27 de janeiro de 2011

Nobre de Coração

Série Herdeiras Americanas
James vê em Sophia, uma rica herdeira americana, uma saída para a situação de seu título. Sem contar o enorme desejo por ela.
Sophia procura mais que um título, quer amor e paixão. Mas, ao envolver-se com James, envolve-se também em segredos e mistérios e tem que enfrentar animosidade e orgulho. Mas suas armas são a inteligência, a franqueza e a bondade. Seu desejo é fazer da família de James uma verdadeira família da qual faça parte.
E neste processo mostra-se o que é a verdadeira nobreza.

Nota da revisora Edith:
De início achei que o livro não tinha muito futuro. Mas a mocinha me surpreendeu. Primeiro ela se impõe à mãe do mocinho. Depois ao próprio mocinho. Este a fere muito mostrando seu lado frio, indiferente e calculista. Na realidade, ele teme levar-se pelos sentimentos e repetir a crueldade de seu pai e de seu avô. A mocinha, em lugar de reagir com frustração e raiva ou fugindo, enfrenta-o e acaba se impondo. Claro, no final ele capitula e se entrega ao amor. Mas é claro que não para aí sua intervenção e ela o leva procurar resolver os problemas familiares.
Gostei de como acontece isso.

Capítulo Um

A Temporada de Londres de 1881
Sem poder fazer outra coisa a não ser suspirar resignada, Sophia Wilson compreendeu que, sem dar-se conta, não só se jogara do outro lado do oceano para Londres, mas também de uma frigideira com azeite fervendo para uma fogueira de chamas de grandes rugidos. Estava a ponto de entrar no Mercado do Casamento.
Entrou com sua mãe no abarrotado e elegante salão londrino revestido por tapeçarias de seda, ornamentado com ramalhetes de rosas atados com fitas e por outras inumeráveis quinquilharias inúteis, muito artisticamente dispostas, para fazer da ociosidade perfeita a única opção. Apertando com força seu leque na mão enluvada, preparou-se, terminado já o curso intensivo de um mês em etiqueta inglesa, para ser apresentada ao conde e à condessa de Nosecuantos, e com submissão pôs seu melhor sorriso no rosto.
Não foi tão terrível, não é? - disse-lhe em voz baixa sua mãe depois da apresentação, passeando a vista pelo salão com olhos avaliadores.
Sophia quase podia ouvir os pensamentos de sua mãe ao formular em sua cabeça a estratégia para essa noite: "Um conde aqui, um marquês ali...".
Então sentiu sobre ela o peso da responsabilidade como um imenso lustre de ferro pendurado por um só parafuso, pronto para cair a qualquer momento. Era uma herdeira americana, e estava em Londres para assegurar à sua família a aceitação na alta sociedade de seu país e, em últimos termos, mudar-lhes a vida para sempre. Estava ali para casar-se com um nobre inglês.
Ao menos isso foi o que prometeu a sua mãe quando a fuga se tornou a sua única esperança. Porque esse ano tinha recusado quatro propostas de casamento, excelentes na opinião de sua mãe, que não parava de repetir enquanto a pobre mulher começava a bater a cabeça contra a parede. O último cavalheiro recusado tinha sido nada menos que um Peabody, e, santo Deus, as bodas de uma Wilson com um Peabody teria sido um "êxito" sem igual. Teria assegurado um convite aos bailes do Patriarca. A senhora Astor, "a" senhora Astor, poderia inclusive ter feito uma visita aos burgueses Wilson, coisa que, logicamente, teria detestado tal matriarca da alta sociedade.
E todo esse desespero por um bom casamento se devia ao fato de que sua família era uma das muitas que procuravam introduzir-se na impenetrável sociedade nova-iorquina. "Arrivistas", chamavam-nas; os "novos ricos". Essas famílias sabiam o que eram, e todas queriam entrar nessa sociedade.
Abatida, Sophia contemplou a multidão de pessoas desconhecidas reunidas no salão, escutando distraidamente as calmas e reservadas risadas inglesas, se é que poderia chamar aquilo de risada. Suas irmãs certamente não as considerariam risadas.
Suspirando, disse para si mesma que era muito importante encontrar um homem ao qual pudesse amar, antes que acabasse a Temporada. Havia feito um trato com sua mãe para que a pobre mulher não voltasse a ficar doente. A única coisa com a qual conseguiu que sua mãe aceitasse sua recusa à proposta de Peabody, sem ter outro "ataque" que fizesse necessário chamar o médico, foi a promessa de conseguir um peixe mais gordo. E como os peixes mais gordos só se encontravam em Londres, peixes gordos com títulos e nada menos, ali estavam elas.
–Me permitam lhes apresentar a minha filha, a senhorita Sophia Wilson - disse sua mãe ao apresentá-la a um grupo de senhoras, cada uma com as filhas a seus lados.

Série Herdeiras Americanas
1 - Nobre de Coração
2 - Um Romance Indiscreto
3 - Meu Herói Particular
4 - Love According to Lily
5 - Portrait of a Lover
6 - Surrender to a Scoundrel

25 de janeiro de 2011

Difícil Conquista

Um romance inesperado...

Pleasance Dunstan está acostumada a suportar em silêncio as crueldades de sua família, mas nada a preparou para a maior de todas as indignidades: ser vendida como serviçal a um brutamontes como Tearlach O'Duine.
Os modos selvagens do homem são conhecidos na cidade inteira, e é óbvio que ele olha para Pleasance com intenções que vão bem além de um patrão para com uma criada.
Ele a quer em sua cama!
Pleasance poderia escapar desse terrível destino com uma única palavra, mas seu orgulho a impede de protestar.
Em vez disso, ela segue seu novo senhor até a região indômita onde ele vive, e acaba descobrindo um mundo totalmente desconhecido para ela: o mundo do desejo e da sedução!
Embora Tearlach a mantenha cativa, ele é o único homem que poderá libertar seu coração apaixonado e convencê-la de que nada poderá separá-los...

Capítulo Um

Worcester, colônia de Massachusetts, 1769.
— Não quero me casar com John Martin — Letitia se lamentou.
Pleasance observou a atitude infantil da irmã mais nova.
Desde ò momento que elas e os pais haviam se sentado à enor­me mesa do café da manhã, Letitia começara a se queixar.
No mesmo momento, Pleasance perdeu o apetite e não gostou do rumo da conversa.
Sempre que Letitia demonstrava desprazer, em geral era ela quem sofria as conseqüências.
De soslaio, fitou os pais. Thomas Dunstan, corado, não estava conseguindo esconder a raiva.
Ele desejava o casamen­to de Letitia com os abastados Martin para aumentar o próprio prestígio.
Sarah, sua mãe, dedilhava o fichu de renda em um indicativo de agitação. Sem dúvida, ela estivera elaborando secretamente um casamento pomposo.
Lawrence, irmão mais velho de Pleasance, estudava com o tutor, o que era providen­cial, pois o rapaz tinha a mesma verborragia do pai e já havia usado sua linguagem bombástica o suficiente à mesa.
Nathan, o irmão mais novo, não viera para o desjejum, decerto ocupado com os carregamentos ilícitos que trouxera para as colônias.
— John Martin é um rapaz excelente. — Thomas puxou o colete bordado sobre o abdômen antes de se servir de presunto defumado e ovos mexidos das finas travessas de estanho. — Ele tem residência, ofício e pertence a uma família proeminen­te da colônia. Os Martin são muito respeitados em Worcester.
— Isso não me interessa, papai. — O senhor prometeu que eu poderia escolher meu marido.
— E quem escolheria se não fosse John Martin?
— O escocês.
Pleasance sentiu uma dor aguda no peito e tentou se acalmar antes que alguém notasse que ela empalidecera.
A preferência de sua irmã não devia chocá-la, porém ela não queria acreditar que a irmã fosse tão cruel. O escocês, a quem a família não chamava pelo nome, fazia a corte a ela.
— O escocês? — Thomas berrou. — Ele é um homem sem cultura e não serve para você. Além de não ser de uma tradicio­nal família inglesa, é um simples caçador de peles.
— O senhor permitiu que ele cortejasse Pleasance. — Letitia ajeitou cuidadosamente os cachos loiros sobre o ombro direito.
— Pleasance é uma mulher madura que não se casou e não pode ser tão seletiva.
— Quanta bondade! — Pleasance engoliu a ironia com um gole de chá.
— Se minha irmã acha o escocês interessante, ele não pode ser tão desprezível, não?
Letitia fixou em Pleasance um olhar duro e frio.
— Por que não o chama pelo nome, se ele lhe interessa tanto? — Pleasance indagou.
— É um nome muito estranho.
— Se você o escutasse pronunciar, não teria dificulda­de. Tearlach O’Duine. Tearlach é o mesmo que Charles em gaélico.
— Então por que não o chamamos de Charles? — Letitia foi ríspida.
— Porque ele não é inglês, certo? — Pleasance respondeu com sarcasmo.
— Não seja tão atrevida com sua irmã, Pleasance — Thomas a advertiu antes de se dirigir à filha mais nova.
— Letitia, o escocês é rude, não tem instrução e, além disso, os comercian­tes de pele, ordinariamente, não são dignos de confiança.
— Não me importo, papai. Tentei gostar de John Martin para agradar ao senhor, mas não deu resultado. — O lábio infe­rior de Letitia tremeu, e ela encostou nos olhos o guardanapo de linho bordado. — Pelo bem de Pleasance, também tentei esquecê-lo, mas foi impossível.
Creio estar apaixonada pelo sr. O’Duine.


Amor Selvagem




A guerra acabara, mas a batalha apenas começava!

Sarah Parker tinha tentado escapar do passado numa cidadezinha de mineração.
Mas a esperança de redenção perdeu-se com a chegada de Donovan Cole, acompanhado de lembranças da guerra e de ódio profundo pela mulher que ela havia sido e desejava esquecer.
"O anjo de Miner's Gulch", era como todos a chamavam.
Anjo caído, Donovan jurava. Pois a "santa" miss Sarah havia sido uma mentirosa e insensível espiã ianque que sabia conquistar um homem e torná-lo seu... para sempre.


Capítulo Um

Miner's Gulch, Território do Colorado 19 de março de 1868

Donovan nunca havia se sentido tão incom­petente, embora não fosse homem de se esquivar de situações críticas.
Tinha enfrentado ataques ianques em Bull Run e Antietam, ficado doente e cavado sepulturas na prisão Union em Camp Douglas, Illinois.
E no último verão, como xerife de Kiowa County, Kansas, ele prendera os assassinos irmãos Slater apenas com a ajuda de um jovem e assustado subdelegado.
Mas o caso agora era diferente e, só ao pensar nele, ficava trêmulo de medo.
Jamais lhe passara pela cabeça a possibilidade de fazer um parto.
Atravessando a cabana atravancada, ele levantou a cortina que separava a cama de casal da irmã da cozinha.
— Como está se sentindo, Carol? — indagou tentando disfarçar a ansiedade da voz.
— Mais ou menos. Se Annie não chegar logo com a parteira...
As palavras foram interrompidas por nova contração e Donovan segurou as mãos da irmã.
Carol não gritaria, ele sabia. Seus dois filhos mais novos, Katy de seis anos e Samuel de quatro, sentavam-se ao lado do fogão e ela não queria assustá-los.
Quando o intervalo entre as contrações tinha diminuído, Donovan havia mandado Annie, a filha mais velha de oito anos, pela ravina abaixo em busca da parteira.
Mas isso fora mais de duas horas atrás e, nesse intervalo, começara a nevar.
Annie podia ter se abrigado em qualquer lugar, porém, ele não se atrevia a largar a irmã e ir procurá-la.
Donovan afagou as mãos de Carol e, silenciosamente, maldisse a neve e esse parto prematuro.
Maldisse ainda Charlie Sutton, o cunhado, e a sede de ouro que o trouxera a esse lugar miserável.
Nas maldições, incluiu ainda o desabamento da mina, cinco semanas atrás, que tinha deixado a irmã viúva com três filhos pequenos e o quarto a caminho.
Donovan recebera a notícia da morte de Charlie por uma carta.
Tinha pedido licença do emprego de xerife e vindo buscar a irmã e as crianças para morar em Kansas.
Mas só ao chegar em Miner's Gulch ficara sabendo que ela não podia viajar naquele estado.
Também tinha sido horrível descobrir as condições de pobreza em que ela e as crianças viviam.
A cabana isolada e de um cômodo só o havia revoltado.
Dez anos atrás, Carol era uma jovem linda, de olhos castanhos e vivos e cabelos vermelhos.
Levava uma vida confortável numa fazenda, mimada pelos escravos e cor­tejada pelos melhores partidos da Virgínia.
Vê-la naquela situação de pobreza extrema era insuportável.
A contração passou e Carol, exausta, apoiou a cabeça no travesseiro.
Estava tão branca quanto a fronha. Do­novan deixou-a e foi até a varandinha em frente da ca­bana.
Precisava ficar a sós por uns instantes para refletir.
A neve rodopiava escondendo os troncos dos álamos ao redor da cabana.
Mesmo firmando a vista, ele mal podia distinguir os picos das montanhas na luz do en­tardecer.
E se Annie houvesse se perdido ou caído num precipício? Uma onda de pânico o dominou. Com as mãos em volta da boca, gritou:
— Annie! Annie!

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23 de janeiro de 2011

A Noiva Rebelde

Série Highlands Brides

Sete anos depois de seu encontro com a formosa filha do latifundiário lorde Eldon, Tavis MacLagan, o herdeiro do clã escocês inimigo, volta a enfrentar esses olhos cor âmbar que já o cativaram no passado.

Diante dele se encontra Storm, uma mulher de caráter indomável que luta para escapar do escocês que pretende humilhá-la.
Tavis sabe o que fazer: capturá-la e pedir um vultoso resgate por ela, e embora tente não machucá-la, não hesitará em fazer valer seu direito como captor.
Enquanto os dias se convertem em semanas e o esperado pagamento não chega, o desejo do escocês se torna mais difícil de controlar.
A orgulhosa Storm, sabendo-se perdida, decidi abandonar-se ao prazer prometido pelo guerreiro de fortes braços e honrosa conduta que a conquistou, sucumbindo a uma paixão que os levará além de ódios longínquos e rixas ancestrais.

Nota da revisora Nadia Cortez: Apesar de ser um livro de Hannah achei sua narrativa um pouco diferente do usual, algo mais picante que o normal, com cenas bem hot.
No desenrolar natural do enredo fui surpreendida por uma situação que me fez questionar se gostei do fato que aconteceu, pela primeira vez estranhei o comportamento da protagonista.
No geral é um livro gostoso de acompanhar sem muitos altos e baixos, mas com personagens muito interessantes que desejamos acompanhá-los no futuro nas continuações.

Capítulo Um


Um vento fresco soprava sobre as ameias de Hagaleah, mordiscando as saias das mulheres que se reuniram ali para ver os homens partirem para a batalha.
Como tantas outras vezes no passado, cavalgavam ao encontro dos escoceses dos clãs MacBroth e MacLagan, inimigos ancestrais dos Eldon de Hagaleah e dos Foster de Fulaton.
O sol nascente refletia nas armaduras enquanto cruzavam os paramos* para fazer o que antes deles, desde tempo imemorial, faziam seus pais e os pais de seus pais.
A esposa de lorde Eldon suspirou, cheia de inveja, prognosticando uma longa e tediosa espera até que os homens voltassem.
Era a segunda esposa de lorde Eldon, uma jovem pertencente a uma renomada família de Sussex.
Lady Mary Eldon era bela, caprichosa e alheia, criou-se nas terras verdes e aprazíveis do sul, e entendia muito pouco do perpétuo estado de guerra da fronteira ou do perigo das incursões inimigas.
Para ela, a batalha era apenas um torneio: um acontecimento vistoso e emocionante.
—Quero assistir à batalha, Hilda. Não vejo razão para que fiquemos aqui encerradas.
Hilda olhou pasma para sua senhora.
—Não pode, minha senhora. Pense no perigo.
—Tolices. Há uma colina bem resguardada que se pode vê o lugar onde irá acontecer a batalha. Deu meia volta e entrou na torre de solenidade seguida por seu pequeno séquito, que tentava ansiosamente dissuadi-la para que abandonasse aquele plano temerário sem fazê-la zangar-se.
Os ataques de cólera de lady Eldon começavam a tornarem-se lendários.
Ela não gostava que a contrariassem de modo algum, como já tinham comprovado na própria carne numerosos servos do castelo.
E nenhum dos que seguiam a obstinada dama desejavam perder sua posição de privilégio.
Para consternação de todos, para a prima de lady Eldon, cujas bodas com o herdeiro de lorde Foster eram iminentes, também apreciava esta idéia.
Em total inconsciência, as duas jovens pretendiam transformar a batalha em um almoço campestre.
Mary ordenou que preparassem comida e até deu ordens às babas de que levassem as crianças, seis no total, incluíndo os dois que lorde Eldon tinha tido com sua primeira esposa.
A esperança de que os poucos homens que ficaram detivessem lady Eldon se apagou imediatamente quando os servos correram para preparar o coche e abrir as portas.
Logo um séquito considerável se pôs rumo à colina onde se divisava o campo de batalha.
Só as criadas mais idosas e a filha mais velha de lorde Eldon não os acompanharam.
As crianças e todas as mulheres, desde a senhora do castelo até as criadas, começaram a comportar-se como se fossem a uma excursão ou à feira.
O pequeno Robin Foster, um menino de oito anos, robusto e de cachos loiros, puxou a trança de Storm e pensou novamente que o cabelo dela tinha uma cor muito estranha, como a da calêndula, de um vermelho alaranjado.
—Por que temos que ficar aqui? Storm, não podemos nos sentar com as damas? Storm olhou o menino da altura que lhe conferiam os dois anos que tinha de diferença.
Seus olhos ambarinos tinham uma expressão desdenhosa.
—Não. Aqui estamos mais seguros. Podemos nos esconder na mata espessa, se for necessário.
—É um absurdo que minha madrasta tenha feito isto. Deveríamos ficar resguardados no castelo, não nos colocando ao alcance dos escoceses.


Série Highlands Brides
1 - A Noiva Rebelde
2 - Casamento Nas Terras Altas
3 - A Rebelde
Série Concluída

20 de janeiro de 2011

A Noiva de MacGregor




Muito além da paixão!

Nem mesmo a própria noiva se reconheceria naquela mulher que se encontrava ali, nua como viera ao mundo, fazendo votos núpicais a um homem irresistivelmente charmoso a quem ela mal conhecia!

O casamento com Bruce MacGregor era a única maneira de Lydia Masters se livrar da cobrança das dívidas deixadas por seu primeiro marido.

Mas até mesmo uma viúva tímida e recatada tem seus limites, e quando Bruce resolveu descobrir até que ponto aquela fachada séria e reservada escondia uma natureza apaixonada, Lydia se sentiu completamente perdida...
Poupar Lydia de dívidas não foi o único motivo que levou Bruce a se casar com ela.
Aquela jovem viúva era uma tentação, embora sua beleza se equiparasse à teimosia...
Mas Bruce não sobrevivera a batalhas sangrentas para ser dominado por uma mulher, muito menos uma lorinha miúda e delicada.
Ele não estava, no entanto, preparado para o forte sentimento que Lydia lhe despertaria, nem para as perigosas aventuras que os separariam, nem para as inimagináveis proezas de que aquela mulher seria capaz para provar a glória de seu amor...

Capítulo Um

Nova Londres, Connecticut 6 de setembro de 1813

O capitão Bruce MacGregor fez um sinal para que todos no convés silenciassem.
Uma palavra ou o estalar de uma tábua, e o jogo teria fim.
Não pensara em encontrar duas fra­gatas britânicas assim tão perto do litoral.
Calma, agora.O tempo pairou em suspenso conforme o Lady Angélica passava pelos navios inimigos em meio à ne­blina espessa.
Com munição reduzida, a nau de MacGregor não tinha condições de enfrentar uma nova escaramuça.
Seus homens estavam cansados até os ossos, e o porão, apinhado de prisioneiros que precisavam levar ao Forte Trumbull.
Bruce sondou a névoa cerrada.
Mais quatrocentas jardas, e estariam livres dos bancos de areia a leste do rio.Era bom conhecer aquelas águas como a palma da mão.
O faroleiro acendera as luzes para confundir os navios de guerra britânicos que espreitavam ao largo da costa.
Ao entrarem pela foz do rio, ele avistou, da amurada, os fa­miliares marcos de terra na orla de Nova Londres.
— Arriar velas!
Ao adentrar o porto, o Lady Angélica seguiu para o cais abaixo do Forte Trumbull, e trinta e sete prisioneiros man­tidos na galé foram levados para cima.
Só depois que os confiou ao coronel Rathbun dentro do forte, Bruce voltou a bordo, deu ordem para zarparem, e o Lady Angélica rumou rio acima até o cais do Velho Paddy.
Assim que o Lady Angélica atracou, Bruce desceu correndo a prancha para cumprimentar seu bom amigo e dono de ar­mazém, Robert Harris, na doca.
Harris podia ser um demônio irritante de se tratar, mas Bruce nunca tivera um amigo mais devotado; uma rocha firme nos bons e nos maus tempos.
Bruce enfiou o conhecimento de carga no nariz de Harris.
— Dê uma olhada! Os melhores chás, especiarias, coran­tes, cafés...
— Nada mal. — Com apenas um olhar de relance para o inventário, Harris rabiscou a assinatura no maço de docu­mentos para acusar o recebimento. — A primeira coisa que farei amanhã é mandar você descarregar.
Bruce ficou boquiaberto.
— Espere! Você nem verificou minhas contas nem andou pelo porão — ele protestou.
— E preciso fazer isso? — Harris empurrou o rol de volta para Bruce e começou a seguir de volta ao armazém. — Eu confio em você.
Bruce entregou a lista ao imediato e saiu atrás de Harris.
Algo estava errado. Normalmente, Harris discutia até o úl­timo centavo.
— Robbie, você nunca viu nada mais fino! Essa carga vai dar um lucro líquido de uns setenta mil.
— Graças a Deus por isso. — Harris suspirou, mostrando sinais de que se animara um pouco.
Bruce bateu no ombro do amigo.
— Deixe-me pagar um café, Robbie. Assim, você pode me deixar em dia com as últimas novidades.
Atravessaram a rua para a taverna do Velho Paddy. De­pois de fazerem os pedidos, Harris caiu naquele silêncio me­lancólico outra vez.
— Robbie, o que está acontecendo? Nunca vi você con­cordar tão prontamente com meus termos.
Sua mulher e as crianças não estão bem? — MacGregor perguntou, com aque­le forte sotaque escocês.
— Minha família está ótima. É que recebi más notícias esta manhã.
O navio que eu tinha com o capitão Masters nau­fragou numa tempestade ao largo das Carolinas.— Harris parecia inconsolável.
— Eu devia ter imaginado.
Pela cara comprida, você só podia ter sido atingido no bolso.
Harris encarou o jovem amigo.
Forte, bronzeado de sol, alto e musculoso, Bruce MacGregor combinava a compleição po­derosa do pai escocês com a pele morena e os olhos castanhos da mãe portuguesa.
Os cabelos pretos, compridos e despenteados pelo vento mostravam os primeiros fios grisalhos nas têmporas, embora, ele não tivesse ainda vinte e nove anos. Com quase dois metros de altura, Bruce era um líder nato.
Era conhecido como um patrão exigente, mas justo.
A vida dura no mar não permitia erros, e Bruce raramente os cometia.
Seus homens confiavam nele implicitamente, pois ele os fizera sobreviver a muitos enfrentamentos contra os mercantes e navios de guerra britânicos.
Sim, Robbie Harris pensou se havia alguém que enten­deria seu apuro, seria Bruce.

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O Sedutor

Série Amantes Indomáveis
A jovem Diane Albert viveu virtualmente toda sua vida encerrada em um internato para senhoritas.
Despojada de toda família, da qual tinha poucas lembranças, a única visita que recebia anualmente é a de seu tutor Daniel Saint John.

Depois de seu último encontro, Saint John decide tirar a jovem do internato e levá-la para sua casa, e para evitar falatórios, faz com que a moça passe por sua prima.
Diane será transformada por seu tutor em uma jovem e atrativa dama da alta sociedade, embora ignore que tudo faça parte de um perverso plano esboçado por seu protetor como vingança de um passado escuro.
Entretanto, o calculador Daniel não considerou a possibilidade que a beleza e personalidade de Diane fossem capazes de derreter seu frio coração.
E, por sua má cabeça, agora está envolto em uma espiral de desespero causada pelos ciúmes.

Revisora Auxiliadora:Uma trama intrigante em que fiquei quase todo o livro pra descobrir qual o motivo da vingança que movia o Daniel contra todos aqueles homens. E o que a Diane tinha a ver com eles, o porquê de Daniel a querer mas não poder cair matando na mulher. Segredos, segredos e muito desejo, oculto é claro, uma incompreensão desse desejo afinal mocinha que se preza criada em orfanato não sabe o que é aquela sensação...

Capítulo Um

1818
O Diabo tinha chegado.
Madame Leblanc havia ameaçado de buscá-lo e, pelo visto, tinha feito.
Diane observou como a carruagem reduziu a velocidade e parou ante a entrada do internato.
Verde e dourado, com abundante ornamentação, puxada por quatro corcéis brancos. Era uma carruagem digna de um príncipe.
O homem nem sempre aparecia com tanto estilo. Algumas vezes chegou a cavalo, e em certa ocasião a pé.
Houve um ano em que nem sequer fez sua costumeira visita.
Madame Leblanc esteve então a ponto de enviar Diane ao orfanato dominicano para pobres, mas uma mulher apareceu bem a tempo e pagou sua manutenção por uma longa temporada.
O estomago de Diane fez um nó. O tutor acostumado a fazer uma única visita anual e por obrigação não sentiria nenhum prazer em ser chamado por causa de um desastre.
O valente plano que tinha esboçado de repente pareceu impossível. Enfrentada com o inevitável, chegou à conclusão de que o destino proporcionava um futuro que parecia ser incapaz de enfrentar por si só.Enquanto contemplava a carruagem, sua frágil coragem a abandonou.
O santuário do internato poderia resultar solitário e pequeno, mas era seguro.
A busca que a convocava poderia esperar.Possivelmente com o tempo poderia inclusive ser ignorada.
O Diabo desceu da carruagem, resplandecente em uma capa azul meia-noite e com botas altas. O vento soprou através de seu cabelo escuro.Não levava chapéu.
Nunca usava chapéu. Nem sempre tinha aquele aspecto de tanta opulência.
Ela recordava vagamente anos no qual aparecia com um estilo quase rústico. Houve uma época, fazia muitos anos, em que ela acreditava que ele estava doente.
Rico ou pobre, seus encontros seguiram sempre o mesmo curso. Ele jogava um breve olhar e fazia suas perguntas.
Estão tratando bem você? Tem alguma queixa? Está aprendendo bem suas lições escolares? Quantos anos têm agora?
Não importavam as respostas. Ela sempre dizia o que ele queria ouvir.
Salvo em uma ocasião. Açoitada por uma transgressão que não havia cometido e a humilhação seguia muito viva no momento de sua visita.
Impulsivamente, queixou-se a ele.
Incrivelmente após nunca mais recebeu açoites.
Antes de partir, para grande frustração de madame Leblanc, ele tinha proibido.
Ela não poderia ser castigada fisicamente sem seu consentimento.
Era por isso que hoje o tinham chamado.


Série Amantes Indomáveis
1 - O Sedutor
2 - O Santo
3 - O Encantador
4 - O Pecador
5 - O Romântico

Uma Promessa Honrada




Lorde Adam Calthorpe fora precipitado ao prometer cuidar da irmã de um amigo morto na batalha de Waterloo.

A senhorita Katharine Payne, além de ser implicante e mal-humorada, tinha prazer em desdenhar dos cuidados de Adam.
Por isso, ele duvidava que uma mulher tão teimosa pudesse, algum dia, encontrar um marido.
Até que um homem inescrupuloso começa a importunar Katharine.
E Adam percebe que o cumprimento da promessa implica, na verdade, tornar-se o marido de uma senhorita bastante mimada...


Capítulo Um

Junho, 1815
Adam Calthorpe, parado à porta do salão de baile da duquesa de Richmond, observava a cena.
A duquesa não poupara esforços para fazer com que este baile fosse um dos mais importantes eventos da estação e parecera ter su­cesso, apesar da considerável competição.
Desde que o Duque de Wellington, comandante-chefe das forças alia­das, fizera da capital belga sua base, pessoas do mundo inteiro em busca de diversão juntavam-se para aproveitar a glamourosa vida social, e, por semanas, Bruxelas estava sendo palco de um turbilhão de festas, concertos, apresen­tações de dança, piqueniques, desfiles de cavalaria e ou­tros tipos de diversão.
Com um esforço, ele deixou de lado todos os pensa­mentos nas notícias preocupantes que vinham da fronteira francesa.
Teria tempo para isto mais tarde. Estavam em Bruxelas para espalhar confiança, para tranqüilizar.
Olhou para o salão e sorriu. Tudo parecia normal no salão da duquesa.
Tom Payne estava dando seus passos de dan­ça com mais entusiasmo do que graça, Ivo Trenchard in­clinava em direção à linda esposa de um diplomata belga, como se ela fosse a única mulher no mundo para ele.
No entanto, pensou Adam cinicamente, apenas por meia hora.
Todos estavam a trabalho — distribuídos para rep­resentar os funcionários do duque — todos vestiam uni­formes.
A noite estava muito quente. Adam sentia-se um tanto desconfortável em sua gravata alta, seu cordão escarlate e dourado, o rosto de Tom brilhava por causa de seu empenho, mas Ivo estava frio e controlado como nun­ca em seu magnífico uniforme de hussardo.
Ainda assim, esta roupa adornada de pele devia ser insuportavelmente quente.
Mesmo quando Adam olhou, Ivo ofereceu seu braço para a dama e ambos caminharam em direção às grandes portas e saíram para o jardim...
— Lorde Calthorpe!
Adam virou-se. Uma senhora mais velha coberta de diamantes segurou seu braço ansiosamente. Adam pegou a mão, que parecia uma garra, e beijou-a. Conforme levantava o corpo, sorriu com tranqüilidade.
— Como posso ajudá-la, Condessa Karnska?
— O duque. Ele não está aqui?
— Ainda não, condessa. Mas a senhora sabe que sua alteza adora dançar. Ele estará presente.
— Mas por que ele está atrasado? É verdade o que es­tão dizendo? Que Bonaparte cruzou as fronteiras da Bél­gica? O duque sabe disso? Devemos deixar Bruxelas en­quanto podemos?

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19 de janeiro de 2011

Desejos Ardentes


Ela não podia estar apaixonada por Daniel. Não podia e não queria!

Que pensamentos absurdos eram aqueles? O que acontecera para imaginar-se gastando o dinheiro que estava aplicado, como se ela e Daniel pudessem ter um futuro juntos?

Aonde fora parar o propósito de nunca mais ficar sob o controle de alguém? Ganhar sua independência era tudo o que importava, tudo o que desejava.
Ficaria com Daniel até o dia em que completasse vinte e um anos, como tinha sido combinado.
Depois dessa data iria para St. Louis e Daniel seguiria... Um nó obstruiu-lhe a garganta, lágrimas nublaram-lhe os olhos.
Ela piscou algumas vezes e engoliu com dificuldade, determinada a parar de comportar-se como uma adolescente apaixonada.
Apaixonada? Com um súbito estremecimento levou a mão à boca para sufocar um gemido. Não podia estar apaixonada por Daniel.
Era, sim, muito grata a ele por ter concordado em ajudá-la e por estar sendo tão bondoso.
Não negava que o achava muito atraente.
Também admitia que o beijo impulsivo que lhe dera a deixara nas nuvens.
Mas, certamente, não podia considerar tais sentimentos indícios de que estava apaixonada. Imagine! Eles mal se conheciam.
Nada tinham em comum. Pertenciam a mundos diferentes.
Tinham estilo de vida completamente diverso. Portanto, não havia entre eles base nenhuma para um relacionamento duradouro.

Austin, Texas, Verão de 1886.

— Psiu!
O sargento Daniel Cahill, patrulheiro do Texas, parou de repente ao entrar na alameda, os sentidos alerta.
— Psiu! — O som desta vez foi mais persistente.
Daniel virou-se, estreitou os olhos e examinou as sombras da alameda. Percebeu um leve movimento e fixou mais o olhar.
As sombras se movimentaram, revelando, por fim, uma figura humana.
— Eu... gostaria... de falar com você. — A voz era de mulher.
Tenso, Daniel estreitou ainda mais os olhos. Como patrulheiro nunca baixava a guarda.
Sabia que uma situação, de repente, po­deria tornar-se perigosa.
Ele não seria o primeiro homem a entrar numa alameda sombreada pelas árvores, traído por uma voz fe­minina, para então ser atacado e roubado por um cúmplice da mulher escondida nas sombras.
Instintivamente, segurou a coronha do revólver Colt e observou a mulher que caminhava na sua direção, recebendo no rosto o sol dourado da manhã.
Ela parou, deixou cair no chão a mala que carregava, e fixou em Daniel os grandes olhos azuis, deixando-o sem fôlego.
Eram os mais lindos olhos que já vira, de incrível tom lavanda, cercados de cílios espessos e escuros. Daniel desviou a atenção daqueles olhos hipnóticos, respirou com algum esforço e observou o rosto pálido, oval, com maçãs salientes, o nariz levemente arrebitado e os lábios cheios.
Continuando o exame, notou os cabelos loiros e sedosos presos no alto da cabeça. Apenas um cacho caía do lado do pescoço.
Surpreendeu-o um forte desejo de tocar aqueles fios encaracolados. Controlou-se, tentou falar, mas as cordas vocais não cooperaram.
Daniel não era muito experiente com mulheres. Tinha raros encontros com prostitutas e estas nunca o deixavam daquele jeito, incapaz de articular uma palavra. Engoliu em seco, umedeceu os lábios com a língua e, finalmente, conseguiu emitir um som mais parecido com um grasnido.
— Fale.
A jovem limpou a garganta.
— Meu nome é Joana Wyatt—apresentou-se. — Senhor, quero lhe fazer uma proposta.
— É mesmo? — Daniel arqueou as sobrancelhas. — Que proposta é essa, srta. Wyatt?— Eu... — Joana baixou os olhos e enrubesceu. — Eu... preciso de um homem...
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A Princesa Raptada

Trilogia Princesas Perdidas

Era uma vez uma princesa, que desapareceu sem deixar rastros... Até o dia em que um príncipe a encontrou e a trouxe de volta...

Prometidos um ao outro desde o nascimento, Sorcha e Rainger estava destinados a governar seus países juntos.
Mas a revolução mandou Sorcha para um longínquo convento escocês... e Rainger para um calabouço tão profundo que corriam boatos de que ele estava morto.
Agora, com a ameaça de perigo, Sorcha precisa viajar para casa acompanhada de um simples pescador... o príncipe Rainger disfarçada.
Transformado pelo cárcere de rapaz despreocupado em homem perigoso, ele está decidido a reconquistar seu reino... e a mulher a quem deseja mais que a própria vida.
Mas como proteger uma mulher que confia em todo mundo, que acha que cada taverna é uma oportunidade para cantar músicas despudoradas, e que cada curva na estrada lhe reserva uma nova aventura? Para manter sua princesa a salvo, Rainger precisa recorrer à sua arma mais traiçoeira: a sedução.

Capítulo Um

Numa ilha ao largo da costa noroeste da Escócia 1810
Sorcha não sabia realmente o que estava observando; olhara para aquela mesma paisagem o verão inteiro. Vira a lua cheia no fim de outubro e depois, quinze dias mais tarde, observara a chegada do Sr. MacLaren ao porto onde, duas vezes por ano, ele acostava, vindo de terra firme para descarregar os suprimentos de carne, vinho e tecidos. Também avistara as nuvens da primeira tempestade de inverno como um gigante faminto, avançando do mar, tor­nando as águas verdes e bravias.
Tudo aquilo nada mais era que o ciclo normal de vida na ilha.
Agora, ela caminhava ao longo da praia rochosa, sal­picada de madeira flutuante lançada pela tempestade. As ondas ainda quebravam na praia, e as nuvens corriam contra o azul do céu. O vento assobiava em seus ouvidos e enroscava-se em suas roupas. Seus cabelos ruivos escapa­ram do lenço, voando em torno da face, e ela os soprou da boca, desgostosa. Deveria voltar, mas o convento precisava de lenha e, além disso, ela se sentia tão agitada e inquieta como o ar.
Percorreu a extensão da praia e recolheu alguns ga­lhos num pedaço de pano rasgado. Então parou imóvel.
Se olhasse numa direção, via apenas a linha fina do hori­zonte, onde o oceano encontrava o céu, mas se olhasse na outra direção, via terra firme, a Escócia, um calombo marrom-esverdeado. Fazia sete anos que não punha os pés no continente e, no entanto, não conseguia afastar a sensação de que algo precisava ser feito.
Seu pai estava morto. Morrera em batalha, reconquis­tando seu reino dos revolucionários.
De acordo com o jornal que o Sr. MacLaren trouxe­ra, sua avó assumira a responsabilidade pelo governo de Beaumontagne, e exercia a função com sabedoria.
Conseqüentemente, os súditos de confiança da avó deve­riam ter aparecido para exigir o retorno da princesa herdei­ra. Então, onde estava Godfrey? Por que o enorme mensa­geiro careca e musculoso ainda não chegara?
Nos dez anos de seu exílio na Inglaterra, Sorcha vira Godfrey apenas uma vez, quando ele chegara no meio da noite para retirá-la da casa dos súditos leais de Beaumontagne ali exilados que tinham lhe dado abrigo. Em sua apressada e aflitiva jornada para o Norte, ele a avisara de que a guerra ia mal e que assassinos a procura­vam para liquidá-la. Insistira para que ela ficasse na aba­dia até que ele viesse lhe dizer que era seguro voltar.
Godfrey estava morto? Era essa a razão pela qual não viera à sua procura? Ela deveria assumir o problema com as próprias mãos e retornar a Beaumontagne?
Conforme olhava para o mar encapelado, Sorcha estre­meceu de medo.
Sua avó lhe dera a melhor educação, porém nunca fora capaz de lhe ensinar coragem.


Trilogia Princesas Perdidas
1 - Uma Noite Encantada
2 - A Princesa Descalça
3 - A Princesa Raptada
Trilogia Concluída

17 de janeiro de 2011

A Arte de Amar




Ao chegar à América para começar uma nova vida, lady Roberta se viu prestes
a realizar seu grande sonho: encontrar o verdadeiro amor!

Roberta pensou que sua aventura houvesse terminado quando ela deixou a Argélia para começar uma nova vida na Califórnia.



Porém, ao chegar à América, viu-se envolvida com um pastor avarento, um pintor sem dinheiro e um excêntrico milionário, além de um órfão e de um cão fiel.
A razão sempre liderara as decisões de seu coração, por isso ela decidiu fugir, depois de conhecer seu grande amor, Adam, e de posar para que ele a retratasse em um quadro.
Não queria que ele sacrificasse sua dedicação à arte por causa dela.
Mas como conseguiria viver longe dos beijos ardentes daquele irresistível cavalheiro de espírito livre?

Capítulo Um
América do Norte1885
O conde de Wentworth estava morrendo. Dentro da tenda, o calor era intolerável.
O fato de a mesma haver sido confeccionada com um material utilizado pelos beduínos não estava ajudando em nada.
Embora as laterais estivessem abertas, não havia o menor sinal de uma brisa que pudesse refrescar o lugar. As folhas das palmeiras que ladeavam o oásis eram a maior prova disso, pois permaneciam estáticas.
Roberta mergulhou um pedaço de pano na água de uma tina, que estava quase tão morna quanto o próprio ar que os cercava, e então umedeceu a testa de seu pai, que estivera inconsciente e delirante por horas a fio.
Mas, naquele instante, o conde abriu os olhos.
— Quer beber um pouco de água, papai? — pergun­tou ela.
Ele pareceu hesitar, como se não estivesse com­preendendo o que acontecia a sua volta. Então aceitou, balançando a cabeça afirmativamente, de modo bas­tante lento e sutil.
Desenterrando o pote de barro que reservara antes, Roberta deu graças a Deus por haver pensado em deixar um pouco de água ali, para que ficasse mais fresca.
Levando o recipiente aos lábios dele, ajudou-o a sorver um pouco do líquido, enquanto admirava-lhe os traços.
Mesmo pálido e abatido, o conde continuava sendo um homem muito atraente, e ainda bastante jovem, já que fora pai muito cedo.
Não era de admirar que as mulheres se apaixonassem por ele com tanta freqüência.
A água fresca pareceu animá-lo um pouco. Ao ter a cabeça recostada outra vez sobre o travesseiro, o conde murmurou:
— Sinto muito, filha querida...
— Pelo que, papai? Não se culpe por haver adoecido.
Isso está além de seu controle.
— Estou morrendo, minha menina, como você bem sabe. E em um lugar bem pouco conveniente.
— Não fale assim! Sabe que não posso perdê-lo. O que faria sem você?
Ele suspirou profundamente, como se estivesse ten­tando reunir forças.
— Ouça-me com atenção, pois tenho pouco tempo.
Quando eu partir para o além, enterre meu corpo aqui mesmo, nas areias quentes do deserto, perto de Francine.
Roberta pensou em protestar, mas concluiu que não seria justo interrompê-lo, principalmente diante do es­forço sobre-humano que estava presenciando. Ficando em silêncio, ouviu-o prosseguir:
— Hassam irá levá-la em segurança para Argel. Diga aos homens da caravana que só poderá pagá-los depois de alcançarem tal destino. Isso garantirá que não lhe causarão problemas.
— Farei como diz, meu pai.
— Muito bem — falou o conde, fechando os olhos por um momento, antes de continuar: — Mas estive pensando em como será problemático se você tiver de voltar para a casa dos Worth.
— Sim, será. Esse é um ótimo motivo para incen­tivá-lo a ficar comigo. Não desista de lutar, por favor. Sabe que a família toda ficará contra mim se eu re­tornar, principalmente se estiver sozinha. Por isso, nem fale em morrer.— Oh, minha filha...
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16 de janeiro de 2011

O Escândalo lhe cai bem



O amor é mais doce quando é inesperado...

Nell Anslowe e Julian Weston, o conde de Wyndham, são um casal improvável em todos os aspectos.
Ferida em uma queda de cavalo há dez anos, Nell foi abandonada pelo noivo e ficou com uma perna defeituosa e a convicção de que nunca se casaria.
Depois de um casamento infeliz, Julian toma a resolução de permanecer solteiro pelo resto da vida.
Mas quando sai em busca de sua irmã e é surpreendido por uma tempestade de verão, ele procura abrigo em uma cabana e a encontra ocupada por Nell, que está fugindo de um caça-dotes.
Ao serem descobertos sozinhos na cabana pela família de Nell, um casamento precipitado é a única maneira de salvar Nell de um escândalo.
Contudo, a união civilizada que ambos esperavam logo se transforma em algo bem mais poderoso e arrebatador...


Capítulo Um

O pesadelo surgiu das profundezas de seu sono sem sonhos.
Em um segundo Nell estava mergulhada num sono tranqüilo, e em outro estava presa naquele pesadelo.
Lutando contra as cobertas em sua cama, ela tentava esca­par das horríveis imagens que atravessavam seu cérebro, porém era inútil, assim como nas outras noites.
Como acontecera antes, ela assistia indefesa aos ter­ríveis atos praticados à sua frente.
O cenário era sempre o mesmo, um lugar escuro, parecido com uma masmorra escondida sob as fundações de uma antiga construção.
As paredes e o chão eram compostos por pedras cinzas e pesadas, a luz fraca que vinha das velas revelava os instrumentos de tortura de uma outra época, de uma Inglaterra mais selvagem, instrumentos que eram usados por ele de acordo com seu humor.
A vítima naquela noite, como das outras vezes, era uma mulher, jovem e amedrontada. Seus enormes olhos azuis estavam tomados pelo terror, um terror que parecia agra­dar seu carrasco.
A luz das velas sempre iluminava o rosto das mulheres, enquanto o homem permanecia nas som­bras, a face oculta, embora cada ato seu sobre a jovem ficasse muito claro para Nell.
No fim, após ele ter fei­to o que havia de pior e jogar o corpo em um buraco na masmorra, a luz se apagava e Nell conseguia sair daque­le pesadelo.
Dessa vez não foi diferente.
Livre daquelas ima­gens, um grito surgiu em sua garganta.
Nell levantou-se de repente, cornos olhos verdes brilhando por causa das lágrimas não derramadas e do horror.
Lutando para não gritar, ela olhou ao redor e sentiu-se aliviada ao perceber que tudo tinha sido apenas um pesadelo.
Estava segura na casa de seu pai em Londres, a mobília em seu quar­to tomando forma com a luz que vinha do fogo na larei­ra e a claridade suave que se infiltrava pelas cortinas.
Do lado de fora das janelas vinham os sons familiares de Londres, o tropel de cavalos, o rodar de carruagens e os gritos distantes de vendedores, oferecendo produtos como vassouras, leite, legumes e flores.
Nell sentiu um arrepio e cobriu o rosto com as mãos, pensando se aqueles pesadelos nunca iriam terminar.
Respirou fundo, afastou para trás uma mecha do cabelo castanho-claro e inclinou-se para apanhar a jarra de água que sua criada havia deixado sobre a mesa de mármore perto de sua cama.
Derramou um pouco no copo ao lado e bebeu a água em um único gole.
Sentindo-se melhor, sentou-se na cama e, olhando para a agradável penumbra do quarto, tentou colocar os pen­samentos em ordem e sentir algum conforto por saber que estava a salvo, ao contrário da pobre criatura em seu pesadelo.
Eleanor "Nell" Anslowe nunca fora incomodada na infância por pesadelos.
Sonhos ruins nunca haviam per­turbado seu sono até aquele trágico acidente, no qual ela quase perdera a vida, quando tinha dezenove anos.
Era estranho como sua vida fora maravilhosa antes da tragédia e como isso mudara nos meses que se seguiram.
A primavera daquele ano horrível fora testemunha de seu triunfo na temporada em Londres e de seu noivado com o herdeiro de um ducado.
Nell retorceu os lábios. Tendo acabado de celebrar seu vigésimo nono aniversário em setembro, e olhando para trás, dez anos antes, parecia incrível que um dia ela fora uma jovem alegre e confiante, que tinha ficado noiva do melhor partido daquela temporada, o filho mais velho do duque de Bethune.

 

Depois da meia-noite





O Lorde e a Condessa

Maggie descobre, no espaço de poucas horas, que seu falecido marido era um impostor, que ela nunca foi condessa, que está sendo acusada de traição, que não tem onde morar, e que está sem um centavo no bolso. 

E o único homem que pode ajudá-la não parece inclinado a confiar em sua inocência.
Tudo que lorde Edward deseja é ver-se livre da beldade que apareceu à sua porta. 
Ele não está interessado nas explicações lamuriosas da jovem viúva, e sim numa possível pista para desvendar a identidade do maior traidor do país, uma informação valiosa que pode, ou não, ter sido sepultada com o marido de Maggie Peabody. 
Até que a questão seja esclarecida, Edward terá de vigiar a sua hóspede dia e noite, embora não tenha certeza de conseguir resguardar o próprio coração dos encantos da frustrada condessa...

Capítulo Um

Quando Edward começava a adormecer em seus aposentos, sua mente sonolenta foi despertada pelo som de vozes femininas. Mas sua própria consciência assegurava-o da impossibilidade de tal ocorrência. Afinal, ele não tinha esposa, irmã, nem mesmo mãe, para invadir seus domínios masculinos. Virou-se, então, com a firme intenção de voltar a dormir.
Porém uma voz feminina aguda o despertou, e desta vez não importava o que dizia sua mente, ele se deu conta de que ela estava dentro da Mansão Warwick.
Edward pulou da cama para ouvir e apesar de as palavras serem indistinguíveis, elas com certeza eram articuladas por uma ou duas mulheres. Edward vestiu uma calça e correu para a escada, para verificar o que estava acontecendo em sua casa.
Do alto da escadaria, ele pôde observar o tumulto que estava ocorrendo lá embaixo. Ele permaneceu paralisado, estático. A mulher mais linda que ele já vira estava dando ordens para seus criados como se fosse a proprietária da casa. Assombrado, Edward se deu conta de que uma das ordens era para carregarem os baús para os aposentos da "condessa".
Com um breve olhar, ele contou catorze baús. Somando-se à arrogância da recém-chegada, havia uma versão mais jovem dela usando óculos, uma mulher idosa com trajes de serviçal e o gato mais gordo que ele já havia visto, todas falando ao mesmo tempo, com exceção do gato.
Edward pigarreou, mas ninguém percebeu sua presença. Ele começou a descer a escada e pigarreou mais alto. Desta vez as intrusas olharam.
Sem se dar conta de que estava sem camisa, ele perguntou:
— O que significa isso?
A que parecia liderar o grupo deu um passo à frente, e Edward não conseguia parar de admirar os olhos escuros que contrastavam com a pele alva. Depois de estudar as faces rosadas, Edward avaliou o corpo gracioso que o elegante vestido azul-cobalto que ela usava parecia realçar.
— Quem é este senhor? — ela perguntou, então embaraçada, levou a mão à boca.
— Gostaria de fazer a mesma pergunta quanto à senhora — retrucou Edward.
— Esta é a Mansão Warwick, não é? — ela indagou.
— Sim, é — ele concordou, descendo a escada.
Ela ergueu a cabeça e falou:
— Caro senhor, eu sou lady Warwick, e esta é a minha casa.
— E eu, milady, sou lorde Warwick e saberia com certeza se Vossa Senhoria fosse minha esposa!

Um Raio de Luar

O vingador 

O magnata das ferrovias, Rafael Belloch, tem sorte e é orgulhoso. 
Por isso nunca se esqueceu da mulher mascarada, com maravilhosos olhos azuis e movimentos felinos, que o roubou, tirando-lhe o dinheiro... E as roupas. 
Mas Rafael suspeita que voltou a encontra-la.
A mão do destino Em meio aos bailes deslumbrantes e às noites no teatro, em plena temporada social de verão, uma dança perigosa em torno da verdade se inicia. 
Um homem obcecado por fazer justiça e uma jovem que é mestra nos disfarces se encontram em um confronto decisivo! 

 Capítulo Um 

Junho de 1883
Senhoras e senhores – anunciou Paul Rillieux com voz forte e educada que não demonstrava sua idade avançada. – Entre nós existem alguns que possuem o dom, apesar de desconhecerem, de ir além do plano físico. Essas pessoas são conhecidas como “sensitivas”, e isso me empolga. Conhecendo meu interesse, a sra. Astor pediu-me para fazer uma breve demonstração de telepatia, a capacidade de ler os pensamentos de outros através do éter, o elemento gasoso que permeia nossa atmosfera.
A orquestra no tablado, no final da galeria, estivera tocando valsas e árias de óperas, mas emudecera quando o idoso clarividente começara a falar.
– Todos sabemos – continuou o homem com um sorriso nos lábios – que um pedido da sra. Astor é uma ordem. Portanto aqui estou.
Fez uma leve reverência na direção de uma matrona com penteado elaborado e brilhantes no pescoço. A dama acenou de modo gracioso, e murmúrios de aprovação surgiram entre os convidados no salão.
Fazia apenas um ano que a luz elétrica chegara a Manhattan, fornecida pela usina de Pearl Street. No momento, até na mansão Maitland, na Quinta Avenida, lâmpadas incandescentes brilhavam com luz firme em castiçais com formato de querubins e separados nas paredes por grandes tapeçarias.
– Possuímos mente e espírito – disse Rillieux. – A mente consciente pode se questionar sobre o que haverá para o jantar, enquanto o espírito se preocupa sobre promessas quebradas ou sonhos frustrados.
Arrogante e confiante, Rillieux passeou o olhar pela platéia, apoiando-se de leve na bengala. Além de Caroline Schermerhom Astor, sua audiência incluía Alice Vanderbilt; um nobre francês emigrante, o conde de Chartrain; a debutante Antônia Butler, que deveria herdar uma fortuna maior que a dos Vanderbilt; e o anfitrião da noite, o rei do setor imobiliário, Jared Maitland.
Percebia-se que o esnobismo da sra. Astor terminara por fim, ante o grande número de novos milionários que invadiam os salões da alta sociedade. Em especial os vindos do Oeste, que não tinham boas maneiras, mas montes de dinheiro, e que a sra. Astor, com toda a sua arrogância, não podia continuar a ignorar.
De fato, graças a essas recentes fortunas, uma nova e radical noção surgira havia pouco e começava a criar raízes; quando se sabe quanto dinheiro se possui, até os centavos, então não se é rico de verdade. Fortunas incalculáveis tomavam o lugar das heranças previsíveis.
– Alguém entre nós – anunciou Rillieux de repente – há pouco sonhou sobre um querido animal de estimação que morreu faz alguns anos. E outra pessoa está preocupada, pensando se deve adquirir imóveis em... sim, na rua 54 Oeste.
Um murmúrio entusiasmado percorreu um grupo de senhoras junto ao tablado da orquestra.
– Ora! Thelma disse que sonhou com seu cãozinho Jip duas noites atrás – anunciou Lydia Hotchkiss, resplandecente em seu vestido de cetim. – E foi a primeira vez que mencionou isso.
Uma voz masculina ecoou:
– Não tinha percebido que, de fato, pensava nisso, mas admito que ando interessado em comprar terrenos na rua 54 Oeste.
Quem falara fora o advogado Albert Gage, cuja firma de Wall Street representava metade dos novos-ricos de Nova York, assim como muitos da velha aristocracia.
– Mas não estava pensando nisso de maneira consciente, sr. Gage – apontou Rillieux.
Por um instante o olhar do idoso fixou-se em uma jovem de pequena estatura, sentada sozinha a um canto, que observava tudo com serenidade. Rillieux fez um gesto imperceptível, e um minuto depois a moça começou a circular, de maneira lenta, entre os convidados distraídos.
– E há mais uma coisa – continuou Rillieux, o rosto forte capturando a atenção de todos, exceto da dama que circulava pela platéia como um puma caçador. – Alguém entre nós está muito irritado por causa... – Fez uma breve pausa e sorriu de modo estudado. 

– Sim, é claro. Por causa de um repórter ambicioso do New York Herald...


14 de janeiro de 2011

O Senhor dos Lobos

Trilogia Viking

No século IX Melisande, uma indômita condessa gaulesa, deve contrair casamento com Conar MacAuliffe, um viking chegado da Escócia e conhecido como Senhor dos Lobos.

Melisande sente imediatamente uma irresistível atração pelo belo escocês, mas fiel a sua natureza rebelde se mostra distante e esquiva.
Entretanto, quando Conar parte para a guerra, a saudade se apropria dela.
Mais tarde as adversidades e um inimigo comum unirão para sempre o casal.

Revisora Ana Claudia
Adorei o livro, apesar da mocinha mimada, egocêntrica e algumas vezes muito chata, vale à pena ler, pois o mocinho compensa os defeitos dela. Mesmo sendo um feroz guerreiro ele também é paciente e carinhoso e além de tudo tem pegada. As cenas hot não são muitas, mas são muuuuiiito quentes.

Revisora Ana Paula G.
Só uma palavra: AMEI!!!!!!!!!!!!

Capítulo Um

Primavera do ano 885
Costa da França

— Melisande! Melisande! Seus navios chegaram!
Ao escutar estas palavras, Melisande, que tinha estado andando de um lado a outro em uma atividade febril, ficou paralisada no meio de seu quarto da torre, imersa repentinamente em muitos temores e esperanças.
Nunca tinha acreditado que ele retornaria!
Mas ao ouvir Marie do Tresse que anunciava a chegada dele aos gritos do passadiço de madeira, frente à porta aberta da torre, não lhe cabia dúvida de que vinha cumprir a promessa de recuperar o que era dele.
Olhou um momento a cara ansiosa de Marie, soltou a cota de malha delicadamente esculpida que levava na mão, atravessou com precipitação a sala e correu pelo passadiço do muro de pedra para esquadrinhar o mar por cima do passadiço.
Sim, em efeito, dirigia-se para a costa.
Tinha vindo pela primeira vez em um dia como aquele. Parecia que tinha passado tanto tempo! Será que ia surpreendê-la sempre na adversidade? Sempre tinha que se perguntar se vinha em seu resgate ou para liquidá-la por completo.
Dessa vez não havia dúvida: tinha vindo pelo que considerava dele.
Sentiu frio e calor. Tocou a face com o dorso da mão, e notou o rosto ardendo e a mão gelada.
“Meu deus! — pensou — Vem para cá! Vem para cá!” estremeceu. Parecia que tinha transcorrido muito tempo desde a ultima vez que o viu! Como se não tivesse o bastante com mil dinamarqueses sob as ordens do aborrecido Geoffrey, às portas de seu castelo! E agora ele! Depois de tanto tempo. Talvez tivesse esquecido a maioria das coisas que tinham ocorrido.
E talvez recordasse tudo!
Que situação tão grotesca! Os dinamarqueses não lhe inspiravam nem a metade do medo que o infundia ele!
Não. Medo não.
Sim! Tinha medo! Medo por tudo o que tinha feito.
E medo pelo que sua chegada significava.
Já estava muito perto. Podia ver seu navio, via a ele!
Era uma nave extraordinária, com uma enorme escultura de proa em forma de dragão, que ele comandava da mesma forma que muitos anos atrás, quando o viu pela primeira vez.
Calçava as mesmas botas, apoiava um pé no leme e levava os fortes braços cruzados sobre o peito musculoso.
Atrás dele se agitava, sacudida com força pelo vento marinho, uma capa vermelha, fechada no ombro com um antigo broche gravado com símbolos celtas. O vento alvoroçava também seu cabelo abundante e loiro como o sol.
Ainda não podia ver seus olhos, mas tampouco precisava vê-los; conhecia-os muito bem.
Sim. Recordava sua cor, um azul assombroso e penetrante. Azul do céu, azul marinho, mais profundo que o cobalto, mais resplandecente que uma safira. Olhos que ao olhá-la a transpassavam e despiam sua alma.
— Então não ia vir?


Trilogia Viking
1 - Rendição Dourada
2 - A Mulher do Viking
3 - O Senhor dos Lobos
Trilogia Concluída

Venetia E O Libertino








Depois da morte da mãe, Venetia Lanyon se viu submetida à mesma clausura a que o pai, viúvo inconsolável, se condenou.

Ela não participava de festas nem de passeios a lugares distantes da propriedade da família.
Vivia desperdiçando beleza.
Com um irmão inválido e outro na guerra, ela foi forçada, após a morte do pai, a assumir os negócios da família e administrar a casa dos Lanyons.
Aquela filha, irmã e herdeira dos Lanyons, tinha sua função e importância, ditadas pelos costumes ingleses da época.
Estes costumes, no entanto, também diziam que ela deveria ter casado muito antes de completar os 25 anos que agora tornavam sua beleza tão irresistível.Isso fazia dela uma mulher muito especial.
Prisioneira das circunstâncias que a condenavam a ser urna dedicada tia dos filhos do irmão mais velho ou a mãe dos filhos do cortês homem a quem ela se uria por estima e que pretendia desposá-la, Venetia leva uma vida agradável, embora estivesse longe, muito longe, da felicidade que só o amor pode produzir.
Quis o destino que Venetia encontrasse em Lorde Damere!
O Barão Maldito, um libertador que aos olhos da aristocracia da época merecia mais o titulo de libertino.

Nota Autora: Venetia e o libertino é uma história de amor e uma crónica de costumes com todos os ingredientes para despertar e segurar o interesse do leitor da primeira à última página.

Capítulo Um

— ontem À noite uma raposa entrou no galinheiro e roubou nossa melhor poedeira — comentou a srta. Lanyon. — Uma bisavó, inclu­sive. Qualquer um julgaria que ela deveria envergonhar-se! — Como não recebesse nenhuma resposta, ela continuou, com voz alterada: — Aliás qualquer um julgaria mesmo! Uma grande lástima. O que tem de ser feito?
Ao despertar, assim, a atenção do seu acompanhante, a moça obrigou-o a levantar os olhos do livro aberto ao seu lado sobre a mesa e dirigi-los à sua pessoa com uma expressão de indagação desatenta.
- O que foi? Disse alguma coisa, Venetia?
- Disse, querido — a irmã respondeu alegremente —, mas nãotinha a mínima importância, e, de qualquer modo, já respondi por você. Acho que ficaria surpreso se soubesse que conversas interessantes man­tenho comigo mesma.
— Eu estava lendo.
— Então estava lendo... e deixou seu café esfriar, além de esquecer o pão com manteiga. Coma-o! Creio que eu não devia permitir que lesse à mesa!
— Oh, à mesa do café! — respondeu ele, com desdouro. — Tente impedir-me se puder!
— Não posso, é claro. De que se trata? — replicou ela olhando para o volume. — Ah, grego! Algum conto proveitoso, não duvido.
— Trata-se de Medeia — disse ele, procurando controlar-se. —Edição Porson, que o sr. Appersett me emprestou.
— Eu sei! Ela foi aquela encantadora criatura que esquartejouo irmão e lançou os pedaços no caminho do pai, não foi? Ouso dizer uma pessoa perfeitamente agradável quando se chega a conhecê-la.
Impaciente, ele deu de ombros e respondeu com desdém:
— Você não compreende, e é perda de tempo tentar fazê-la com­preender. Ela lançou-lhe um olhar cintilante.
- Mas eu juro que compreendo! Compreendo e simpatizo com ela, além de ansiar possuir a mesma determinação de Medeia!
Embora pense que, ao contrário dela, eu teria preferido enterrar seus restos mor­tais com todo o capricho no jardim, meu querido!


13 de janeiro de 2011

O Homem dos Meus Sonhos

Série Sherring Cross
A mulher mais bela e desejável da região, a imprevisível Megan Penworthy, decidiu fisgar Ambrose St. James, duque de Wrothston, um homem que não conhece, mas, com quem tem intenção de se casar.

Nenhum outro pretendente a conseguirá, nem sequer o bonito criador de cavalos Devlin Jefferys, por quem ela realmente se sente atraída...

Capítulo Um

Inglaterra 1878
- O que é que está olhando Tyler Whitely?
O tom de voz de Megan Penworthy soou injustamente áspero, mas essa foi sua intenção.
Quando o olhou, sua expressão denotou um proeminente desdém, como se de verdade não suportasse o homem.
Claro que não havia nada de verdadeiro nisso, pois o honorável Tyler Whitely lhe era muito agradável.
Tratava-se de um jovem muito bonito, de cabelos loiros, muito claros que conseguia controlar com um toque de óleo da Índia.
Tinha um bigode fino e costeletas, embora não longas o bastante para dissimular a firmeza de sua mandíbula. Seus olhos verdes e escuros também eram bonitos.
Tinha uma altura considerável embora não excessiva a ponto de que uma pobre moça tivesse que quebrar o pescoço para olhá-lo.
Sua figura em si não era intimidante, mas tampouco mostrava pouca força apesar de seu corpo enxuto.
Aos vinte e sete anos era um jovem com excelentes perspectivas sem mencionar o fato de que havia herdado uma enorme soma por parte da família de sua mãe.
Megan não tinha a menor dúvida de que Tyler seria o marido ideal para ela.
Até teria se animado a tomar a iniciativa se sua melhor amiga Tiffany Roberts, não tivesse confessado pouco tempo depois de conhecê-lo que ela também o desejava...
E estas haviam sido as palavras textuais de Tiffany.
“Eu o desejo Meg”.
As moças sempre tiveram por costume falar com roda franqueza, ao menos entre si e quando estavam certas de que ninguém pudesse escutá-las e impressionar-se por semelhantes expressões e comentários.
Mas esse dia Tiffany estava tão exaltada que muito pouco se importou se alguém as escutava.
- Sinceramente. é “o” homem, Jamais me senti tão... Tão...E quando sorriu para mim, oh, me senti...Demônios, não posso descrever exatamente ma acreditei que ia desmaiar.


Série Sherring Cross
1 - O Homem dos Meus Sonhos
2 - Amor Eterno
3 - Amor Incompreendido
Série Concluída

O Despertar de Menfreya


Naquele castelo da Cornualha, amor e morte andam de mãos dadas
Diz a tradição que, quando o relógio da torre do Castelo de Menfreya pára, isso significa mau agouro.
Mas, para Harriet, não passa de mais uma das muitas crendices que cercam a propriedade de Bevil, seu marido.
No entanto, quando Jessica, a nova governanta, muda-se para Menfreya, a segurança de Harriet é abalada: haveria algo entre aquela bela mulher e seu marido?
As suspeitas adquirem proporções maiores quando Harriet recebe um misterioso aviso de morte, seguido da notícia de que o relógio da torre parou...

Capítulo Um

É pela manhã que melhor se pode apreciar Menfreya. Des­cobri isso pela primeira vez num nascer do sol na casa da Ilha de Ninguém, quando as nuvens manchadas de verme­lho projetavam brilhos rosados no mar, e a água que cir­cundava a ilha era como seda encrespada de cor cinza-pérola.
Depois do medo que senti durante a noite, a manhã me pareceu mais calma, e a paisagem, também, mais encan­tadora após os pesadelos.
Diante da janela aberta, com o mar e a ilha principal à minha frente e vendo Menfreya assentada no topo de um penhasco, me senti estimulada por toda aquela beleza e também pelo fato de que tinha conseguido atravessar, a salvo, a noite.
A casa parecia um castelo, com seus torreões, contra-fortes e torres de ameias, sendo também um ponto de re­ferência para os marinheiros, que podiam saber onde se achavam depois de avistarem aquele bloco de velhas pedras.
Ao entardecer, adquiria um tom cinza-prateado, com o sol fazendo suas pedras pontiagudas brilharem como diaman­tes.
Nunca, porém, Menfreya se mostrava em todo o es­plendor como quando era batida pela luz rosa do sol nas­cente.
Menfreya é, há séculos, a casa dos Menfrey. Intima­mente, eu os apelidei de Menfrey Fabulosos, porque assim me pareciam — fortes, viris, todos com impressionante apa­rência.
Já ouvira falar que eram também chamados de Menfrey Selvagens, e segundo A'Lee, o mordomo de Chough Towers — que tinha muitas histórias para contar do atual Sir Endelion — eles não só eram selvagens, mas também maus.
Os Menfrey tinham nomes que me pareciam estra­nhos, mas, aparentemente, assim não achavam os habitan­tes daquela região, já que se tratava de nomes que, há longo tempo, constavam da história do ducado.
A atual Lady Menfrey, contou-me A'Lee, quando era ainda uma mocinha de não mais de 15 anos, foi raptada por Sir Endelion, que a trouxe para Menfreya, onde a manteve, arruinando sua reputação, e, desse modo, a família dela nada mais tinha a fazer a não ser de bom grado concordar com o casamento dos dois.
— Não se iluda, senhorita, o casamento não foi por amor — disse A'Lee. — Ele andava era atrás do dinheiro dela, porque os Menfrey estavam precisando, e ela era uma das grandes herdeiras deste país.
Quando vi Sir Endelion cavalgando nas redondezas de Menfreystow, julguei que fosse um rapaz; muito parecido com o próprio filho, Bevil, era como se estivesse indo rap­tar a herdeira para trazê-la em seu cavalo para Menfreya; pobre moça, pouco mais do que uma criança, amedrontada e inteiramente fascinada por aquele selvagem.
O cabelo dele era alourado, e me fazia lembrar a juba de um leão.
Olhava ainda para mulheres, contou-me A'Lee — e este era o ponto fraco dos Menfrey; muitos deles, homens e mulheres, foram muito infelizes em seus amores.
Lady Menfrey, a herdeira, era inteiramente diferente do resto da família; loura e frágil, essa gentil senhora se dedicava aos pobres da região. Com resignação, aceitou seu destino quando passou a fortuna para as mãos do ma­rido...

12 de janeiro de 2011

A Primeira Vez

Série Polícia Montada

Inesperada tentação...

Recém-formado em medicina, e ansioso para esquecer uma tragédia ocorrida em seu passado, Colin Fraser decidiu ingressar na Polícia Montada.E a atuação de seu destacamento para desarticular uma operação ilegal de comércio de uísque, envolveu bem mais do que galões de bebida.
A patrulha trouxe de volta uma contrabandista muito doente. Na verdade, uma jovem tão linda quanto insubordinada!
Mesmo enquanto Colin se desvelava em cuidados para devolver à rebelde Maggie Hayes sua saúde, ela resistia aos seus esforços de lhe mostrar outro lado da vida.
E aos poucos ele se deu conta de que estava se apaixonando por sua paciente... Tudo porque Maggie havia encontrado uma maneira de curar o seu sofrido coração...

Capítulo Um


O gorjeio persistente da calandra solitária rivalizava com o ruído do vento que acariciava as gramíneas altas em sua dança sensual.
Maggie Hayes enrolou as rédeas nos dedos e parou para admirar a crista longínqua e arredondada das coli­nas que se perdiam no infinito.  Estreitou um olho, fitou o sol e espirrou. Limpou o nariz na manga da camisa velha, mexeu-se no assento duro da carroça e voltou a perscrutar os montes.Seu pai dissera que os homens viriam naquela manhã, e, pela posição do sol, a manhã já havia se despedido.
Se eles fossem sujeitos azarados, poderiam ter sido surpreendidos por uma das patrulhas da cavalaria americana. Talvez o tão es­perado carregamento de uísque tivesse sido confiscado. O pai ficaria louco se não conseguisse aquela carga. Ela deu de om­bros e sorriu para a pradaria que se estendia até o horizonte. Pouco se importava com a bebida, mas tinha a esperança se­creta de que um grupo da cavalaria americana surgisse no alto da planície, resplandecente em seu uniforme azul e dourado.
Adorava uma boa perseguição.
Transportava bebida para o pai desde pequena ou, mais exa­tamente, a partir do momento em que pudera controlar uma parelha.
Segundo ele, a filha sabia conduzir os cavalos melhor do que os homens.
Os elogios nem eram necessários. Maggie estava consciente desse dom.
O pai afirmava que alguns tinham jeito com cavalos e outros não, mas assegurava que a maneira de ela lidar com os animais era especial.
O som estridente de metal contra metal e o rangido de ma­deira chamou sua atenção para uma colina próxima. Ela endi­reitou o corpo, pronta para sacudir as rédeas de encontro aos traseiros brilhantes dos cavalos e galopar a toda a pressa para a fronteira canadense, onde ficaria a salvo dos homens de farda azul.
Decepcionou-se ao ver surgir uma carroça parecida com a sua, com um homem curvado no assento. Outra transferência enfadonha de mercadorias.
Ela esperou o veículo se aproximar.
Arnie Stevenson estreitou os olhos antes de cuspir a saliva marrom perto dos cascos de um dos cavalos de Maggie.
— Onde estão os homens? — ele perguntou com os olhos semicerrados por causa do sol.
— Ajudando meu pai no alambique.
— Eu não vou descarregar sozinho.
Ela enrolou as rédeas no freio e apeou.
— Não estou pedindo isso. Sou perfeitamente capaz de descarregar e carregar uma carroça sem a ajuda de ninguém. Venho executando essa tarefa há anos.
Arnie virou-se no assento e observou-a erguer a primeira caixa da extremidade de sua carroça e levá-la para a dela.
— Não é certo uma jovem fazer esse tipo de trabalho. Seu pai deveria ser chicoteado por ainda não tê-la casado.
— Não preciso de nenhum marido. Eles só servem para atrapalhar.
O homem sorriu, revelando as falhas nos dentes manchados.
— Nem todos são imprestáveis, garota.
— Está se candidatando ao posto, Arnie? — Maggie em­pertigou-se, levou as mãos aos quadris e encarou-o até que ele desviasse o olhar.
— Ora, moça, eu estava apenas brincando.
— Não gosto desse tipo de brincadeira.


Série Polícia Montada
1 - A Primeira Vez
2 - No Vale das Paixões
3 - Coração Indomável
Série Concluída