maior atenção ainda. E notou o movimento suave dos seios dela, que seguiam as sacudidelas do coche.
— Entendo, sim — balbuciou, em resposta a Jerome.
— Ela está bem crescida, não acha? — insistiu o irmão de Willa.
Tensa, ela olhava-os, agora, mas o rosto de sir Daniel não tinha o formato claro e preciso que deveria, já que a miopia a atrapalhava bastante.
A voz dele, porém, ela conseguia ou vir muito bem, apesar de baixa:
— E o que pretende fazer?
— Talvez eu possa ser leiloada na próxima feira de arte — Willa sugeriu, sentindo-se uma aberração só por estar em idade de se casar. — Pelo que entendo de sua conversa, devo ser a única moça nestas redondezas que já atingiu a maturidade.
Os dois homens se entreolharam diante de tais palavras.
E foi Jerome quem respondeu a elas, mas não para Willa, e sim para sir Daniel:
— Imagino que devo levá-la a Londres para mais esta temporada... embora eu não faça idéia do quanto terei de gastar com o aluguel de uma casa por lá.
— A casa seria apenas o começo, Jerome. Vai gastar com vestidos e festas. Vai ter de contratar uma dama de companhia. Aposto que seus bolsos ficarão vazios no primeiro mês. E ainda há a terrível possibilidade de não encontrar um noivo para Willa. Ela é muito bonita, não há dúvidas, mas acredito que os óculos e os cabelos assim tão ruivos não sejam grandes atrativos hoje em dia...
Jerome respirou fundo e recostou-se ao assento. Seus olhos continuavam em Willa, como se fosse a causa de seus maiores problemas.
Ela começou a sentir uma leve dor de cabeça. Adorava seu irmão e também gostava muito de sir Daniel, mas aquela conversa era por demais constrangedora. Sentia-se uma mercadoria!
— Já é ruim o suficiente que fiquem falando sobre mim como se eu não estivesse aqui — reclamou. — Depois de tudo que me fizeram passar e aprender, toda a filosofia grega, toda a história mundial e a leitura dos clássicos, agora planejam me oferecer como se eu fosse uma mulher igual às outras? Para mim, isso é simplesmente absurdo!
Sir Daniel endireitou-se no assento e olhou para Jerome.
— Ela tem razão, meu amigo. E a solução me parece estar exatamente aí. Aliás, não poderia ser mais simples.
— Mesmo? Pois então, fale, homem!
— Nós dois educamos sua irmã para que ela fosse uma companhia tão boa quanto nós dois somos um para o outro, certo? Muito bem, então. Eu me caso com ela.
As palavras, diretas, não tinham nada de sentimento, de emoção.
Eram a constatação de um fato, nada mais. Sir Daniel estava apenas oferecendo a solução mais prática.
Willa estava surpresa diante do que acabara de ouvir. Jerome, porém, pareceu interessado:
— Casar-se com ela? Está falando a sério?
— E por que não? Se ela se casar comigo, você não terá de gastar nada nesta temporada em Londres. E nós três poderemos seguir com nossas vidas como sempre fizemos. Jerome, conheço Willa desde que era pequena.
Nada poderia ser mais natural, não vê? Aliás, ela é a única mulher com quem me sinto à vontade e será uma esposa admirável. Sabe conversar sobre qualquer assunto. Não há objeção alguma a esse casamento.
Willa olhava para os dois como se ambos tivessem perdido o juízo.
— Willa, minha criança, não ouviu? Sir Daniel acaba de propor-lhe casamento. — Jerome mudara até o tom com que lhe falava.
Ainda chocada, Willa pensou um pouco antes de responder:
— Bem, em primeiro lugar, não sou sua criança, pois, como acabaram de atestar, estou bem crescidinha.
— Querida, não estamos debatendo terminologias aqui. Estamos falando de seu futuro e sir Daniel acaba de nos fazer uma oferta magnífica. O que diz?
Sir Daniel pigarreou, voltando a falar. Mas suas palavras dirigiam-se mais a Jerome do que a Willa:
— Suponho que, apesar de tudo o que aprendeu, Willa ainda seja uma moça romântica.

 

17 de novembro de 2010

Dona de seu Destino










O desejo que sentiam um pelo outro era inegável, mas…
seria suficiente seu amor para libertá-los?

Seu pai a tinha trancado sendo menina, e Helena Lambarth havia jurado então que ninguém a submeteria.
Mas para cumprir o último desejo de sua mãe, viajou a Londres para se apresentar em sociedade… e assim se encontrou de repente como hóspede de lorde Darnell.



Adam, lorde Darnell, não tinha tempo de vigiar ou ajudar aquela jovem desalinhada, mas havia concordado em ser padrinho dela.
Carregado com as dívidas de seu pai, Adam sabia que sua única esperança era conseguir casar-se com a rica Priscilla Standish.
Teria desejado que Priscilla não fosse tão comum quando comparada com a pouco convencional Helena… que ademais, tinha se convertido em uma mulher simplesmente cativante.

Capítulo Um

O vento uivava enredando sua negra cabeleira e lançando mechas nos olhos enquanto à suas costas o mar se chocava contra as rochas desfazendo-se logo em espuma.
Helena Lambarth seguia olhando terra adentro aos dois trabalhadores que cavavam na terra à sombra das montanhas.
A tumba estava quase preparada.
Sua euforia se elevou como as gaivotas nas rajadas de vento salgado e uma explosão de risada irreprimível escapou de sua garganta.
Estava morto. Morto de verdade. Por fim era livre.
Embora soubesse que qualquer som teria ficado afogado pela cacofonia das ondas e as gaivotas, um dos trabalhadores fez uma pausa, olhou-a e com um braço estendido assinalou sua presença ao outro.
O homem se benzeu com espanto e com um gesto indicou a seu companheiro que seguisse cavando.
Acreditariam que se tratava de um fantasma, ou se lembrariam dela possivelmente daquela manhã nove anos atrás em que conseguiu escapar do castelo Lambarth e fugir até chegar à aldeia, em que um grupo de homens, ignorando suas súplicas, a devolveu para seu pai achando que era louca?
Por um momento ficou presa na lembrança: descalça e chorando, rodeada por um círculo de aldeãos que murmuravam entre eles sem deixar de olhar sua roupa destroçada, seu rosto sujo e seu cabelo emaranhado:
-Pobrezinha. Que lástima…
-Seu pai diz que está louca, a pobre…
-É culpa de sua mãe. Olhe que, partir desse modo…
Helena fez uma careta parecida com um sorriso.
As mentiras de seu pai nunca mais poderiam mantê-la prisioneira. Aquele mesmo dia poderia abandonar aquele maldito lugar e empreender a busca da mãe de cujo lado a arrancaram justo quando iam abandonar juntas as terras de seu pai.
A mãe que nunca havia deixado de querê-la. Disso estava segura.
Um movimento a distância a devolveu para o presente.
Os homens haviam deixado de cavar e a comitiva do enterro havia partido do castelo pelo estreito caminho de terra que conduzia ao cemitério, um lugar cheio de erva e abandono.
O coração encolheu quando seu olhar foi parar no montão de terra próximo à parede. Seu ocupante era uma intrusa na morte como ela tinha sido na vida.
Se não fosse por Sally a louca, a velha curandeira e eremita que havia falecido dois meses atrás, não poderia ter sobrevivido a seu cativeiro.
Teria se alegrado por ela aquele dia?
Embora a anciã murmurasse incongruências à maior parte do tempo, em seus ocasionais momentos de lucidez mostrava uma aguda percepção da realidade.
Igual a alguns aldeãos que entravam no bosque procurando sua ajuda quando o médico do povoado não conseguia curar suas doenças, Helena apreciava também o magnífico talento da mulher como curadora.
Ainda que outros acreditassem que a velha bruxa possuía poderes obscuros e a evitavam, razão pela qual seu próprio pai, sempre covarde, havia permitido à mulher viver em suas terras, Helena não sabia de uma só ocasião em que teria utilizado sua sabedoria para outra coisa que não fosse curar e socorrer os seus semelhantes.
Outra pontada lhe atravessou o coração.
Demente ou não, Sally havia sido sua única amiga, e sentia falta dela terrivelmente.
Respirou fundo.
Com a morte de seu pai, esperava que a patrulha que havia disposto para vigiar o perímetro das terras de Lambarth tivesse desaparecido também.


Coração de Fogo

Série Família Knight





Estava há anos preparando tudo.


Por fim estendia a armadilha perfeita para atrair os membros mais relaxados da sociedade inglesa até sua guarida. Agora poderia ganhar definitivamente sua confiança e lhes surrupiar seus mais escuros segredos.

Ninguém, nem sequer sua família, sabe que Lorde Lucien Knight é, na realidade, um espião a serviço da Coroa.
E que atrás da máscara da libertinagem se oculta uma alma atormentada, que perdeu a estima de quem mais queria e que já não confia em ninguém.
Até que o acaso põe a jovem e decidida Alice Montague em seu caminho.

Capítulo Um

Londres, 1814
As sombras esculpiam seu perfil afilado enquanto contemplava o abarrotado salão de baile do alto e escuro balcão; a oscilante luz da vela dava a impressão de que aparecia e desaparecia, como um fantasma alto e elegante.
O vacilante resplendor se refletia em seu cabelo negro e deixava ver o maquiavélico brilho de astúcia de seus olhos da cor do mercúrio. Paciência. Tudo estava em ordem.
A preparação era fundamental, e ele tinha sido meticuloso.
Lorde Lucien Knight levou a taça de cristal de Borgonha aos lábios com expressão pensativa, e se deteve para inspirar seu suave aroma antes de beber.
Ele ainda não sabia quais eram os nomes ou as faces de seus inimigos, mas podia sentir que se aproximavam dele como uma manada de chacais.
Não importava. Estava preparado.
Tinha estendido a armadilha e tinha posto iscas e todo o tipo de atrativos sensuais e pecaminosos, e com o canto de sereia das atividades políticas subversivas, nenhum espião podia resistir.
A única coisa que lhe restava fazer era esperar e observar.
Vinte anos de guerra haviam chegado ao seu fim na primavera anterior, com a derrota e a abdicação de Napoleão, e seu exílio na ilha mediterrânea de Elba.
O outono tinha chegado, e os dirigentes europeus se reuniram em Viena para redigir o tratado de paz; entretanto, qualquer homem com um mínimo de cérebro podia ver que até que Napoleão fosse levado a um local mais seguro e afastado no Atlântico, pensava Lucien realisticamente, era evidente que não podia dar-se por acabada a guerra.
A ilha de Elba estava a um tiro de pedra da Itália, e havia quem s opunha à paz, quem não enxergava nenhum benefício no rei Bourbon Luis XVIII recuperar o trono da França e desejavam que Napoleão retornasse. Como um dos mais capacitados agentes secretos da coroa britânica, Lucien tinha instruções do ministro dos Assuntos Exteriores, o Visconde de Castlereagh, de vigiar até que se ratificasse o tratado de paz; sua missão consistia em evitar que os poderes na sombra causassem problemas em solo inglês.
Tomou outro gole de vinho com um brilho furioso em seus olhos cinza. "Que venham." Uma vez que o fizessem,os encontraria, apanhá-los-ia e os destruiria, tal como havia feito com muitos outros. Na realidade, ia fazer com que viessem a ele.
De repente se ouviu uma ovação no salão de baile, que se estendeu entre a multidão. “Ah, ah, o herói conquistador”.
Lucien se inclinou para frente apoiando os cotovelos na beirada do balcão e contemplou com um sorriso cínico como seu irmão gêmeo, o coronel Lorde Damien Knight, entrava no salão de celebrações, deslumbrante com seu uniforme escarlate e a elevada e severa dignidade do Arcanjo Miguel ao voltar depois de matar o dragão.

15 de novembro de 2010

Mulher de Fogo

Série As Gêmeas Chandler

Fisicamente, ninguém conseguia diferenciar as gêmeas idênticas da família que fundou Chandler, no Colorado.

Por isso, todos as tratavam como um ser único, conhecido como Blair-Houston para evitar enganos.

No entanto, as semelhanças se limitavam à aparência.
Uma é a dama perfeita.
A outra quer quebrar barreiras e ser médica.
E a troca de personalidade por uma noite mudou as vidas das duas representantes da "realeza" local para sempre e nunca mais Chandler, a cidade mineradora, foi a mesma...

Prólogo
Filadélfia, Pensilvânia, Abril, 1892

— Surpresa! — onze pessoas gritaram à entrada de Blair Chandler na sala de jantar de seu tio Henry.
Ela era uma bonita jovem, com cabelos castanho-escuros realçados por reflexos ruivos, grandes olhos azul-esverdeados, nariz reto e aristocrático, e uma boca pequena bem desenhada.
Blair parou por um momento, tentando disfarçar as lágrimas de felicidade, enquanto olhava para as pessoas à sua frente.
Lá estavam tio Henry e sua esposa e, ao lado deles, Alan e seus colegas estudantes de medicina — uma mulher e sete homens.
Enquanto todos a contemplavam com prazer, ela, de pé, atrás da mesa repleta de presentes, não parecia lembrar-se dos últimos anos de luta para formar-se e receber seu diploma de médica.
Tia Fio, com a graça de uma jovenzinha, adiantou-se:
— Não fique aí parada, querida. Estão todos morrendo de vontade de ver seus presentes.
— Primeiro este aqui — disse tio Henry, entregando-lhe um pacote grande. Blair pensou saber o conteúdo da caixa, mas temia uma frustração.
Quando rasgou o invólucro e viu a maleta de couro com os instrumentos médicos novos e brilhantes, sentou-se pesadamente na cadeira atrás de si, incapaz de falar.
Tudo o que conseguiu fazer foi correr um dedo pela placa de bronze na maleta, onde estava escrito: Dra. B. Chandler.
— É esta a mulher que colocou ovos podres no armário do professor de cirurgia? — manifestou-se Alan, quebrando o silêncio embaraçoso. — É esta a mulher que enfrentou toda a diretoria dos hospitais de Filadélfia? — Curvando-se, pôs os lábios bem junto de sua orelha. — É esta a que tirou o primeiro lugar nos exames do St. Joseph, tornando-se a primeira médica interna de seus quadros?
Passou-se um momento antes que Blair pudesse reagir:
— Eu? — murmurou, levantando os olhos para ele, a boca aberta, expressando descrença.


Série As Gêmeas Chandler
1 - Mulher de Fogo
2 - Mulher de Gelo
Série Concluída

A Lady em uma Caixa

Brit Blaise








Arden Harcourt e seus amigos têm uma missão: Fazer com que seu tio, Senhor Harcourt, pague por seus muitos pecados contra eles.

Que modo melhor que dar a esposa do seu tio o que ela quer? Com tio de Arden preso e amordaçado em sua fantasia mascarada, os quatro conspiradores usam a esposa do homem em um encontro sexual mais picante do que qualquer um deles já experimentou.
Enquanto Arden acredita que ele esteja torturando um homem que ele menospreza, ele ao invés se encanta pela mulher. Depois da travessura erótica, Lady Catharine e Arden serão os mesmos novamente?

Capítulo Um

Inglaterra, 1820

—Você não pode matá-lo. Ele já está morto —resmungou Catharine contra a mordaça enfiada em sua boca.
Suas palavras ininteligíveis fez rir seus torturadores.
Como ela pode acabar com este bando de malfeitores acossando o valete idoso de seu marido por engano? Suas ações tolas causaram isso.
Por causa da inconseqüência de Lady Catharine Harcourt, um homem sentava-se amarrado e amordaçado, vestido com os trajes de seu falecido marido.
Desde que seu marido morrera apenas algumas horas antes, ela optou por manter o silêncio por mais um dia e aproveitar ao máximo a sua última noite antes de ter que mergulhar em luto rigoroso.
Ela tinha a esperança de desfrutar deste encontro clandestino numa reunião em um condado próximo sem ter que lidar com o caos que o falecimento de Lord Frederick iria certamente trazer sobre a sua cabeça jovem.
Ele morreu sem um herdeiro legítimo e, como sua esposa estéril, ela seria descartada pelo sobrinho sem escrúpulos que ela nunca conhecera.
À Margem e com uma pensão anual miserável, certamente seria mantida próxima da pobreza, e nunca mais obteria um convite como este novamente.
A perspectiva de uma paixão lasciva, embora não sob o relógio sempre zeloso do seu marido era demais para uma mulher sem perspectiva de futuro, para resistir.
Lady Catharine agora lamentava a sua decisão.
Sendo mantida em cativeiro por quatro homens mascarados e fantasiados, por trás da porta fechada de uma câmara com fraca luminosidade em uma mansão bem conhecida por favorecer condutas desagradáveis, mas com a máxima discrição, não estava onde queria estar neste momento.
Apenas algumas horas antes, ela havia estado presa sob o corpo nu de seu marido morto.
Naquele momento, Catharine jurou que nada poderia ser pior.
Ela pediu clemência a estes homens que usavam roupas e não eram membros do alto tribunal. Todos eles usavam pequenas variações da mesma farda.
Apenas as máscaras eram diferentes.
Cavalheiros na íntegra, vestidos como cortesãos todos eles usavam calças justa de veludo preto e branco, casacos não trespassados do mesmo tecido, com golas rígidas, e colarinhos brancos e longos.
Cada um tinha sapatos com fivelas de prata brilhante, que era a única ornamentação em seu vestuário austero. Finalmente, eles usavam perucas empoadas, um símbolo de seu poder de julgar e... condenar.


12 de novembro de 2010

Despertar de um Império

Sam Barone














... quando voava a tempestade de flechas, aceleradas pelas cordas,
disparadas acima da muralha de escudos, velozes com asas emplumadas.
Cada seta cumpriu seu dever e enfiou sua ponta no alvo.
— BEOWULF


Prólogo

Margem oriental do rio Tigre, 3.158 a.C.

A aldeia se estendia diante dele como uma ovelha encurralada por uma alcatéia.
Thutmose-sin deteve seu cavalo molhado de suor na crista da colina, enquanto seus homens formavam a cada um de seus lados.
Inspecionou a planície abaixo, observando as semeaduras nas plantações e os canais de irrigação que as regavam.
Seus olhos logo se fixaram na aldeia a menos de tres quilômetros de distância. Ali, o Tigre serpeava acentuadamente em volta do agrupamento de cabanas de barro e barracas que se aninhavam junto a ele.
Hoje, o próprio rio que sustentava toda a vida dos comedores de terra seria o obstáculo que impediria sua fuga.
A fuga dos que ainda não tinham escapado, corrigiu-se Thutmose-sin.
Ele planejara pegar a aldeia de surpresa, mas a notícia precedera seu bando, como costumava acontecer.
Os guerreiros cavalgaram arduamente por cinco dias quase sem dormir.
Apesar desse esforço, os comedores de terra tinham recebido um alerta com algumas horas de antecedência.
A notícia de sua aproximação devia ter viajado pelo rio, muito mais depressa do que um homem a cavalo.
Mesmo agora, Thutmose-sin ainda podia ver algumas canoas sendo freneticamente remadas em direção ao lado mais distante do Tigre.
Aqueles que tinham sorte usariam o rio para escapar do destino que ele lhes planejara.
Seus homens tomaram seus lugares. Perto de trezentos guerreiros formaram uma fila única através do topo da colina, com Thutmose-sin no centro dela.
Cada homem esticou o arco, desprendeu a lança e soltou a espada da bainha.
Já tinham feito isso tantas vezes que agora mal necessitavam falar e poucas ordens bastavam, ao se prepararem não para lutar, mas para conquistar.
Somente após prepararem as armas, eles cuidaram de si mesmos.


Maré da Paixao


A geniosa Savannah está envolvida na luta contra a injustiça social.

No entanto, quando chega à cidade de Pilot Isle, ela se vê envolvida sentimentalmente com o homem mais importante do lugar.Zachariah é irritante, arrogante, mas também o homem mais atraente que ela conheceu. Eis que, de repente, Savannah passa a ter de travar uma nova batalha: agora contra seu próprio desejo por um homem irresistível. Desde a morte de sua mulher, dois anos antes, Zachariah passou a dedicar a vida mantendo a paz em Pilot Isle. Então, quando viu a bonita estranha em cima de um caixote instigando a multidão, não hesitou em levá-la para a cadeia. Mas Savannah não era uma fora-da-lei comum. Sua beleza tinha o poder de acordar as emoções que Zachariah julgava adormecidas para sempre.

Capítulo Um

Carolina do Norte, 1898
Savannah Connor sabia que se metera em confusão.
Sentiu-se muito cansada de repente. Nos últimos oito anos, lutando por sua causa, só se vira em apuros, um após o outro.
Naquele momento, estava em Pilot Isle, uma cidadezinha da Carolina do Norte, tentando melhorar as condições das mulheres que trabalhavam com ostras em um armazém local.
Talvez tivesse sido mais sensato evitar o embaraço de uma briga com a autoridade máxima, um homem determinado a ver apenas o pior da personalidade dela.
No entanto, fugir de um desafio não era seu costume.
Reconheceu que a situação não era das melhores ao passar pela multidão que se agitava, furiosa, no lado de fora de um dos armazéns da C&amp H Oyster Producers. Virou-se e se viu frente a frente com Zachariah Garrett, xerife e juiz de Pilot Isle. Mesmo assim, ele se vestia com descontração.
Parecia ser um costume em comunidades costeiras.
Garrett usava jeans e uma camisa desabotoada que deixava à mostra seu peito másculo. Sua altura, seus ombros largos e o corpo esguio, todo seu físico destoava da expressão de seriedade de seu rosto.
Parecia querer transparecer uma calma que talvez não estivesse sentindo, pois Savannah conseguia notar um sinal nítido de raiva por detrás da aparência tranqüila.
Para sua surpresa, quando cruzou o olhar com aqueles olhos de um verde-acinzentado, sentiu o coração bater mais forte, em um ritmo desconhecido.
Não estava com medo de Zachariah Garrett, o que experimentava era algo bem diferente, e nem ela própria conseguia definir.
— Lutem por seus direitos, mulheres de Pilot Isle! — Savannah gritou, erguendo um cartaz.
A aglomeração agitou-se mais ainda, com os homens em total desacordo e as mulheres aprovando aquele grito de guerra. Savannah sentiu-se gratificada só em ver a irritação estampada no belo semblante de Zachariah Garrett.
Isso a levou a levantar os punhos fechados, e a multidão esbravejou mais alto.
Um homem arrancou um dos cartazes que Savannah havia colado na parede e o fez em pedaços, jogando-os em uma fogueira que ardia por perto.
Outro começou a empurrar as mulheres para longe da entrada do armazém.
Muitas delas resistiam orgulhosas por estarem exigindo seus direitos.
Savannah animou-se. Não existia poder que se igualasse ao de uma multidão embalada por um ideal.
Equilibrando-se em cima de um caixote não muito resistente, Savannah admirou a coragem daquelas que se arriscavam ali a perder seus empregos, mas mesmo assim não arredavam um pé do lugar.
Mais uma vez reconheceu que valia a pena fazer parte do movimento feminista que despertava a América para uma nova realidade.
E, mesmo sendo apenas um ponto minúsculo do mapa dos Estados Unidos, Pilot Isle também merecia passar por mudanças. Suas mulheres deveriam poder viver com mais dignidade e mais recursos.
— O show acabou, srta. Connor — Zachariah Garrett disse, segurando-a pela cintura e puxando-a. — Você tem criado problemas demais desde que chegou por aqui, na semana passada, e, para ser honesto, para mim já chega! 

O Segredo de Cassandra

Laurie Brown











Londres, 1854
Tudo começou com uma pequena mentira...

Para pagar as dívidas da família, Anne Weathersby aventura-se secretamente na carreira de escritora de romances.
Um inesperado acidente leva Anne a salvar a vida do irreverente conde de Marsfield.


Relutante em revelar sua verdadeira identidade, ela se apresenta ao conde como Cassandra, seu pseudônimo de escritora, para em seguida desaparecer sem aviso... Incapaz de esquecer a amável jovem que o socorreu, o conde de Marsfield não desiste de vasculhar ruas, salões de jogo e casas noturnas, à procura da encantadora Cassandra que desapareceu misteriosamente depois de cativar seu coração...

Prólogo

Guerra da Criméia, Balaklava, Rússia Outubro, 1854
— Ampute, e será um homem morto. — O cirurgião inclinou o rosto cansado para seu paciente.
— Estou tentando salvar sua vida, capitão Crosslee. — Stephen Michaels, conde de Marsfield, apertou com força o braço do médico, tentando ignorar os outros homens nos demais leitos da enfermaria imunda do hospital.
Confessar sua verdadeira identidade era impossível.
Mesmo que seu título de nobreza pudesse lhe auferir melhor tratamento médico, sua missão ficaria em perigo.
—A ferida está supurada — disse o cirurgião, franzindo a testa.
— Mas não há gangrena.
O homem mais velho arqueou as sobrancelhas.
— E onde foi que recebeu treinamento médico para afirmar isso, senhor?
Marsfield cerrou os dentes ante a dor. Se não convencesse o médico teimoso, poderia acordar mais tarde sem a perna esquerda.
— Vi o suficiente nos últimos sete dias para avaliar minhas próprias condições. Assumo o risco.
— Não se trata de um jogo de cartas, homem! Consciente de seu disfarce de oficial de Cavalaria desleixado,
Marsfield deu de ombros.
— Sou um jogador, ora essa!
— Então vou usar uma metáfora que compreenderá. Trata-se da sua vida e suas cartas não são boas.
Marsfield não queria perder tempo discutindo sobre sua vida.
— Mesmo que a ferida cicatrize — continuou o médico, — jamais poderá caminhar de novo com a perna esquerda. Seria me¬lhor usar outra de pau. Acabe logo com essa mão azarada no jogo, e espere a próxima rodada.
— Continuo dizendo que não.
— Então morrerá em poucos dias. Posso ordenar...
— Desculpe, senhor.
O soldado Kirby, ordenança de Marsfield, postou-se entre os dois homens.
Depois de deixar no chão alguns embrulhos, o homenzinho belicoso exibiu uma pistola de cano muito longo, e começou a polir o tambor usando um trapo com óleo, e fazendo o cirurgião sair quase correndo.
— Encontrei um lugar — sussurrou Kirby. — É limpo e tranqüilo.
Em silêncio Marsfield fez uma prece pelo ordenança que, de modo miraculoso, descobrira comida decente e roupas quentes após a batalha.
O inferno devia ser parecido com Balaklava, pensou. Kirby salvara-lhe a vida e a sanidade mental.
— Pensei que não nos sobrara ouro suficiente para conseguir um quarto — replicou.
— E não sobrou mesmo, mas falei com o criado de um rico mercador ou embaixador árabe.
— Verdade?
— Não tenho ainda muita certeza, porque o homem não fala inglês muito bem, mas pelo que entendi, o amo o deixou para trás com a família, apressado em partir antes que a luta começasse. Ninguém quer ficar naquela casa de muçulmanos, porém há muito espaço e não lhe cobrarão nada.
—Em geral quando a esmola é grande o santo desconfia, Kirby. O ordenança hesitou por um instante para logo esclarecer.
— Teremos de levar o árabe e sua família conosco quando sairmos da Rússia.
— Quê?! — O conde olhou de um lado para o outro a fim de se certificar de que ninguém os ouvia, e completou em voz baixa. — Sabe muito bem que não posso!


11 de novembro de 2010

Enfeitiçada

Maria Greene







A Mágica do Amor!

Jillian entrou na vida de Richard como um furacão...

Apesar das histórias que ela teima em contar sobre antigas maldições, sua personalidade vivaz e cativante preenche os dias de Richard de alegria, levando-o até a fazer papel de espião e divertir-se como nunca.

Não demora muito para Richard suspeitar de que Jillian, afinal, pode ter um quê de feiticeira...


Jillian está decidida a pôr um fim na maldição que assombra sua família há várias gerações, nem que para isso tenha de apelar para estratagemas não muito nobres.
Ela precisa da ajuda de Richard Blackwood para ter acesso ao misterioso e sombrio castelo onde mora a noiva dele, em cuja posse encontra-se uma pedra mágica que tem o poder de destruir a maldição.
Uma vez no castelo, Jillian terá de furtar a pedra, acabar com a maldição e convencer a si mesma de que não está apaixonada por Richard.

Capítulo Um

Sussex, 1817
em dúvida a maldição existia. Jillian Ashcroft desviou o olhar da carta amarelada, puída e quebradiça em seu colo. Tomara muito cuidado ao manusear o velho documento de cento e cinqüenta anos e se perguntava quanto tempo mais ele agüentaria sem se desfazer por completo.
Lera-o muitas vezes, na esperança de encontrar algum sinal de mistificação, alguma evidência de pilhéria de mau gosto, mas nada encontrara. Incrédulos passariam a acreditar após terem acesso àquele documento de prova e prestarem atenção a seu conteúdo.
Fazia muitos anos, na época de seu tataravô, uma bruxa lançara um feitiço sobre os Ashcroft. Quem poderia imaginar que tais criaturas existiam de verdade? Mas existiam, ao menos naquela época.
E a prova estava em suas mãos.
Jillian respirou fundo, prendendo a respiração ao se lembrar das histórias relacionadas a seus antepassados, de mortes violentas, afogamentos no mar, choques súbitos e fatais provocados por raios e tempestades inexplicáveis sobre Lindenwood, seu lar ancestral em Devon.
Tudo devido a uma má ação, perpetrada por um dos antepassados, contra a família Endicott, na vizinha Cornualha.
Jillian costumava ter os pés no chão e um ceticismo sadio em relação a qualquer coisa que dissesse respeito ao sobrenatural.
No entanto não podia negar que as evidências eram claras para quem se dignasse a olhar. E ela olhara, pois desejava pôr fim à maldição Ashcroft.
Grande parte do sangue que corria em suas veias provinha do lado indômito dos Ashcroft.
Piratas e mercenários encontravam-se entre seus antepassados, que mantiveram, tempos atrás, conexões com o Oriente e os países ao redor do Mediterrâneo.
Seus cabelos negros, os olhos escuros e um tanto puxados e a pele dourada eram um legado de seus ancestrais.
Antes da maldição, os Ashcroft tinham sido uma família engenhosa e próspera.
No momento, a propriedade apenas se agüentava.


A História de Nós dois



Tempo de se apaixonar!

Pertencente à alta sociedade, porém sem um centavo, Amélia Lawrence não vê outra escolha a não ser casar-se por procuração com um abastado cavalheiro que ela nunca viu. Mas quando chega em Illinois, ela descobre que a grande fortuna dele nada mais é do que uma pensão decadente.
Para piorar as coisas, seu marido, muito mais velho que ela, morre na noite de núpcias!
Para evitar que Amélia venda a pensão, os inquilinos decidem encontrar outro marido para ela, o quanto antes. E o charmoso Michael mora bem ali, no final do corredor... Com a chegada do inverno, eles precisam encontrar uma maneira para que a pensão continue a funcionar.
Os excêntricos inquilinos mais atrapalham do que ajudam, embora estejam fazendo de tudo para aproximar Michael e Amélia.
Quem sabe um único beijo, e um certo clima de magia, sejam o início de um intensa e duradoura paixão?...

Prólogo

Setembro de 1859 Boston, Massachusetts
Isso não pode continuar. — O desespero fez Amélia Lawrence correr apressada pelo boulevard.
A visita aos tios, em Berkshire, tinha lhe conseguido tudo menos a mudança e as conseqüências favoráveis que buscava.
Apesar das afirmativas contrárias, fora tratada como a indesejável parente pobre desde o início.
Viera de uma posição invejada na sociedade de Boston, e fora reduzida a cuidar dos filhos malcriados do tio e atender aos caprichos intermináveis da tia. Ela gemeu alto. Era inacreditável! Intolerável!
Mas aquela era a dura realidade.
Folhas tingidas de vermelho, amarelo-ouro e laranja brilhavam acima de sua cabeça ao andar apressada pela Milk Street.
As cores alegres zombavam de sua dor e faziam o remorso penetrar fundo em seu coração.
Não muito tempo atrás, a mesma vista teria sido sinônimo de uma nova temporada de bailes e diversões que culminariam com os festejos de Natal.
Mas isso fora antes de todo o seu mundo desmoronar.
Ela mordeu o lábio, negligenciando as repetidas recomendações da mãe de manter a calma diante de obstáculos e momentos difíceis.
Damas não demonstram sua inquietude, Amélia.
Você é um exemplo na sociedade e deve servir de modelo para os outros.
Aquelas tinham sido as críticas da mãe antes de enviar a única filha para a floresta nas montanhas como uma criada sem remuneração e, depois, aliar-se a um açougueiro.
Um açougueiro! Amélia mal podia acreditar que seu mundo estivesse tão confuso. 


10 de novembro de 2010

Fonte de Segredos

Série Akora
Uma misteriosa mulher, um homem corajoso, e um mundo à beira da destruição. 
A persistente e bela.

Persephone escolheu viver na ilha de Deimatos, no legendário reino de Akora. Ela guarda um segredo que não se atreve a compartilhar com ninguém, incluindo o aristocrata Inglês, que por acaso encontrou sua erma casa 
Hawkforte Gavin, filho de um conde Inglês e uma princesa de Akora, descobriu por conta própria um segredo perturbador: o vulcão que deu origem à sua amada ilha está acordado novamente, ameaçando a todos ... incluindo Persephone. Enquanto os dois se esforçam para salvar Akora, uma ardente atração torna-se impossível de negar. Mas o destino permitirá que o casal cumpra seu dever para com a sua casa... e satisfaça o desejo que sentem um pelo outro? Quando os pecados do passado colidem com os perigos do presente, só o amor pode cumprir a promessa de um antigo legado ...

Capítulo Um

Verão de 1837
Gavin Hawkforte estava arrastando o bote por cima da linha da maré quando de repente se deteve e se ergueu para olhar ao seu redor. Apesar de achar-se em uma borda deserta situada a quilômetros de distância de qualquer forma de vida humana, tinha a sensação de que alguém o observava; um repentino pressentimento que alertou todos seus instintos e fez que levasse a mão ao punho da adaga sujeita em sua cintura. Entretanto, não havia ninguém à vista naquele trecho de praia banhado pela luz reverberante do sol de meio-dia.
Com o torso descoberto, embelezado apenas com a saia branca vincada própria dos guerreiros akoranos, acabou de amarrar o bote e se incorporou para estirar-se e liberar-se assim do esgotamento produzido pelo longo tempo que teve que remar da ilha vizinha. Não soprava vento aquele dia. O ar se mantinha imóvel e pesado no Deimos e sobre toda Ákora: o reino fortaleza envolto em halos de lenda e mistério que ele, até sendo o herdeiro de um título nobiliário na Inglaterra, considerava seu verdadeiro lar.
Em qualquer caso, aqueles pensamentos deveriam esperar outro momento. A praia perfilava numa curva dourada que acariciava s água azul celeste do mar Interior. Entre as palmeiras cresciam matagais baixos e arbustos repletos de avermelhadas flores de hibisco. Era uma vista formosa que não traduzia a temível história daquele lugar.
Descalço como estava, com um par de paus de madeira muito grandes para sustentar a bolsa onde guardava o equipamento, Gavin pôs-se a andar praia acima. Ao chegar à linha das árvores, deteve-se para calçar as sandálias antes de retomar a caminhada. O terreno não demorou para tornar-se pedregoso, cheio de saliências de uma vasta rocha negra que parecia ter sido extraída diretamente da terra, como assim era.
Voltou-se por um instante e, uma vez mais, percorreu a praia com seus olhos cor de avelã. A bordo do Fobos, do que tinha partido, apenas se divisava ao longe; depois dele, conseguia distinguir a massa esfumada que correspondia ao istmo do Tarbos. As três pequenas ilhas do mar Interior eram tudo o que ficava do coração submerso de Ákora, os restos de uma noite de fogo e terror de fazia milhares de anos, quando uma explosão vulcânica arrasou a ilha: um desastre, uma desgraça, que, contudo, tinha gerado o mundo que ele conhecia e amava; o mundo que tinha sob seus pés, ao alcance de sua mão; o mundo que temia perder.

Série Akora
1 - Ilha dos Sonhos
2 - A Princesa de Akora
3 - Brumas de Akora
4 - Fonte de Sonhos
5 - Fonte de Segredos
6 - Fountain of Fire


9 de novembro de 2010

Prisioneira do Amor

Betina Krahn

Era impossível negar aquela paixão!

Brenda Woolrich, com seus cabelos brilhantes e seu temperamento forte, administra como ninguém a loja Comercial Woolrich.
Ela adoraria viajar pelo mundo, porém sabe que o dever vem em"'primeiro lugar.
Mas a inquieta beldade está prestes a ter seu sonho realizado... embora não exatamente como ela pensava!
O pirata Raider Prescott é um homem determinado a fazer dinheiro rápido. E raptar uma dama parece-lhe perfeito.
Agora ele se vê no mar com a teimosa Brenda, uma mulher tão irritante quanto adorável. Mas quando ela tenta transformar Raider num cavalheiro, ele decide dar um basta na situação, mostrando que um pirata sempre consegue o que deseja, mesmo que isso seja mais do que algum dia sonhou possuir...

Inglaterra,  
Março, 1768
Era uma noite terrível na costa de Sussex, Inglaterra.
O vento frio soprava forte e, com o passar do tempo, o mar começou a ficar furioso também.
Um navio com a bandeira do rei lutava por conservar-se na superfície. Seu nome era Harriere trazia prisioneiro o navio de contrabandistas Angel, porém mal conseguia mantê-lo preso sem que as duas embarcações se chocassem.
Seis contrabandistas estavam postos a ferro no convés do Harrier, feridos, recebendo os golpes da tempestade em seus corpos alquebrados.
Mas os homens do Harrier também es¬tavam feridos devido à luta que haviam travado com os contrabandistas antes de prendê-los, e agora lutavam por manter seu navio no rumo certo.
Um dos contrabandistas ergueu os olhos para a lua e em seu rosto aristocrático se formou uma expressão de raiva. A luz que ela fornecia fora sua derrota. E uma imprecação saiu de sua garganta cansada.
O capitão do Harrier, que estava próximo, chutou-o com violência nas costelas.
— Cale a boca, seu imundo!—protestou ele. — Vai poder dizer suas imprecações quando estiver a ponto de ser enforcado! E eu vou estar lá, rindo. Passei meses atrás de você! — E se afastou, deixando o capitão dos contrabandistas dobrado em dois no convés.
Preocupados em levar seu próprio barco e o que puxavam em segurança para o porto, sem estragar a mercadoria dentro dele, os marinheiros não perceberam a aproximação de outro navio.
Quando, por fim, um dos homens o notou, o capitão pegou sua luneta, buscando identificar a embarcação. Viu que era inglesa, forte, bem construída.
E que se mantinha a boa distância. Mandou que se levantassem mais velas e que se seguisse com maior determinação para o porto de Plymouth.
Sentia, com um frio no estômago, que seu navio era agora a presa!
Três horas mais tarde, com o tempo mais tranqüilo, o navio perseguidor aumentou a velocidade e, pouco depois, disparou balas de canhão contra o navio do rei.
Não demorou para que se colocasse ao lado do navio e seus marinheiros passassem a invadi-lo como verdadeiros piratas.
A luta começou violenta, mas não foi longa.
Não houve sequer mortes. E, logo em seguida, a tripulação invasora estava pilhando os dois navios.
Um homem alto, musculoso, aproximou-se da tripulação de contrabandistas, exclamando:
— Mas o que temos aqui?! —- Ele vestia o casaco do capitão do Harrier e tinha um tampão preto sobre o olho esquerdo. Sorria de forma desagradável.
— Sujeitos sem sorte! Perderam sua carga duas vezes, hein! Mas têm um belo barco, sem dúvida. Qual de vocês é o capitão dele?
— Sou eu — declarou o homem que havia sido golpeado pelo capitão do Harrier pouco antes.O pirata olhou-o com atenção.
Notou suas feições refinadas, bonitas até para um contrabandista. Viu que era alto, forte, esguio.
— O que estava fazendo navegando na costa francesa numa noite de lua cheia? Não tem juízo? — indagou.
— Não havia lua quando zarpamos. A noite estava perfeita. Mas o vento acabou ajudando nossos inimigos. Tiveram sorte.


Fonte de Sonhos

Série Akora
Uma nova geração se apresenta na Ilha mítica de Akora... 

Niels viaja para a Inglaterra para descobrir o paradeiro de vários marinheiros americanos que desapareceram e que acredita-se estarem encarcerados na ilha mítica de Akora. 
Uma vez na Inglaterra pede ajuda a Sir Alex Darcourt, mas o que encontra é a rebelde Amelia Darcourt, e uma paixão avassaladora que o faz dividido entre o dever e o desejo. 
Bonita, leal e tenaz como foram seus pais antes dela, Amelia Darcourt não está absolutamente preparada para o irresistível visitante americano de sua família. O bonito jovem não só é um digno rival para seu engenho, mas também para seu coração. 
Porém, Amelia mal acabava de descobrir que a atração era mútua, quando se intera de um segredo que poderia destruir sua felicidade. Acaso o homem que tanto a atrai poderia ter um motivo oculto para corresponder a seus sentimentos? Um motivo relacionado com a amada ilha cujo sangue maldito corre por suas veias?

Capítulo Um

Londres, na primavera de 1837

A luz, que penetrava pelas grandes janelas do piso principal da mansão, aparecia e desaparecia entre os ramos frondosos das árvores que se balançavam com a brisa tranqüila que provinha do rio. Era quase meia-noite. No jardim murado que rodeava a casa, um mocho abandonou silenciosamente seu habitat natural. Movendo apenas as asas, planeou sobre o campo aberto antes de descer com rapidez para apanhar a um camundongo desventurado.
O homem que esperava na escura sombra que proporcionavam os arbustos contemplou a caçada e esboçou um pequeno sorriso. Também ele caçaria logo. Várias horas antes tinha conseguido aproximar-se da casa o bastante para comprovar que a família estava jantando. Olhou-os um instante por uma das janelas: o príncipe Alexandros; sua mulher, a princesa Joanna, seu sobrinho o príncipe Andreas; e sua filha, a princesa Amelia. Todos pareciam relaxados e de bom humor, alheios ao acontecimento de que seu privilegiado mundo estava a ponto de trocar.
O homem que permanecia escondido atrás dos altos matagais que cresciam justo ao pé dos altos muros de pedra se movia de forma a evitar que se esgotassem os músculos. A noite era fria e úmida, embora ele, que tinha suportado condições muito mais duras, apenas o sentia.
Era um homem alto, magro e atlético. Para a tarefa daquela noite se embelezou com a roupa própria de um trabalhador de escritório londrino, a de um homem respeitável com um bom salário de contador possivelmente, ou de ajudante de advogado; de um homem nem tão rico nem tão pobre para chamar a atenção. O tom escuro das calças e o paletó, fabricados em uma lã lisa, mas resistente, camuflavam-no na sombra. Elevou o pescoço do paletó para ocultar-se mais ainda e levava tão apertado o chapéu de feltro que quase lhe tampava os olhos, que, segundo alguns, eram da tonalidade do aço.
Não levava consigo arma alguma embora, em honra à verdade, ainda partiria com vantagem frente à maioria dos oponentes providos. Em caso de que os guardas dessem com ele, queria oferecer o aspecto de um bêbado inofensivo que estivesse perambulando por onde não devia. Para isso, melou de terra o paletó e as calças, com a intenção de mostrar o resultado de subir pelo muro algo ébrio; também guardava uma garrafa de uísque médio vazia no bolso do paletó.
Embora, por isso parecia, a mutreta não ia ser necessária. Embora fosse certo que não havia em Londres moradia melhor vigiada, as patrulhas rondavam a intervalos regulares e eram, portanto, previsíveis. Isso era o esperado. A segurança que circundava a casa estava programada para isolar e proteger a seus inquilinos da onda de agitação popular que rugiam por todo Londres com certa periodicidade, e não de um só homem que tratasse de acessar ao recinto.

Série Akora
1 - Ilha dos Sonhos
2 - A Princesa de Akora
3 - Brumas de Akora
4 - Fonte de Sonhos
5 - Fonte de Segredos
6 - Fountain of Fire

5 de novembro de 2010

Série Rogue

1- Coração Sofrido

Ela não podia revelar os segredos de seu coração!

Com a reputação arruinada e o futuro prejudicado por uma trama diabólica arranjada por seu irmão. Eleanor se vê forçada a concordar com um casamento de conveniência.
Casar com o misterioso Nicholas Delaney, com sua elegância natural e o sorriso displicente, era mais do que ela esperava.
Porém quando os mexericos da sociedade a informaram sobre a bela amante francesa, Eleanor tentou agir com a fria dignidade de uma esposa indiferente. Mas como podia se proteger contra o inegável charme... ou os desejos secretos de seu coração?

2- Uma Noiva Relutante
Beth Armitage tinha a vida que desejava.

Seu trabalho como professora lhe dava a independência que sempre tinha sonhado e uma vida livre dos estorvos do casamento. Entretanto depois de um doloroso encontro com o Duque Belcraven, Beth se encontra apanhada na rede do poder da aristocracia… E comprometida para casar-se com seu libertino herdeiro, Lucien do Vaux, Marques de Ardem.
Estava decidida a desprezar seu prometido, mas quando Ardem decidiu seduzi-la necessitou de todas suas forças para evitar lhe entregar seu coração...

3- Chamas da Paixão

Inglaterra, Século XIX

Unidos por conveniência... ou por uma inesperada paixão?
Cansado do trabalho diplomático, Leander Knollis sonha com um lar estável e uma vida tranquila. Mas sendo um homem que se julga imune às emoções da paixão, ele quer encontrar uma mulher inteligente e culta, que aceite um casamento de conveniência. E a candidata perfeita é Judith Rossiter, uma jovem viúva devotada à memória do marido e que jamais entregará o coração a outro!  Judith não pode recusar o inesperado pedido de Leander, embora a proposta a deixe apreensiva. Por que um nobre, rico e bonito, proporia casamento a uma viúva sem um vintém e com dois filhos?
Pensando bem, até que a condição de Leander é fácil de cumprir... Pelo menos é nisso que ela acredita, ao fazer os votos nupciais...

4- Escândalo e Sedução

Desejo proibido

Desesperada para fugir dos irmãos, que querem forçá-la a um casamento sem amor, Serena aceita carona no coche de um desconhecido, o homem mais bonito que ela já viu...
Os planos de Francis Middlethorpe de casar-se em breve com uma aristocrata vão por água abaixo quando a misteriosa e encantadora Serena Riverton entra em sua vida. Um desejo irresistível leva a uma noite de amor que mudará o futuro de Middlethorpe e Serena para sempre.
Agora, diante de uma sociedade escandalizada, Serena precisa escolher entre prezar sua reputação ou viver a grande paixão de sua vida!

5- Felicidade em Risco
Irlanda, 1816

Impetuosa por natureza Felicity Monahan, é uma jovem herdeira, rica e linda, mas rebelde. Miles Cavanagh sabe que desempenhar o papel de tutor dessa mulher tão temperamental, será uma tarefa árdua. Ambos se conhecem numa fria noite encoberta por neblina, em condições... vamos dizer... que não muito apropriadas. E o que se inicia como um enigma, fruto do desespero, transforma-se em paixão verdadeira e inegavelmente proibida.
Quando Miles e Felicity ousam entregar-se de corpo e alma ao amor, um homem se interpõe entre eles: Um rival obcecado, capaz de qualquer extremo para se apoderar da fortuna de Felicity. Seu empenho traiçoeiro forçará o casal de amantes a arriscar tudo para manter a preciosa, mas arriscada felicidade...











Série Rogue
1- Coração Sofrido
2- Uma Noiva Relutante
3- Chamas da Paixão
4- Escândalo e Sedução
5- Felicidade em Risco

4 de novembro de 2010

Corações Indomáveis

Série Irmãos Longton
Torrente de paixões...

Burke Longton viaja para a Escócia à procura do irmão, e acaba preso num calabouço, acusado de um crime que não cometeu. Antes que ele consiga arquitetar um plano para fugir, porém, um bando de mal-encarados invade sua cela, e ele é libertado por uma mulher tão bonita quanto encrenqueira e autoritária...


Capítulo Um


Storm é um anjo vingador que resgata das prisões os injustamente encarcerados, uma fora-da-lei procurada pelo governo escocês.
Tudo e todos que ela mais amou lhe foram tirados, e ela está decidida a não permitir que isso volte a acontecer. Storm não tem tempo para o amor e par? Sentimentalismos... Até conhecer Burke.
Ousados e arrebatadores, os beijos dele prometem noites de ardente paixão, e seus olhos a desafiam a sonhar com um futuro ao lado dele.
Terá ela coragem de deixar que esse homem derrube suas defesas e a convença a confiar novamente em seu coração?...
Ao ver o grupo de cinco homenzarrões irromper na cela em que ele se achava, Burke Longton, tomando as correntes na mão, de pronto se pôs em pé.
Embora nem imaginasse qual dos seis prisioneiros que se encontravam naquele cubículo o bando viera resgatar, de uma coisa tinha certeza: iria sair dali com eles. Após duas semanas naquele buraco malcheiroso, não suportava nem sequer a idéia de permanecer ali.
Precisava se ver livre daquele inferno a qualquer preço.
— Não temos tempo a perder — afirmou o mais alto deles.
— Façam o que dissermos, e iremos tirá-los daqui.
Para Burke, estava de bom tamanho; qualquer sacrifício valeria a pena se o resultado fosse se ver livre daquela masmorra infecta.
Além do quê, os demais prisioneiros davam sinais de concordar com a exigência: todos já se erguiam, alguns com certa dificuldade, para estender os braços e mostrar os pulsos seguros pelas correntes que lhes feriam a carne.
De súbito, o carcereiro foi empurrado para o interior da cela, e Burke não o poupou de um olhar irado.
Detestava aquele sujeito barrigudo que tinha sempre um sorriso malévolo nos lábios finos, um arauto das sevícias que se sucediam em todas as dependências do calabouço. Dessa vez, no entanto, o miserável parecia ter trocado o ar eternamente satisfeito por uma expressão um tanto assustada.
— As chaves!
Burke pestanejou um par de vezes. Era um rapazinho que viera logo atrás do carcereiro? Não, não parecia.
Curvas e saliências em demasia, e todas nos lugares adequados. Sim, olhando bem era possível constatar que se tratava de uma mulher, pelo visto ainda jovem, de compleição miúda, em trajes masculinos... e que empunhava com muita desenvoltura uma espada quase do seu tamanho.
— Não vou repetir. — Ela agora pressionava a pon¬ta da lâmina entre as dobras do pescoço do carcereiro. — Entendeu?
Burke não conteve um sorriso quando, mais do que depressa, o sujeito tratou de pôr um molho de chaves na mão da mocinha.
— Tanin — chamou ela, atirando as chaves presas num aro de ferro para o mais alto do grupo.
O camarada apanhou-as no ar e, sem perder um só segundo, cuidou de desagrilhoar os prisioneiros, ao mesmo tempo em que outros dois membros do bando amarravam o carcereiro como um leitão a ser assado.
— Ele precisa de ajuda. — A jovem indicou com a cabeça um dos presos que aparentava dificuldade em manter-se de pé e, em seguida, pôs-se a examinar a cela com um par de viçosos olhos azuis.
Aquela tonalidade de anil refletiu Burke, fazia lembrar um oceano encapelado prestes a ser varrido por um temporal.
— Parece que ele não está aqui — disse a jovem, irritada.
— Mas me disseram que era aqui que ele estava.


Série Irmãos Longton
1 - Corações Indomáveis
2 - Medo de Amar
Série Concluída

Noite de Lua











Quando James St. Bride, se inteira que sua amante cigana ficou grávida decide abandoná-la.

Esta, despeitada, lhe lança uma maldição: o único filho que o Conde gerará em toda sua vida será o que ela leva em seu ventre.
E, efetivamente, a maldição se cumpre.

Anos mais tarde, com o falecimento do antigo Conde, Dominic St. Bride, o filho meio cigano de James e seu único herdeiro, chega a Ravenwood disposto a ocupar o posto que, por direito, lhe pertence.
Dominic é um homem torturado, quem segundo rumores que é um vagabundo e um mulherengo contumaz.
Mas a verdade é que está acostumado a sentir a hostilidade das pessoas e não sabe realmente qual é seu lugar: se com a aristocracia ou com o povo de sua mãe.
Faz um tempo, o pai de Olivia Sherwood foi assassinado por um cigano e sua irmã ficou cega no incidente.
Agora, ela é a responsável pela família e, embora esteja empregada em Ravenwood como criada, necessita mais dinheiro para poder manter sua família.
Dominic e Olivia se encontraram pela primeira vez quando a carruagem do Conde está a ponto de atropelar uma mulher.
Nesse primeiro encontro as faíscas saltam, e quando Dominic se inteira da precária situação de Olivia, lhe oferece um novo posto em Ravenwood: o de sua secretária.
A partir deste momento ambos se submergirão em uma feroz paixão que ameaça destruí-los... ou fazê-los felizes para sempre.

Capítulo Um

Ravenwood Hall, 1821.

—É cigano, já sabe, Olivia. -Estavam lhe dando uma cotovelada nas costelas. -Um cigano do diabo. O cigano.
Em sua mente, Olivia começou a chamá-lo assim dede o primeiro dia que começou a trabalhar em Ravenwood Hall. Não havia dúvida de que outras pessoas da casa também o faziam, porque isso é o que era. O filho bastardo do velho conde... O cigano.
Dominic St. Bride.
Olivia sorriu educadamente, pegando ou pão dormido que constituía sua comida. Como homem de Deus, seu querido pai -que Deus o guardasse em sua glória -sempre considerou a fofoca como um pecado de extrema gravidade.
Sem dúvida seu pai a teria repreendido inclusive somente por escutar.
Mesmo assim, Olivia não podia evitar. Bem sabia Deus que não albergava nenhum afeto pelos ciganos, de maneira nenhuma, não depois do que aconteceu a seu pai, e enquanto isso não podia evitar.
Sentia uma enorme curiosidade pelo novo senhor de Ravenwood.
Franklin, o mordomo, levantou suas espessas sobrancelhas cinzas.
—Lanston, o mordomo da casa de Londres, já sabe, disse que é dos que passam horas meditando melancolicamente. E que dorme com a janela aberta, inclusive em pleno inverno.
—Vá, será um patrão cruel, sem dúvida. -Esse comentário procedia da senhora Thompson, a confeiteira. A seus olhos, costumava a ser indulgente com aquilo no que ela sobressaía. Tinha a barriga tão redonda quanto o traseiro, mas Olivia ouviu Franklin dizer que não havia melhor confeiteira fora de Londres.
Charlotte, uma moça jovem que acabava de chegar da Irlanda, se benzeu. Seus suaves olhos castanhos estavam abertos como pratos.
—Não se diferencia em nada do outro, do velho conde -interveio outro fazendo uma careta. -Oxalá tivesse ficado em Londres!
Franklin negou com a cabeça.
—Ainda não posso acreditar que o velho conde não tivesse mais filhos. Imagina? Três esposas e todas estéreis.
—Talvez a culpa fosse dele, e não de suas esposas. Nunca te ocorreu pensar nisso? -Desta vez era o cozinheiro quem falava.
—Afeiçoou-se muito ao vinho em seus últimos anos...
—Seus últimos anos? Caramba, a última década, atrever-me-ia a dizer! Mildred, que era prima de cavalariço mais velho de Londres, disse que começou a levantar o copo desde o dia em que foi tirar o menino da mãe cigana.
Franklin assentiu.
—Dizem que quase não podia olhar o moço. Bom, até que não o testamento foi lido, ninguém sabia que o legitimou anos antes.
—Assim foi -disse o jardineiro. -Até que não enterrou sua última esposa não se decidiu a procurar o moço. Mas o conde tinha que legitimar o pequeno da cigana, porque, se não, quem herdaria? Além do cigano, seu único parente de sangue era uma prima longínqua, e era quase tão velha quanto ele.
—De todas as formas o título nunca teria passado a ela. Além disso -disse Glória, uma das criadas de cima, -o velho conde não lhe professava um particular afeto.
—O velho conde não tinha um particular afeto por ninguém!

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3 de novembro de 2010

Vencidos Pela Paixão

Janet Kendall



Era assim que Sabrina Barrington estaria se fosse forçada a se casar.

O segredo que ela guardava á impedia de tornar-se noiva de qualquer homem, ainda mais do enigmático conde de Kenilword. Mas os votos de casamento foram feitos sob chantagens, e ela se tornou sua prisioneira...

Os fantasmas do passado perseguiram Hurter Sinclair e, para garantir um futuro aqueles que amava, ele faria qualquer coisa... Até casar-se com Sabrina Barrington uma mulher cujo mistério o enfurecia e empreguinava-lhe o coração e a alma!

Capítulo Um

Escócia, setembro, 1830

Maldita reportagem! O Times anunciou que você estaria aqui! Por que não está?
— Enquanto as palavras de Sabrina se perdiam ao vento, ela olhou para cima e não divisou nenhuma luminosidade nas janelas do segundo andar, tampouco nas do terceiro.
As quatro torres do castelo Keir desapareciam no denso nevoeiro, e a garoa fina umedecia o solo.
Musgos e sombras cobriam a enorme estrutura de pedra. Uma gaivota sobrevoava a residência. Devagar, Sabrina Beaumont baixou os olhos.
Apenas a luz da cozinha perturbava aquela solidão, a única evidência de vida na luxuosa propriedade.
A gentil governanta, uma solitária serva, atendera a porta, mas não sabia informar quando seu patrão chegaria. Socando a parede de pedra, Sabrina clamou para que lorde Kenilworth aparecesse.
— Todos estão comentando seu retorno de Barbados. Dizem que ele não confia em estranhos — Marga Beaumont afirmou.
Voltando-se à tia, Sabrina expressou seu desagrado.
— Acha que cometemos um erro por não enviarmos um bilhete? Talvez ele tenha dito à copeira que não atenderia visitantes inesperados.
— Ela pareceu sincera. De qualquer maneira, com ou sem erro, esperamos meses para cobrar a dívida. O Times o descreveu como sendo um homem justo e honesto. Certamente, ele irá compreender nosso lapso.
A personalidade bondosa relatada pelo jornal não permitiria que fossemos parar em abrigos para pobres.
A despeito daquelas palavras de esperança, a ausência do conde apertava o coração de Sabrina. O Times começava a perder a credibilidade na Europa.
— Talvez ele esteja com a amante...
— Amantes. — Sabrina tentava esconder as emoções tumultuadas que a perturbavam.
Sua tia Marga era uma pequena dama de trinta e oito anos que ainda conseguia manter-se na moda apesar da péssima situação financeira.
O vestido verde realçava os brilhantes olhos e os cabelos castanhos encaracolados ao redor das orelhas. Havia sido a estupenda criatividade de Marga que tornara a loja de roupas possível.
— Os boatos a respeito dele variam muito, Sabrina. Alguns dizem que é diferente do pai. Os jornais afirmam que estivera em Barbados. Ao menos monseigneur sustenta as amantes quando está ausente. Estou certa de que nos pagará — disse Marga, tentando confortar a sobrinha.
Irritada com os rumores, Sabrina levou a mão ao peito.
— Nós sustentamos suas amantes! O homem nos deve . dinheiro pelos vestidos que confeccionamos para elas!
— Um pouco grosseiro, mas é verdade.
Sem poder conter as emoções, Sabrina encostou na estrutura de pedra e ignorou a dor nas costas.
— Desculpe-me, tia, acho que me alterei. Também acredito que ele nos pagará tão logo saiba que a dívida existe. Só estou preocupada com os gêmeos. —- Fez uma pausa, pensando nos irmãos de quatro anos. — Estarão bem sem nós?
— Ah! Christine nunca tira os olhos do irmão, e você sabe quão zangado fica Alec quando o mimamos. Ele tem o físico frágil, mas é forte em espírito. Ficarão bem com Thomas por mais alguns dias. — Marga afagou a mão de Sabrina.
— Papai teve sorte ao conquistar a amizade de Thomas. Ele é sempre generoso quando se trata dos gêmeos. Mas nunca os deixamos sozinhos por tanto tempo. E se...