9 de março de 2011

Estígma do Pecado



Numa família lendária, os rituais do amor se mesclam com práticas de feitiçaria!

Uma réplica perfeita de um templo chinês numa ilha particular na Carolina do Sul era uma fonte inesgotável para a fantasia da curiosa e sonhadora Rebecca Trenton.

Ela imaginou que sua temporada com parentes distantes na Casa dos Sonhos seria uma experiência inesquecível.
Que sua atração pelos belos irmãos Jacques e Armand Molyneux lhe proporcionaria férias excitantes num sensual jogo de sedução.
Nunca um conflito permeado por devassidão e intrigas!

Como poderia adivinhar que ali se abrigavam mistérios inefáveis, perversões degradantes, vis sortilégios?
Se soubesse, Rebecca poderia conter sua curiosidade antes de envolver-se nos labirintos misteriosos daquela casa, tornando-se cúmplice de segredos devastadores...

Capítulo Um

1817,

Era um homem de meia-idade e aparência exótica, do tipo que nunca atrairia a atenção da exigente Rebecca Trenton.
No entan­to, ele parecia ter todas as informações de que ela precisava, e não dispensaria a oportunidade de conhecer tudo sobre a história local.
Ignorando o olhar desaprovador de sua prima Margaret, Re­becca sorriu docemente para Joshua Sterling, incentivando-o a falar, enquanto admirava o mar azul e revolto que banhava a cos­ta da Carolina do Sul.
— Tudo isso é fascinante! — exclamou Rebecca num tom me­loso, sabendo que a vaidade do seu companheiro de viagem não o deixaria perceber sua artimanha.
O homem estava decididamente inebriado pela atenção que recebia das duas jovens.
— É realmente um imenso prazer encontrar duas jovens ingle­sas tão interessadas em nossa história local. A maioria das jovens, hoje em dia, não se interessa pela história ou pelos mistérios que envolvem um lugar — Joshua declarou, fascinado com os encan­tos de Rebecca.
— Oh, sim, nós estamos interessadas! — Rebecca enfatizou. — Particularmente na ilha que chamam de Pirate's Bank. Edouard Molyneux, o proprietário, é nosso parente distante, e por isso sa­bemos muito pouco sobre ele e sua família, ou mesmo sobre a sua propriedade. Não sei como alguém poderia visitar um lugar sem procurar conhecer tudo a seu respeito, não concorda, sr. Sterling?
Rebecca reprimiu um sorriso, ao ver a expressão de satisfação estampada no rosto de Sterling ao ser requisitado.
Jamais per­ceberia que estava sendo usado, pelo menos não até que Rebecca pudesse arrancar-lhe tudo o que sabia sobre Pirate's Bank e o que prometia ser uma história fascinante sobre a família. Molyneux. Além disso, aquela longa viagem pela costa da Carolina do Sul há muito a entediara, e a figura empolada de Sterling a divertia. Rebecca continuou:
— É mesmo verdade que a ilha dos Molyneux foi refúgio de piratas, no passado?
— Parece não haver dúvidas sobre isso — Sterling concordou. — A lenda diz que até tesouros foram enterrados lá, mas nada foi encontrado até hoje.
— E os Molyneux? Há quanto tempo ocupam a ilha?
— Não estou certo da data exata, mas faz mais ou menos cinqüenta anos que Jean Molyneux construiu a casa chamada Extravagância, para sua noiva, Mignon.
— O senhor disse... Extravagância? Mas... que nome estranho para um casa!

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8 de março de 2011

Bela E Audaz







Na Inglaterra Medieval, pouco depois da conquista normanda, Caryn padece toda o tipo de infâmias por causa de sua origem saxã.

Por sorte, entre as tropas invasoras há também homens justos, e um deles é Raolf de Gere que, para protegê–la declara falsamente que ela é a sua prometida.

Raolf não imagina que sua piedosa mentira se converterá em um compromisso devido as artimanhas de seus rivais.


Raolf e Caryn se casam, e apesar de suas reticências logo compreenderão que a paixão pode salvá–los dos maiores abismos.

Nota da revisora Maristela: Simplesmente Lindo!
Adorei fazer a revisão, os protagonistas não deixam a desejar em momento algum.
O livro tem de tudo: ação, traição, aventura e muita sensualidade, além de uma linda estória de amor. Vocês vão se divertir muito o lendo.

Capítulo Um

Inglaterra, 1069

A menina deveria ter ficado com medo. Muitos guerreiros saxões tinham fugido apavorados ao verem os trajes de batalha, e, entretanto Ral não percebeu temor algum nos resplandecentes olhos azuis que escrutinavam seu rosto.
Sob seu elmo, observou–a dirigir–se a ele, lhe oferecendo um vistoso buquê de flores com sua pequena mão. S
orriu, sem prestar atenção no sangue ressecado que manchava sua cota de malha nem ao feroz dragão negro que aparecia em seu escudo.
Deveria ter tido medo, e, entretanto se aproximou mais, curiosa embora estranhamente serena, interessada, quase ansiosa, como se tivesse encontrado a um novo amigo.
Ral mudou de posição em sua sela, sentindo–se incômodo ante aquele olhar.
O enorme cavalo dava coices e soprava, de repente aguçou as orelhas e voltou à cabeça para a formosa donzela de cabelo negro que não superava em altura seu enorme cavalo.
Raolfe de Gere jamais tinha visto uma mulher mais bela ou um sorriso mais encantador do que aquele que iluminava o rosto da jovem.
Não parecia ter mais do que dezoito anos, com um corpo amadurecido para oferecer a um homem, e umesplendor nas bochechas que dava a entender que possivelmente agradecesse a companhia masculina.
Entretanto, os sentimentos que despertava nele eram completamente distintos.
O fazia pensar em um lar e um final a todo aquele sangue e luta.
Simplesmente levantou o pequeno ramo em silêncio.
Ral estendeu a mão enluvada e agarrou–o.
Quando seus dedos roçaram os da garota, ela sorriu muito, e ele lhe deu um sorriso cansado. Esperou que ela falasse, sentindo curiosidade em escutar o tom de sua voz e ao mesmo tempo relutante em romper o feitiço criado por sua presença.
Perguntou–se de onde viria e qual seria seu nome.
Onde estaria sua irmã? Caryn de Ivesham fez rodar a grande pedra de granito e procurou entre os carvalhos que tinha a sua direita.
Só tinha ausentado um segundo; Gweneth não podia ter ido muito longe.
Caryn observou o prado e depois o monte situado ao outro extremo.
A túnica azul claro que balançava na brisa só podia ser de Gweneth, mas ao seu lado... Mãe bendita!
Caryn cortou a respiração. O Cavalheiro Negro!
Um dragão negro sobre um campovermelho de sangue.
Raolfe, o Desumano! E ali estava Gweneth, lhe oferecendo um buquê com umapatética inocência.
Sentindo no peito os fortes batimentos de seu coração, agarrou a prega de sua túnica verde escura e correu através do campo.
–Gweneth! –gritou –Gweneth!

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Série Grantham

1 - O Pecado de Lily

Paris e Londres, 1815

Ao descobrir que a jovem que o atacou para roubá-lo está gravemente ferida, Alexander decide lhe oferecer proteção. 
Intrigado com o fato de tão fina e educada dama ter se tornado uma ladra, ele se propõe a desvendar os segredos da encantadora Lily...
Os cinco anos que transcorreram depois que Lily saiu do convento foram um pesadelo. 
Ela guarda segredos perigosos, e embora o atraente visconde que a socorreu também seja, de certa forma, perigoso, permanecer ao lado dele pode significar a diferença entre viver e morrer. 
A cada dia Alexander transforma sua convalescença numa aventura sensual, colocando Lily diante de um grande desafio... pois ela não pode imaginar nada menos que um futuro nos braços daquele homem!

Capítulo Um

Londres, Abril de 1815 

Os janotas que perambulavam pelo Covent Garden, após a sessão de teatro, mostravam-se tão entretidos com suas acompanhantes que, na maioria das vezes, nem notavam os salteadores que esbarravam neles. Em noites como aquelas, era simples demais esvaziar-lhes as algibeiras.
Eles não encontravam dificuldade naquele tipo de trabalho.
Um pequeno movimento de pulso e dois cortes com uma lâmina afiada. Somente isso. As mais finas bolsas podiam ser cortadas com facilidade. Às vezes, o tinir das moedas denun­ciava o delito. Mas os larápios tinham asas nos pés. Corriam e escondiam-se por entre as saias volumosas ou até por baixo delas.
O cavalheiro inclinou a cabeça para conversar com a dama que levava pelo braço. As palavras não puderam ser entendi­das, mas, de longe, podia se perceber a atração entre eles. A moça arqueou as sobrancelhas e, petulante, franziu os lábios vermelhos.
Aproximou-se aos poucos, observando os outros três que vinham de diferentes direções. Sem pressa, nem ameaçadores. Cautelosos na maneira como preparavam a abordagem. Se não estivesse atenta, nem os teria percebido. Tudo fazia parte do plano deles. Um artifício empregado várias vezes com sucesso. Um deles empurrava a vítima. Outro se desculpava. O terceiro pisava sem querer na saia da acompanhante. Moviam-se rapi­damente, sem correr. Eram gatunos muito jovens, mas expe­rientes. Não atraíam mais atenção de que o necessário. Somente corriam em casos extremos, quando, por exemplo, a vítima percebia que a bolsa fora furtada. Para agarrá-los era preciso mais sorte de que determinação. Os pés eram tão leves quanto as mãos. Escapavam como mercúrio entre os dedos.
Atenta ao momento do ataque, surpreendeu-se ao notar que algo não estava certo. Uma armadilha era preparada. Conhecia muito bem os participantes. Havia um personagem a mais na história, o que a deixou inquieta. Era como se lago, o vilão de Otelo, o hipócrita perigoso, tão bem descrito por Shakespeare, aparecesse, de repente, na comédia Sonhos de Uma Noite de Verão.
Viera até ali com um único propósito. Impedir que os três pequenos rufiões levassem a bolsa de algum cavalheiro. Na­quele instante viu o brilho da adaga do atacante desconhecido. A idéia imediata foi impedir que a garganta da vítima fosse cortada.
Lançou-se para a frente e voou para cima da vítima em po­tencial, jogando-a no chão de pedras.
Lady Geórgia Pendelton, condessa de Rivendale, pressionou as mãos no coração em um gesto dramático com que brindava os amigos mais queridos.
— Sherry, meu querido menino, por favor, não me diga que está ferido. Eu não suportaria saber disso. — Ela continuou a analisar com atenção o afilhado. Não soubera de nada, antes de ele entrar na sala de visrtas.
Alexander Henry Grantham, visconde Sheridan, de vinte e oito anos, continuava sendo o querido menino da madrinha. E aquela inspeção não era novidade. Aos cinco anos se dera conta da maneira de ser de Geórgia. Naquela ocasião, lady Rivendale entrara no quarto das crianças e, diante da mãe de Alexander, sua grande amiga, fizera um estardalhaço. Comentara sobre os cabelos escurecidos do querido menino e aquele topete que mais parecia agulha de bússola, apontando sempre para o norte. Lamentara os olhos castanhos que haviam perdido o tom es­verdeado. Preocupara-se com a palidez do querido menino.
Tecera comentários sobre o nariz que lhe parecia adunco, mas aquilino para a mãe amorosa.
— Igualzinho ao do pai — a mãe insistiu.
— Mas poderá mudar — Geórgia consolou-se.
Nada dissera sobre os lábios trêmulos nem sobre os olhos grandes demais para o rosto miúdo. Parecera admirar a postura orgulhosa do garoto.
— Vamos, dê-nos um abraço — Geórgia levantou-o no colo. Durante muito tempo, Sherry pensara no busto imenso que abraçava como o "nos" a quem a madrinha se referia.
— Pode chamar-me de tia Geórgia.
Como recusar alguma coisa a uma mulher com seios tão imponentes?
Lady Geórgia podia sumir durante meses ou anos. Chegava de repente, sem avisar, e era sempre bem recebida. Presentes chegavam a qualquer hora, para demonstrar que pensava nele, nunca em ocasiões obrigatórias como aniversário ou Natal. Tempos depois, quando sua irmã mais nova completara seis
anos e trocara o quarto das crianças pela escola, lady Rivendale tomou-se de amores também pela menina.
Geórgia era generosa com as afeições. Quanto mais as en­tregava, mais elas pareciam florescer. E logo após o falecimen­to dos pais de Sherry, ela visrtara as crianças em Eton.
Um tio-avô por parte da mãe fora nomeado guardião dos sobrinhos-netos. E se queixara da irresponsabilidade de Sheri-dan e da sobrinha por morrerem e deixarem crianças pequenas nas mãos de outrem. O menino não lhe causava preocupações, segundo ele. Mas a menina não parava de chorar.
Quando lady Rivendale chegara a Eton, encarregara-se ime­diatamente da menina. Fora uma das poucas vezes em que ela não o examinara com atenção, antes de cingi-lo com os braços roliços de encontro aos seios fartos. E, pela primeira vez, o chamara de Sherry.
Visconde Sheridan. O título de seu pai então lhe pertencia. Mas ninguém chamara seu pai de Sherry. Aquele nome era só seu. Durante a visrta, ela anunciara que, dali para a frente, os três formariam uma família. Nem mesmo a irmã mais nova questionou a afirmativa que, felizmente, mostrou-se verdadeira.
— Ainda estou inteiro — Sherry afirmou, voltando ao pre­sente, enquanto a madrinha lhe apalpava a testa. — Os estragos resumiram-se à sobrecasaca que se rasgou na costura do ombro e à parte traseira da calça que ficou esburacada. Kearns disse que o capote será consertado. A calça já foi para o trapeiro.
—  Não duvido das afirmações de seu criado pessoal que sempre se esmera com as roupas. E quanto ao seu traseiro?


2 - Uma Noite Proibida


O pecado de uma mulher

No auge de um baile de máscaras, Cybelline Caldwell se entrega aos braços de um amante desconhecido. 

Na manhã seguinte, a paixão e o desejo dão lugar ao bom senso e à determinação de deixar Londres para trás, bem como as lembranças daquela noite. 
Mas a tentação a persegue... pois Christopher Hollings, um homem notoriamente conquistador e a quem Cybelline tão ousadamente desafiou, está decidido a mostrar a ela que uma noite não foi suficiente...Após uma árdua investigação, Christopher descobre a identidade da mulher misteriosa, e fica surpreso e intrigado ao se ver frente a frente com Cybelline, e ao descobrir também que ela corre perigo e que é o alvo de um inimigo implacável. Incapaz de afastar as lembranças da noite de amor que viveu com ela, Christopher decide desvendar os segredos que assombram os dias de Cybelline, pois somente assim poderá tê-la em seus braços todas as noites de sua vida!

Capítulo Um


Londres, novembro de 1817

Caso fosse possível morrer de tédio, o conde de Ferrin era da opinião que já não pertencia a esse mundo. Horas antes ficara muito aborrecido com a mãe e a irmã.
O baile de máscaras fora idéia de Wynetta, e todos, me­nos ele, a haviam considerado brilhante. Se tivessem pedi­do sua opinião, teria dito que era uma sugestão ridícula.
Mas a família conhecia suas idéias a esse respeito e, por isso mesmo, ninguém o consultara. Nenhum de seus paren­tes duvidava que, sempre que podia, ele ridicularizava suas idéias. Como resultado, criara a reputação de impaciente.
— Ferrin, vai jogar ou ficar sorrindo para as cartas? — perguntou Porter Wellsley.
O conde arqueou as sobrancelhas e redarguiu:
— Por quê? Eu não posso fazer as duas coisas ao mesmo tempo?
Assim dizendo, atirou um quatro de espadas sobre as demais cartas no centro da mesa.
Em frente a Ferrin, Wellsley voltou a analisar seu pró­prio jogo.
— Não sei como consegue fazer isso — resmungou, vol­tando a arrumar as cartas. — Sempre faz a jogada certa.
— Então se dê por satisfeito por ser meu parceiro de jogo.
— Oh! Não estava me queixando.
À esquerda de Ferrin, William Allworthy percorreu as car­tas que tinha nas mãos com um olhar sério, e escolheu uma.
— Chega de falar, Wellsley... Esta não é a mesa de jogo das senhoras.
Wellsley ia responder, mas percebeu a carranca de Ferrin e decidiu permanecer em silêncio. Descartou uma carta e se recostou na cadeira, esperando a movimentação do jogador seguinte.
Bennet Allworthy embaralhou as próprias cartas, bateu com os dedos sobre a mesa em um gesto de impaciência, des­cartou uma, e pediu outra, sem olhar para o primo William.
Ferrin cutucou o pulso de Bennet.
— Espadas não, Allworthy. Não quando ainda tem copas na mão.
Bennet franziu a testa. Ficou quieto, sem erguer os olhos das cartas.
— O que está dizendo? Por acaso milorde está me cha­mando de trapaceiro?
— Não. Apenas tomo providências para que não se torne um. Sabemos que é decente.
— Decente? — Bennet repetiu. — É o máximo que pode dizer a meu respeito? Eu seria mais generoso ao elogiá-lo, sabe disso.
Ferrin lançou um olhar significativo a Wellsley, seu par­ceiro de jogo.
— Isso porque sou mais do que apenas um homem decente,
— Está querendo dizer que é superior?
— Quem sabe. — Ele fez um gesto displicente na direção de Bennet Allworthy. — Jogue copas e vamos acabar com isso.
Por um segundo, só se ouviu o som da orquestra no salão de baile, o rumor de muitas vozes conversando, os risos de damas que começavam novos flertes, enquanto antigos na­moros terminavam.
A partida logo terminou. Os primos Allworthy pediram licença, e se dirigiram à mesa com refrescos e bebidas, no salão de baile, tentando limpar a garganta seca após tanto tempo de concentração.
— Estavam loucos para ir embora — comentou Wellsley, arrumando as cartas com um gesto distraído. — Foi muito duro com Bennet, não acha? Ele pode ter cometido algum erro durante a partida, mas por distração.
Ferrin deu de ombros.
— Se pensava assim, devia tê-lo defendido.
— E perder uma boa discussão?
Wellsley desabotoou o paletó da fantasia que usava e acariciou o revólver.
— Está armado?


3 - O Primeiro Beijo

E, no final a paixão...

Quando Emma Hathaway concorda em encontrar-se com o amante secreto da prima para terminar o relacionamento de ambos, é envolvida num jogo perigoso. 
Agora está convencida de que o envolvimento no escândalo colocou sua vida em risco. 
O problema é que ninguém em quem Emma confia, acredita que lhe estejam tentando causar mal. 
E quando os comentários de uma possível loucura começam a aparecer, Emma se volta para a única pessoa que pode ajudá-la.
Restell Gardner tem a reputação de ajudar as pessoas a sair de situações comprometedoras. Incapaz de dar as costas a uma dama necessitada, ele concorda em ajudar a solucionar a intriga. E, sentindo que há mais do que parece naquela linda jovem, Restell se vê caindo de amores por ela. No entanto, resiste a sucumbir a tal paixão... pelo menos até descobrir a verdade sobre o perigo que a ameaça. Pois, se ceder à tentação cedo demais, poderá perder Emma para sempre...


Capítulo Um


— O senhor tem visita.
Restell Gardner continuou imóvel, escarrapachado na cama, fingindo-se num sono profundo.
— Não adianta, senhor. — Hobbes foi colocar água na bacia de porcelana sobre a cômoda. — Esqueceu que me avisou sobre esse truque, pedindo que eu não me deixasse enganar? Sei que está acordado, portanto não se dê o trabalho de roncar. Nem de se virar para a parede, pois isso, como bem sabe, só iria fazer com eu desse a volta na cama para ir lhe falar. Agora, caso continue a me ignorar, terei de tomar medidas que porventura irão custar meu emprego. E o senhor deve concordar que tal desfecho não se coadunaria com sua promessa de me tratar de maneira justa e generosa.
Restell suspirou e, ainda sem abrir os olhos, indagou: — Vai falar disso por horas a fio, Hobbes?
— Sim, senhor, caso seja necessário.
— Eu não ronco.
— Não sei dizer se ronca ou não, senhor. Posso apenas afirmar que finge fazê-lo.
Ainda de olhos fechados, Restell perguntou:
— Onde foi mesmo que o encontrei, sargento Hobbes?
— Na sarjeta, sr. Gardner. Bebendo gim barato e me lamentando pela perda de minha perna.
— Ah... Bem, presumo que não sinta falta daquela sarjeta, não?
— Não, senhor. Nem do gim. Sinto falta de minha perna, mas esta, de madeira, tem dado para o gasto.
Deitando-se de costas, Restell esfregou os olhos e só então olhou para Hobbes. Quando conseguiu encontrar o foco da visão, viu que o ex-militar se achava em pé ao lado da cama, já pronto para derramar em cima dele o conteúdo da bacia que tinha entre as mãos. Com um gesto, pediu-lhe que se afastasse.
— Estou plenamente desperto, obrigado.
— Por nada, senhor.
— Eu estava sendo irônico.
— Eu também.
Com uma risadinha, Restell sentou-se e enfiou um travesseiro entre suas costas e a cabeceira da cama. Depois, correndo os dedos por entre os desgrenhados cabelos loiros, perguntou:
— Que horas eram quando cheguei?
— Passava das três. O senhor deve ter tido uma noite bem longa, se me permite dizer.
Seria bem melhor se Hobbes não o tivesse lembrado daquele detalhe. Preferia esquecer para sempre que, após tanto tempo, passara horas num antro de jogatina.
— E que horas são? — quis saber.
— Quase oito.
— E já tenho visitas?! — Restell teve de se conter para não deitar novamente e puxar as cobertas sobre a cabeça. — Não é minha mãe, é?
— Não, senhor. Nem qualquer outro parente seu, — Hobbes foi recolocar a bacia sobre a cômoda. Mancava bem pouco naquela manhã. — É uma dama.
— Isso não dá a ela o direito de vir bater tão cedo à minha porta. De quem se trata?
— A moça não quis se identificar, senhor. O sr. Nelson lhe pediu um cartão de visitas, mas ela se negou a entregá-lo.
— Curioso...
O criado assentiu, acrescentando:
— Também achei. — Depois de colocar toalhas junto à lareira, para que ficassem aquecidas, Hobbes foi fazer espuma numa vasilha para o barbear do patrão. — O senhor vai se banhar?
— Sem sombra de dúvida! Ainda sinto o cheiro daquele antro de jogatina em mim.
Hobbes evitou comentar a observação para afirmar:
— Cuidarei do banho, então. — Cruzando o quarto, foi tocar a sineta. — Vai fazer o desjejum aqui mesmo ou no salão?

Série Grantham
1 - O Pecado de Lily
2 - Uma Noite Proibida
3 - O Primeiro Beijo
Série Concluída

7 de março de 2011

O Jogo

Dinastia Warenne

Os Jogadores...

O capitão pirata é Liam O'Neill, favorecido da Rainha Elizabeth.
Um jogador inteligente, tanto na cama como fora dela, que está determinado a vencer Katherine deliberadamente e avançar em sua causa secreta.
Mas agora ele tem que arriscar tudo para ter sucesso em um jogo muito perigoso, através de um engano doloroso...
E quebrar todas as regras.


Comentário revisora Ceila: Como a história se passa no reinado de Elizabeth, amei. Sou apaixonada nesta época.
A autora soube mesmo misturar seus personagens com os da época criando assim um romance atuante.
Daqueles que a gente só quer parar de ler quando chegar ao final...
E o engraçado é que quando está chegando ao fim, a gente começa a "demorar", por que sabe que está acabando...

Capítulo Um

Normandia, Janeiro 1571
Ela tinha sido esquecida. Katherine sabia que não havia outra possível explicação ao fato de que a quase seis longos anos adoecia na abadia de St.Pierre.
Sob seus joelhos o pavimento de pedra da capela era duro e frio como o gelo. Murmurava as preces que tinha na memória, enquanto o pensava que nenhuma das cartas que havia enviado ao pai em Munster tivera resposta, sequer uma.
Desesperada, finalmente no verão anterior mandara uma missiva para sua Eleanor, sua madrasta. Também não tivera resposta.
Sentiu-se sufocar de medo e desespero.
Era a de manhã, o início de um novo dia e embora estivesse rezando com as outras irmãs do convento, esse era o dia no qual a vida devia começar novamente.
Esse era o dia em que ela devia usar toda a sua coragem: teria que enfrentar a abadessa, por sua situação.
Não tinha escolha. Tinha dezoito anos e estava cada dia mais velha.
Já havia passado outro ano e em poucos meses teria dezenove anos.  Não podia envelhecer encerrada no convento! Seriamente, não podia!
Queria viver. Queria um marido, uma casa sua e filhos.
Agora, estava na idade da qual já devia ter tido dois ou três filhos roliços que caminhasse ao redor de suas saias. Oh, Deus!
Como puderam esquecer sua existência?
Seis anos antes estava cegada pela dor para se preocupar, quando o Eleanor lhe sugerira, não, insistira que fosse para o convento. Sua família estava à deriva, depois de ter suportado tremendas perdas na batalha de Affane, em pátria, na Irlanda meridional.
Trezentos dos soldados mais fiéis de seu pai haviam sido massacrados pelas forças de Tom Butler, o Conde de Ormond, na margem do rio Blackwater e seu pai fora ferido e capturado pelo mesmo.
Mas Katherine havia sofrido bem mais que pela derrota dos seus e a captura do pai. Em efeito, nesse dia tinha perdido seu noivo.
Hugh Barry havia sido ferido mortalmente na terrível derrota.Katherine era prometida a ele desde o berço.
Os Barry eram parentes e ela e Hugh haviam crescido juntos, visto que o rapaz possuía só um ano a mais que ela. Ele tinha sido seu amigo da infância, seu confidente; havia lhe dado seu primeiro beijo.
Sua morte destruíra seus sonhos e também seu futuro.


Dinastia Warenne
1 - O Conquistador
2 - A Promessa da Rosa
3 - O Jogo
4 - O Prêmio
5 - A Farsa
6 - A Noiva Roubada
7 - A Filha do Pirata
8 - A Noiva Perfeita
9 - Um Amor Perigoso
10 - Uma Atração Impossível
11 - A Promessa
12 - Casa dos Sonhos
13 - Amor Escandaloso
14 - Depois da Inocência
Série concluída

Se Me Trair

Série Irmãos MacCarrick
Ethan MacCarrick era um jovem atraente, até que foi brutalmente castigado por um crime que não tinha cometido. 

Ethan se vingou do nobre que ordenou sua tortura arruinando-o e conseguindo que tivesse que exilar-se junto com sua família.
Dez anos mais tarde, Madeleine Van Rowen, uma moça bela e misteriosa, enfeitiça-o com seus encantos, mas quando Ethan descobre que se trata da filha de seu inimigo, não duvida em usá-la para vingar-se…

Capítulo Um

Londres, Verão de 1856
Ethan já estava acostumado que as pessoas se sobressaltassem ao encontrar-se cara a cara com ele, mas no bairro de East End a reação era muito mais exagerada.
Muitos se punham a correr ao vê-lo.
O único que Ethan podia ouvir, enquanto perseguia um bêbado, um que era uma de suas habituais fontes de informação, era o som de suas próprias botas sobre os paralelepípedos.
Lançou-se para frente e agarrou o sujeito pelo ombro empurrando-o para um canto do edifício.
O homem desabou. Ethan o obrigou a levantar-se e desencapou sua pistola para pressionar-lhe contra a testa.
—Onde está Davis Grei?
—Não o vi — gritou o outro entre os poucos dentes que ficavam—. Eu juro, MacCarrick!
Ethan engatilhou a arma. O bêbado conhecia sua reputação e sabia perfeitamente que ele era capaz de atirar em meio daquele escuro beco.
—E por que corria?
—Porque me dá medo, merda.
Compreensível.
—Ouvi dizer por aí que Grei está em Portugal totalmente preso ao ópio — prosseguiu o homem—. E que talvez retorne a Inglaterra. Isso é tudo. Juro!
Ethan hesitou um instante, mas acabou soltando-o. Essa informação encaixava com a que ele já tinha, e estava claro que aquele pobre diabo não ia se atrever a mentir.
—Já sabe o que tem que fazer se vir Grei, dever dizer-me. E também sabe o que te acontecerá se não o fizer.
O bêbado agradeceu por sua benevolência e se afastou dali tão rápido como pôde. Ethan tinha passado as últimas horas percorrendo os baixos recursos em busca de informação sobre Davis Grei.
Antes compatriota e amigo da família e agora objetivo de Ethan.
Apesar de que todos os informantes indicavam que Grei não estava na Inglaterra, Ethan queria assegurar-se disso.
Levava toda a noite seguindo qualquer possível pista em Londres.
No dia seguinte, iria da cidade à caça de Grei.
Caminhou pelas estreitas ruelas em busca de seu cavalo e uma puta que saiu sorrateiramente das sombras sorriu com discrição afastando o lenço para lhe mostrar seu generoso decote.
Ethan não sentiu nada.
Ao passar por debaixo de uma luz, a mulher viu a cicatriz de Ethan, e se foi dali com cara de asco, voltando a colocar o lenço sobre o decote.


Série Irmãos MacCarrick
1 - Se Te Atrever
2 - Se Me Desejas
3 - Se Me Trair
Série Concluída

6 de março de 2011

Fogo Secreto

Série Ladys Escravas e Lords Tiranos


Na paixão furiosa do desejo, eles descobriram o glorioso êxtase do Amor

Para Dimitri Alexandrov, o jovem príncipe russo, bastou olhar uma moça fugazmente do vidro de sua carruagem, para saber que precisava fazê-la sua.
Poucos minutos depois, Lady Katherine Saint John fora seqüestrada em uma Rua de Londres como uma prostituta e foi levada a uma suntuosa mansão...
Para o bel-prazer do seu admirador.
Ao chegar à mansão o jovem príncipe achou em sua cama uma tigresa aprisionada... Consumida por uma ira feroz contra o "bárbaro" russo que a tinha raptado...
Mas ao mesmo tempo, desejava conhecer o príncipe e captar sua compreensão...
Depois de uma noite atípica uma paixão selvagem surge, Katherine é raptada e aprisionada, por Dimitri, e levada para Rússia.
Dimitri e Katherine percorreram um longo caminho através dos mares tempestuosos, ao esplendor dos palácios de ouro em Moscou.
Uma paixão que nascerá na Inglaterra e amadurecerá na Rússia.
Levando-os definitivamente para a entrega final do maior dos sentimentos, para o poder do amor inegável.


Capítulo Um

Londres, 1844
  
Começava mais uma tormenta primaveril, mas Katherine Saint John fez pouco caso do céu nublado que pendia pesadamente sobre ela. Distraída se deslocava pelo jardim, cortando rosas rosadas e vermelhas que mais tarde colocaria para sua própria satisfação, em um vaso na sua sala de visitas e outra no quarto de sua irmã Elisabeth. Seu irmão Warren estava ausente, em seu típico empenho em divertir-se em alguma parte, pelo qual não precisava flores para enfeitar seu quarto visto que quase nunca dormia lá. E o seu pai, George, não gostava das rosas, assim não cortou nenhuma para ele. "dêem-me açucenas ou lírios, ou até margaridas silvestres; mas guarde essas rosas tão enjoativas para vocês, as meninas".
Katherine não agia diferente. Tinha sua própria rotina. Por isso cada manhã enviava um criado em busca de margaridas silvestres para o conde de Strafford, embora não fossem fáceis de encontrar na cidade.
-É uma maravilha, minha querida Kate - costumava dizer seu pai, e Katherine aceitava satisfeita o elogio.
Não precisasse de elogios. Ela fazia por orgulho próprio, para sua autoestima. Adorava que a necessitassem, e a necessitavam. Talvez George Saint John fosse o chefe da família, mas era Katherine quem dirigia a casa, e ante ela cedia ele em todos os aspectos. Tanto a Mansão Moldes, como aqui no Plaza Cavendish, como na Residência Brockley, o imóvel rural do conde, eram os domínios de Katherine. Ela era a anfitriã de seu pai, sua acompanhante e administradora. Tinha sob controle às trivialidades domésticas e os problemas com os arrendatários, o qual deixava o conde livre de preocupações para meterse na política, sua paixão.
-Bom dia, Kit; vai tomar o café da manhã comigo?
Quando elevou a vista, Katherine viu a Elisabeth aparecendo pela janela de seu quarto, de onde se divisava a praça. 

Série Ladys Escravas e Lords Tiranos
1 - Assim Fala o Coração
2 - A Noiva em Cativeiro
3 - Escrava do Desejo
4 - Fogo Secreto
5 - O Amor do Pirata
Série Concluída

OBS: Esses livros em si não formam uma série, mas por serem temas relacionados foram colocados juntos dessa forma. Podem ser lidos separadamente.

5 de março de 2011

Estrela Mágica



Merry DuBoise está prestes a ser queimada por bruxaria quando Luke le Noir, capitão do exército real, tira-a do fogo.
Sob a bandeira da proteção do rei, Luke terá que protegê-la da perseguição, mas ele é incapaz de defender-se dos seus encantos.

A beleza de cabelos de fogo guia Luke a paixão.
Ela incentiva-o a desafiar o rei, para pedir por misericórdia.
Pouco a pouco, seu espírito rebelde invade sua alma disciplinada, até que finalmente ele joga a cautela ao vento e reclama seu corpo com uma paixão sincera.
A honra, então, pede que ele se case com ela.
Enquanto sua paixão é certa, seu futuro é incerto.
O rei, que tinha outros planos para Luke, tem a intenção de livrá-lo de sua noiva. Lucas deve escolher entre o amor que vai durar uma vida ou ambição que vai conceder-lhe o poder com o qual sempre sonhou.


Nota da Revisora Jaque:Adorei a história, ela dá tantas reviravoltas que se torna empolgante, nunca se sabe o que vai acontecer mais a frente. Tinha horas que dava vontade de bater no Fenix, outras dava vontade de cair em seus braços!!!
A mocinha é maravilhosa, não é daquelas que chora por qualquer coisa, muito pelo contrário. Quando tem que ser firme ela é. Adorava ela desafiando o Fenix!!


Prefácio
Subúrbios de Jerusalém - 1130

O sol mal tinha aparecido atrás das montanhas no oeste, fechando o véu da noite atrás dele, quando Luke alcançou o alto do monte próximo à sua casa.
Determinado a capturar a primeira luz da estrela mágica, correu para cima do monte tão rapidamente quanto seus pés pequenos lhe permitiram, sem respiração, mas feliz de ter chegado antes da aparição da estrela.
O menino se apoiou em uma grande rocha para recuperar sua respiração.
Como ainda nenhuma estrela tinha aparecido sobre o manto obscuro, Luke olhou de lado para baixo, para sua casa, uma construção patética e isolada que estava no meio do caminho.
Mais abaixo, as tochas marcavam o caminho ao longo das paredes de Jerusalém.
Sua mãe iria se preocupar por ele, pois voltaria muito tarde para casa.
Mas tinha pão em sua bolsa, tirado de um mercador, que imprudentemente tinha lhe dado as costas, e tinha encontrado um garfo de prata no chão que poderia ser trocado por alimento.
Essas coisas que tinha conseguido lhe assegurariam o perdão de sua mãe.
Levando seu olhar para cima, Luke ofegou de contentamento quando o primeiro ponto de luz brilhou no céu escuro, seguido, imediatamente de outras milhares de estrelas. Com olhos de uma cor mais clara que delatavam que era filho de um inglês, procurou nos céus o conjunto de estrelas que seu pai lhe tinha indicado uma vez:
– Vê a estrela brilhante lá no alto? – A voz de seu pai voltou à sua memória, falando em francês normando, uma língua que Luke não ouvia fazia cinco meses.
– É uma estrela mágica. Se você fizer um pedido, seu desejo será realizado.

Capitulo Um

Norte de Yorkshire, 1154

Em um redemoinho de roupas negras, a Abadessa parou entre seus colegas, o Abade de Jervaulx e o reitor de Richmond, para dar seu veredicto.
Seu corpo largo obstruía a luz do sol que entrava através de uma fenda, e mesmo com o rosto nas sombras, não havia nenhuma dúvida sobre o brilho ansioso em seus olhos cinzentos.
As monjas que se reuniram para o veredicto se olharam em silêncio.
Estavam no fim de setembro, entretanto no salão fazia frio como se fosse inverno.
Um calafrio percorreu as costas de Merry.
Estava em pé, em frente à plataforma, esperando uma condenação, os nódulos de seus dedos estavam brancos, seus joelhos travados para manter sua posição vertical.
Com cada respiração, seu coração lançava uma premonição.
Em seu desespero, Merry olhou de lado para os clérigos em ambos os lados da Abadessa. Nada em seus olhares lhe deu consolo.
A Abadessa, com sua habilidade para negócios, levava riqueza à diocese. Os jurados votariam como a madre Agnes ordenasse.
– Irmã Mary Grace, – a mulher começou com uma voz seca – esse é o nome blasfemo que foi dado quando tomou seus votos. Portanto, me dirigirei a você como Merry de Heathersgill, porque provaste não ser uma noviça.
O coração de Merry bateu mais rapidamente. “Não a forca!”, rezou, temendo uma sentença de enforcamento.
Poderia sobreviver se a lançavam as águas, porque nadava bem.
– Depois do interrogatório e de uma longa deliberação, – continuou a Abadessa – nós a julgamos culpada de tentativa de assassinato e de heresia.
“Culpada!”
A palavra ecoou em sua cabeça como um golpe mortal.
Tinha vindo procurando sua graça para evitar a perseguição por sua arte de curar. Entretanto nesse suposto santuário, tinha encontrado algo menos que tolerância.
O julgamento tinha sido uma farsa do começo ao fim.
As testemunhas de seus crimes, claramente tinham sido forçadas a mentir.
Uma testemunha a tinha visto dançar sob a lua cheia. Outras a tinham apanhado copulando com o diabo.
Outros, a tinham visto com um gato negro, muito provavelmente de uma família demoníaca.
Tantas fantasias!

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Danger's Promise-1- Perigosa Promessa
2-By Starlight - Estrela Màgica

Um Romance Conveniente

Série Irmãos Elliot

O amor e a vingança podem unir amantes apaixonados...

O marquês de Granville e Hattie Leggit possuem um inimigo em comum: Bernard Leggit, o mercador rico e corrupto responsável pela morte de dois membros da família de Granville e por ter obrigado Hattie a desposá-lo contra a vontade.
Humilhar Leggit diante da sociedade é o plano de Granville.
Por isso, ele seduz a jovem e infeliz esposa do negociante com a intenção de expor o caso para toda a sociedade de Mayfair Square.
Já para Hattie, tornar Leggit refém de uma chantagem é a solução mais rápida para conseguir sua liberdade de volta. E nada melhor do que ter a reputação do marido bem presa em suas mãos.

Capítulo Um

Ao diabo com a gratidão.
Quando finalmente se livrasse do deplorável caixão — ai! — e saísse do carro fúnebre conduzido por seu suposto salvador, seus punhos falariam por ele.
Se saísse com vida.
Do contrário, estaria no lugar certo, no momento certo...
Ele se encolheu na escuridão e trincou os dentes quando as rodas do veículo deixaram o chão.
Os aros tocaram novamente os sulcos criados por rodas, destruídos pelo temporal, fazendo chocalhar todas as tábuas e braçadeiras do carro fúnebre — e todos os ossos que pertenciam a John Elliot, o respeitável mar­quês de Granville.
Mesmo de dentro do caixão, ele podia ouvir o barulho intermitente da chuva.
E o vento.O vento uivava como se atravessas­se um túnel e sacudia o veículo. Cavalos pretos puxavam a gran­de carruagem, e seus cascos faziam barulho quando se chocavam com as pedras e com a lama.
A menina aninhada em seu peito, cobrindo os ouvidos com as mãos, não facilitava o difícil confinamento de John.
Ele precisava proteger sua priminha para que não se machucasse dentro do magnífico veículo que não parava de sacudir com a disparada dos cavalos.
Além disso, fazia tudo para mantê-la aquecida, pois ambos ainda estavam molhados de seu quase afogamento no canal, e para tranqüilizá-la sem fazer nenhum barulho.
Pedia a Deus que Chloe não escolhesse mal o momento de descobrir que tinha voz e começasse a gritar.
— Chloe — sussurrou a seu ouvido. — Ficaremos bem. — Quando se dirigia a ele, a criança tratava-o de "tio John". Ele nunca pensara por quê, mas imaginava que ela se sentia bem assim. — Mantenha silêncio e confie em tio John — murmurou ele.
O pior é que não tinha nenhuma experiência com crianças.
Será que uma menina de 6 anos acreditaria nessa tolice?
Nem ele tinha certeza se ambos estavam seguros.


Série Irmãos Elliot
1 - Um Romance Conveniente
2 - Testing Miss Toogood

Relação Perigosa

Série Amores Ousados

Eleanor sempre foi vista com desconfiança pela sociedade londrina.

Considerada uma "americana mandona" devido a seu comportamento rebelde e independente, seu destino foi selado com a morte de seu marido.
Afinal, ela ficou com a incumbência de administrar o espólio à revelia da sogra, que a considera uma golpista. Para dar fim a suas ambições, é enviado o lorde Anthony Neale.
Um desafeto à primeira vista, para ele, Eleanor é uma sereia que utiliza sua beleza para enfeitiçar os homens,
Ela, por sua vez, e considera um inglês esnobe, frio e arrogante.Apesar de tudo, a intensa atração entre eles se torna cada vez mais evidente.
É impossível negar o que sentem, mas, quando Eleanor é vítima de acontecimentos misteriosos, Anthony ainda está no topo da lista de suspeitos...

Capítulo Um

Anthony, lorde Neale, rompeu o lacre do bilhete que o cria­do havia acabado de lhe entregar e o leu rapidamente. E suspi­rou. A irmã mais velha, Honoria, estava informando que pla­nejava visitá-lo naquela mesma tarde. Conhecendo Honoria, suspeitava que sua carruagem não deveria chegar muito de­pois do mensageiro.
Ele se deu conta do impulso covarde de enviar um bilhete para os estábulos, mandando que lhe selassem o cavalo e que fingissem que ele não se encontrava ali para receber o comuni­cado de Honoria. Mas, com um suspiro, admitiu que não pode­ria fazer isso. Haviam transcorrido apenas seis meses desde a morte de sir Edmund. Por mais irritante que a irmã pudesse ser, não poderia se mostrar rude com uma mãe de enlutada.
Jogando a carta sobre a mesa, convocou o criado e enviou um recado à cozinha, informando ao mordomo que a irmã se juntaria a eles para o chá... e talvez para o jantar.
Ele caminhou até a janela e ali ficou, observando a estrada de acesso à casa. Era sua vista favorita, englobando toda a exten­são do pátio da frente, da estrada de acesso e das árvores, mais adiante, porém, naquele momento, mal se deu conta. Seus pensamentos estavam voltados para seu íntimo, para o sobrinho e para a morte do jovem, seis meses atrás. Supunha que ele e Edmund jamais haviam sido muito próximos. Admitia que ja­mais fora chegado a nenhum de seus parentes — um defeito que, sem dúvida alguma, Honoria lhe diria fazer parte de sua natureza. Mas gostava de Edmund, e sempre o considerara um homem de grande talento e potencial. Anthony ficara triste com a notícia da morte de Edmund, e tinha certeza de que o mundo estava mais pobre devido à perda daquele compositor.
Há anos que não havia dúvida de que Edmund jamais teria uma vida longa. Ele sempre fora muito frágil. Mas perdê-lo daquele jeito, em um acidente súbito, parecia ainda mais erra­do. Anthony não pôde deixar de se perguntar se o jovem ainda não estaria vivo se não fosse pela mulher teimosa com quem havia sido tolo o bastante de se casar.
Na ocasião, apesar de não simpatizar com Eleanor Townsend, agora lady Scarbrough, ele aprovara a mudança para a Itália, supondo que o clima quente e ensolarado seria melhor para a tuberculose de Edmund do que os invernos úmidos da Ingla­terra. Também achara que mal não faria para o jovem se afastar das freqüentes queixas e exigências da mãe.
Mas, desde a morte de Edmund, Anthony se sentia culpado por ter falhado ao não tentar convencer o sobrinho a permane­cer na Inglaterra. Apenas Anthony sabia o quanto de sua decisão de não falar sobre o assunto com sir Edmund se devera a sua relutância de ir à casa dele, onde, mais uma vez, poderia encon­trar lady Eleanor.
Anthony sentiu as mesmas sensações constrangedoras que sempre sentia quando pensava em lady Eleanor — uma mistura de irritação e uma intensa voracidade física, assim como uma selvagem pontada de raiva diante de sua aparente incapacidade de controlar tais emoções. Maldita seja a mulher, pensou. Ela era impossível de muitas maneiras diferentes, em particular impos­sível de se esquecer.
Já fazia um ano desde que a vira pela primeira vez, mas ainda podia se lembrar de cada instante com muita clareza...


Série Amores Ousados
1 - Conquista
2 - Relação Perigosa
Série concluída

Conquista

Série Amores Ousados

Juliana crescera em um lar sem amor nem compaixão.
Apenas uma pessoa a tratava com carinho: Nicholas Barre, um menino órfão, porém herdeiro de uma vasta herança.

Ele também sofria nas mãos de suas guardiãs, mas logo partiu em busca de novos caminhos.
Forçada a trabalhar como dama de companhia, Juliana teme jamais desfrutar de sua juventude e encontrar o amor de sua vida… até se deparar com Nicholas em um baile, agora um homem rico e com um título de nobreza. E mais lindo do que nunca…
Muito requisitado pela sociedade londrina, Nick desafia todos os costumes ao reatar sua amizade com Juliana, de uma maneira mais forte e envolvente do que antes.
Mas ela não é perdoada por ser a preferida dele, e logo se vê em apuros ao ser expulsa da casa em que trabalha.
Por isso, Nick decide recompensá-la da única maneira possível: tornando-a sua esposa.
Entretanto, o casal ignora que interesses ocultos buscam destruí-los. Pois alguém deseja se apoderar da fortuna de Nicholas. E está disposto a tudo para consegui-la…

Capítulo Um

Juliana não esperava vê-lo outra vez.
Soubera que Nicholas tinha herdado um título e voltado à Inglaterra, o que a surpreendeu.
Durante toda sua vida, achou que seria o tio de Nicholas a herdar o título, não ele. Com certeza, ninguém jamais o tratara como um futuro conde.
Portanto, julgou que seus caminhos nunca voltariam a se cruzar.
Afinal, agora ele era um rico conde e ela a dama de companhia de uma mulher que freqüentava apenas o entorno do seleto círculo social ao qual ele pertencia.
Houve um momento, quando ouviu os rumores da volta de Nicholas da América e de sua súbita elevação ao santuário fechado da sociedade inglesa, em que pensou com um doloroso excitamento que o veria mais uma vez.
No entanto, o tempo e o bom senso a fizeram concluir que aquilo seria improvável.
Mesmo tendo sido íntimos um dia, muitos anos já haviam se passado.
Se porventura ele lhe devotasse algum pensamento, seria apenas uma tênue lembrança do passado, uma pessoa de um tempo e lugar de quem ele sem dúvida se recordaria com pouca afeição.
O tempo que ela passara em Lychwood Hall não lhe trouxera felicidade, mas para ele fora ainda pior.
Juliana suspeitava de que ele fizera tudo ao seu alcance para deixar o passado para trás. Jamais a procuraria.
Apenas uma tola romântica teria tal esperança.
Além disso, as chances de seus caminhos se cruzarem acidentalmente eram mínimas. A dama para quem trabalhava, Sra. Thrall, apesar de se julgar parte da sociedade londrina, na realidade não passava de um peixe pequeno nadando nas beiradas do lago. A família era aceita apenas como provincianos bem-nascidos e somente a inegável beleza de Clementine, filha da Sra. Thrall, atraía algum tipo de atenção.
Naquela noite, contudo, os Thrall receberam um convite para o baile na casa de Lady Sherbourne, ponto alto dos eventos da temporada, tão alto que atraía muitos membros obscuros da sociedade. Juliana achava que somente o grande número de convidados possibilitara a presença deles ali. A Sra. Thrall, é claro, não pensava assim. Havia rastejado a semana inteira aos pés de Lady Sherbourne, até conseguir ficar debaixo de sua asa.
Devido à magnitude da festa, Juliana vislumbrara um fio de esperança de que Lorde Barre aparecesse. Mas, bem no fundo, não acreditava nisso. Afinal, a julgar pelos rumores, isto é, pelo que andara ouvindo Clementine e suas amigas conversar, Nicholas raramente comparecia a festas. Sua reclusão apenas aumentava o mistério que o envolvia.
Mas lá estava ele. Juliana observava Clementine serpentear pelo salão nos braços de um de seus muitos admiradores e, ao erguer os olhos, deparou com Nicholas Barre no topo da imensa escadaria que levava ao salão de baile.
Seu coração pulou dentro do peito e por um instante sentiu que o ar lhe faltava. Ele estava lindo, mais do que se conseguia lembrar. Havia se tornado um homem de ombros largos e pernas musculosas. Encontrava-se parado, observando friamente a massa de pessoas abaixo. Seu olhar denotava confiança e até mesmo certa arrogância. Os espessos cabelos negros caindo descuidada-mente no rosto, os olhos tão negros quanto os cabelos, emoldurados por sobrancelhas igualmente negras e espessas.
Ele não se parecia nada com os outros homens. Nem mesmo o sobretudo preto e a camisa muito branca conseguiam camuflar a aura indomável que o cercava.
Onde quer que Nicholas chegasse, pensou Juliana, seria sempre o centro das atenções. Imaginou se ele tinha consciência desse fato.
Talvez já estivesse acostumado com isso. Sempre fora discriminado. Perigoso, era como o chamavam. E perverso. Juliana suspeitava de que os mesmos adjetivos ainda lhe fossem adequados.
De súbito, Juliana percebeu que o estava encarando e desviou rapidamente o olhar. O que faria? Engoliu em seco, torcendo as mãos sem parar.
Lembrava-se da última vez em que o vira — as feições do rosto másculo captando a luz do luar. Os olhos como dois profundos lagos negros. Ele tinha apenas 16 anos naquela época, mas já possuía músculos que denunciavam o homem poderoso que viria a se tornar. Os cabelos, mais longos, desgrenhados pela ação do vento e de seus dedos impacientes. As feições já eram fortes e denotavam certa prudência, reflexo de seu passado.


Série Amores Ousados
1 - Conquista
2 - Relação Perigosa
Série Concluída

2 de março de 2011

Conquistada pelo Amor







Para reviver o êxtase de seu primeiro beijo, Theola aceitaria qualquer sacrifício...

Theola assistia os oficiais austríacos entrarem no vale.
Somente algumas semanas atrás, ela estava na Inglaterra, aniquilada e infeliz, enfrentando uma vida de escravidão.

Agora estava casada, apenas no nome, com Alexius, um belo revolucionário, que lutava pela liberdade de seu país.


Theola sabia que qualquer perigo valeria a pena se ela pudesse novamente vibrar com as sensações despertadas por cada beijo dele....

Capítulo Um

1873

"Cheguei! Cheguei!", pensava Theola, con­tendo-se a custo para não gritar aquilo bem alto, pois parecia-lhe impossível, mesmo depois de te­rem deixado a Inglaterra, que ela pudesse che­gar à Kavonia.
O navio que os trouxera de Marselha estava agora firmemente ancorado, e podia ver-se no cais um grande número de dignatários imponen­tes esperando para recepcionar Catherine.
Para Theola era como um milagre lhe ter sido permitido viajar com seu tio, o Duque de Wellesbourne, e sua prima, Lady Catherine Bourne, numa viagem cujo fim era fazer de Catherine a rainha da Kavonia.
Theola sabia perfeitamente que não fora in­cluída no grupo por seus parentes lhe devotarem afeição, mas simplesmente porque acontecera não terem encontrado ninguém mais apresentável para desempenhar o papel de açafata de Catherine.
Os pais das primas mais ou menos de sua idade, que poderiam considerar uma honra o oferecimento para as filhas ocuparem tal
posi­ção, tinham declinado do convite, declarando ao duque que nunca se arriscariam a mandá-las para um país tão distante, quando havia tanta agitação na Europa.
— Medrosos idiotas! — resmungara o duque enquanto abria uma carta atrás da outra, à mesa do café matinal.
Cada resposta aos seus convites trazia a mesma desculpa: não consideravam a Kavonia como um lugar bastante seguro ou agradável para moças passarem lá dois ou três anos de suas vidas mal começadas.
— Espero sinceramente que seja um país sossegado — dissera a duquesa da outra extre­midade da mesa.
— Naturalmente que é! — afirmara o duque. — Sabe muito bem, Adelaide, que Kavonia, como Montenegro, foi durante muitos anos um Estado independente, e agora que a situação na Grécia
acalmou-se com o Rei George, não há motivos de apreensão quanto ao reinado de Ferdinand, pois afinal de contas ele tem reinado es­ses últimos doze anos sem qualquer problema.
A duquesa silenciara e Catherine exclamara com um arzinho petulante:
— Não quero afrontar nenhum perigo, papai!

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Casamento de Conveniência

Quando o conde de Rule pede a mão de Elizabeth Winwood, não sabe o problema que causará à bela jovem. 

Ela está comprometida com o admirável mas pobre tenente Heron. O final infeliz para essa história só pode ser impedido pela impetuosidade da irmã mais nova de Elizabeth, Horatia, que se oferece para casar com lorde Rule. Numa revolução literária para a época, o casamento aqui não é visto como o final feliz para a história, mas como seu ponto de partida, o mote a partir do qual a trama se desenvolve. Sexo e amor ocupam espaços próprios na literatura. E sexo não necessariamente significando trégua entre os amantes. 

Capítulo Um 

Como Lady Winwood não estava em casa, a visitante matutina perguntou, com certa ansiedade, pela Srta. Winwood, ou, de fato, por qualquer uma das jovens. Em face dos comentários que lhe che­garam aos ouvidos, seria por demais exasperador se nenhuma das mulheres Winwood a recebesse. O porteiro, porém, manteve a por­ta aberta e disse que a Srta. Winwood estava em casa. Instruindo o cocheiro de sua carruagem extremamente elegan­te a esperá-la, a Sra. Maulfrey adentrou o saguão 
escuro e disse lepidamente:
— Onde está a Srta. Winwood?
o precisa se dar o trabalho de me anunciar. Todas as jovens, ao que parecia, estavam na saleta. A Sra. Maulfrey balançou a cabeça em sinal de agradecimento e atraves­sou o hall, que ressoou o bater de seus saltos altos no piso. Ao subir a escada, suas saias de tafetá, modeladas sobre uma grande arma­ção, roçaram nos corrimãos dos dois lados. Pensou, e não pela pri­meira vez, que a escada era estreita demais e que o tapete estava definitivamente surrado. De sua parte, sentiria vergonha de móveis tão antiquados. Todavia, apesar de alegar ser prima delas, admitia, para si mesma, que não era uma Winwood de Winwood. A saleta, como o porteiro chamava a sala de estar nos fundos, reservada às meninas, ficava em cima, a dois lances de escada, e era bem conhecida da Sra. Maulfrey. Ela bateu com sua mão enluvada em uma das portas e entrou enquanto a batida ainda ecoava. As três senhoritas Winwood estavam reunidas ao lado da jane­la, formando um quadro natural e encantador. Sobre um sofá de cetim amarelo desbotado, estavam a Srta. Winwood e a Srta. Charlotte, os braços das duas entrelaçados ao redor da cintura uma da outra. Eram muito parecidas, mas a Srta. Winwood era conside­rada a mais bonita. Seu perfil clássico estava de frente para a porta, mas com a entrada ruidosa da Sra. Maulfrey, ela virou-se e apresen­tou à visita dois olhos de um azul suave e uma boca arqueada, gra­ciosa, que, no momento, formou um "O" de surpresa. Cachos louros penteados, não empoados e presos com uma fita azul emol­duravam seu rosto, caindo sobre os ombros em várias mechas ordenadas. Comparada à Bela da Família, a Srta. Charlotte não era favo­recida, mas nem por isso deixava de ser uma Winwood autêntica, com o famoso nariz reto e os mesmos olhos azuis. Os cachos de seu cabelo, não tão louros quanto os de sua irmã, existiam graças a fer­ros quentes, seus olhos eram de um azul menos profundo e sua tez tendia ao pálido. Mas era considerada uma moça muito bonita. A Srta. Horatia, a mais nova das três, não tinha nada que decla­rasse a sua linhagem, exceto o nariz. Seu cabelo era escuro, seus olhos, de um cinza profundo, e suas sobrancelhas, praticamente negras e espessas, eram retas, conferindo-lhe uma expressão séria, quase carrancuda. Nem todo o esforço do mundo conseguiria arqueá-las. Meia cabeça mais baixa do que suas irmãs, tinha, la­mentável e forçosamente, de admitir que, já tendo completado 17 anos, a probabilidade maior era a de que não crescesse mais.

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